Jalapão

O primeiro passo para começar uma viagem pro Jalapão é escolher uma agência para fazer a expedição. Basta uma busca rápida no Google e no Tripadvisor para encontrar inúmeras agências oferecendo pacotes.

Fervedouro do Ceiça

No que tange à duração, encontrei pacotes de 2 a 7 dias, mas a partir do quarto dia notei que os roteiros eram muito repetitivos, portanto, optei por 4 dias. Enviei mensagem via WhatsApp para algumas agências, pedindo informações. A Jalapão Expedições só funciona via site e não respondeu minha mensagem, logo, não optaria por ela. A Safári Dourado não tinha disponibilidade, nem fez questão de tentar criar mais vagas. Todas as outras me enviaram um folder explicativo. 
 
Eu e Giovana, minha sobrinha, nas Dunas do Jalapão

Os pacotes vendidos incluem o transporte em carro 4x4, hospedagem, três refeições (sem bebida no almoço e no jantar), além de água e lanche no carro. Só precisa levar dinheiro para pagar a bebida durante as refeições, bem como para comprar artesanato de capim-dourado (um dos símbolos de Tocantins) e sorvetes. A título de comparação, fiz uma tabela com as 4 agências e os respectivos valores:
 

É importante ressaltar que de outubro a março é época de chuvas e algumas agências podem deixar de operar, ou melhor, o turista pode se frustrar ao encontrar os fervedouros com coloração mais escurecidas, embora as estradas de terra fiquem mais fáceis de transitar. 
 

Tinha férias marcadas para outubro, logo, sabia do risco de pegar chuva. Tendo em vista que procurei as agências em setembro, algumas se propuseram a colocar mais um carro, uma vez que viajaria num grupo de 3 pessoas (eu, minha sobrinha, Giovana, e a filha de uma amiga, Pri). 

No caso da primeira agência, Jalapão Extremo, no período das minhas férias, só tinha expedição de 5 dias. A Gaviões demorou bastante para confirmar, e me deixou dois dias esperando para saber se teria disponibilidade em algum hotel. Nesse tempo fechei com a 100 limites, já que o atendimento é bom, respondem rapidamente, inclusive nos fins de semana. Consegui um desconto de 5% e estava em primeiro lugar no Tripadvisor.

A etapa seguinte é importantíssima: o contrato. Recebi o contrato por e-mail e tinha que assiná-lo e devolvê-lo até o dia seguinte. É necessário verificar a forma de pagamento e o percentual de adiantamento. Algumas agências pedem 10% e outras 20%. Vale ressaltar que em caso de desistência, em geral, o adiantamento pago não é devolvido. O restante pode ser pago no dia em cartão de crédito (parcelado em até 6 vezes) ou via pix. Tem a opção de pagar à vista (geralmente com valor mais atraente), mas acho arriscado. 

Pedem para levar uma mochila de 20 litros (aquelas escolares), pois não aceitam mala rígida de rodinha. Acho impossível levar uma mochila tão pequena e comprei uma de 30 litros na Decathlon (que quase não coube minhas coisas). Levei ainda uma mochila menor, de ataque, com os documentos, câmera, etc. Foi minha primeira experiência com duas mochilas e detestei. Não nasci mesmo pra mochileira. Tinha medo de esquecer a menor a qualquer momento.

É imprescindível levar para o Jalapão:

  • toalha de secagem rápida
  • sapato para água
  • protetor solar
  • repelente
  • óculos de mergulho
  • um casaco
  • roupa de banho
  • tênis
  • gopro
  • remédios

Sobre a câmera de ação, tinha uma que dava pro gasto, Sjcam, mas simplesmente a caixa estanque enferrujou e não consegui retirá-la. Minha irmã tem uma gopro que usou poucas vezes. Pedi emprestada assim que fechei o pacote, mas só me entregou 1 dia antes da viagem! E a tampinha que fecha o local de carregar estava quebrada!!! Não tive tempo de comprar outra. Acho que faz toda a diferença nessa viagem! Foi uma decepção. Para quem quer efeitos é interessante comprar um dome. Essa agência informa no folheto que tem disponível, mas não vi com os guias.

No que diz respeito ao sapato próprio para água, só é necessário no primeiro atrativo, Lagoa do Japonês, pois as pedras são cortantes. Lá tem para alugar por R$10,00, mas não vi todos os números e pode não ter disponibilidade. Eu e Giovana tínhamos comprado em San Andrés, na Colômbia. Custou menos de R$15,00, mas na Decathlon custa cerca de R$100,00. 

Sapatilha para água
 

Algumas pessoas se arriscam e alugam carro 4x4 (não é possível fazer o percurso com carro comum) e fazem turismo por conta própria, mas todos dizem que é arriscado. Algumas estradas são péssimas, com muitas pedras (precisa esvaziar o pneu) e não tem sinal de celular (pega apenas Claro).

É interessante registrar que já existe autorização da ANAC para criação de um aeroporto em São Félix, que pode mudar completamente essa engrenagem turística. É provável que ainda precise de agências, mas nessa região do futuro aeroporto ficam localizados todos os fervedouros, que acredito que seja o que encanta e leva os turistas até lá. Dificilmente fechariam pacotes, mas apenas transfer ou passeios diários.

Outra informação necessária é que temos que voar até Palmas. E os voos estavam extremamente caros! Saindo do Santos Dumont, no Rio de Janeiro, custou R$1.174 ,19, ida e volta, com conexão e sem bagagem! Minha sobrinha iria comigo, logo, o valor foi dobrado. A Gol tinha o melhor horário, chegando na capital do Tocantins às 11h10, onde ficaríamos por um dia.

Pri, Giovana e eu na conexão em Brasília
 
A agência passou para nos buscar às 6h30, logo após o café da manhã. Já ouvi relatos que algumas agências aceitam buscar no aeroporto, para aqueles que chegam nos voos da madrugada com a Latam e a Azul, mas aí tem que negociar.
 

Dentro do carro vão até 6 pessoas, mas no nosso carro foram 5 pessoas, mas a bagagem, que costumar ir sobre o carro, estava ao lado do motorista. Essa configuração causou bastante estresse, já que pensei que nos 3 iríamos juntas. E quando o carro chegou já tinha um casal de amigas no banco. Devo ressaltar que o banco traseiro onde cabem duas pessoas é desumano. Simplesmente não dá pra ficar com a coluna ereta. Seria impossível pra mim - com hérnia de disco. E ainda relatei que Giovana enjoa muito em carro, tinha tomado dramin, mas nunca se sabe se ela vai vomitar com o sacolejo. Nisso uma delas foi ao lado do motorista, as bagagens foram para o banco traseiro, onde ficou Pri, eu, Giovana e a outra moça no banco para três pessoas. Conversamos com o guia para que fosse feito um rodízio no banco que ninguém queria. Depois dessa desarmonia, o grupo não ficou unido, por óbvio. 

Imagem do percurso no folder da Jalapão 100 limites


Primeiro dia 
 
Depois de alguns minutos na estrada, o carro parou para abastecer e comprar gelo, para manter as bebidas oferecidas geladas. No nosso carro tinha disponível copos de água mineral, refrigerante, frutas (tangerina, maçã e banana), biscoito, paçoca, pipoca doce. Aproveitamos a parada para comprar picolé, pois Giovana queria um de cajá (da marca Frutos de Goiás).
 

A primeira atração do dia foi a Pedra Furada, que é uma enorme rocha de arenito com uma cavidade esculpida pelo vento, que forma uma moldura, onde os turistas fazem poses. Fica a 30km de Ponte Alta do Tocantins. É o trecho mais tranquilo, pois de Palmas até Ponte Alta a estrada é asfaltada, depois é chão de terra, que em alguns momentos está em péssima condição.

O carro chega bem perto da trilha, que não tem nenhuma dificuldade. O guia, Afonso, avisou que o local tem colmeias com muitas abelhas, logo, avisou para que não fizéssemos barulho ou tentasse matá-las em caso de aproximação, pois senão um enxame poderia nos atacar - tem relatos de alguns ataques aos turistas.

Nosso carro chegou e não tinha outra excursão na frente, logo, tivemos tempo para que cada uma do grupo (nós três mais duas amigas que também estavam no carro) tirasse as fotos, mas na minha vez já chegou um outro grupo, enquanto minha sobrinha me fotografava, uma mulher deu um esbarrão nela, que fiquei apavorada, pois ali é um penhasco, portanto, é preciso ter cuidado, pois alguns turistas pensam que estão numa selva.

Seguimos para o almoço, no restaurante localizado na Lagoa do Japonês. Foi avisado que seria o único lugar com prato feito (nos demais lugares seria self-service). Tinha três opções de carne (frango, peixe e bife), com arroz, feijão e salada. Como estou com um aparelho ortodôntico (recoloquei após 20 anos hahaha) estético que toda hora cai o bráquete, pensei no peixe por ser a opção mais macia, Giovana quis carne e Pri optou por frango. O peixe não tinha carne, já a carne de Giovana estava dura, sendo impossível parti-la. O frango estava bom e Pri deu um pedaço pra mim e Giovana!

No próprio local tem banheiro para trocar de roupa, bem como local para alugar calçado próprio para água, colete e macarrão. Primeiramente aluguei um colete para Giovana (R$15,00), pois nós duas não nadamos (vergonha!). Pri alugou o sapato (R$10,00) e correu para a lagoa.

A Lagoa do Japonês tem água cristalina com uma coloração azul incrível em algumas partes, já em outras é esverdeada. No fundo tem construções rochosas afiadas.

Afonso, nosso guia, pegou  o barco e nos levou até a gruta. Depois retornamos e aluguei um colete pra mim também, já que tem a profundidade de 4 metros em alguns pontos e aproveitaria melhor. Levei máscara de mergulho, porque uso lente de contato e não pode ter contato com a água. Aqui faz toda a diferença ter uma câmera de ação. Pri me passou fotos, mas se eu estivesse levado teria tirado inúmeras fotos (vou ter que comprar outra numa próxima viagem com atrações aquáticas). No local também tem a opção de fazer tirolesa, por R$40,00.

A lagoa seria o último atrativo do dia, mas como terminamos por volta das 16h, o guia perguntou se não queríamos antecipar a primeira atração do dia seguinte (todas teriam que concordar). Falou que no dia seguinte poderíamos dormir mais 1h. Aceitamos e foi uma péssima ideia. Se existe um roteiro, ele deve ter sido elaborado levando em consideração todas as questões.

Chegamos no Cânion Sussuapara por volta das 17h30 (fechava às 18h). Esperamos uns dez minutos (tem limite de pessoas). Quando descemos estava muito escuro e começou uma chuva fininha. O lugar é lindo, mas nenhuma foto saiu boa. Nem flash adiantou. Observei que as fotos tiradas durante o dia ficam perfeitas. 

O guia seguiu para nos deixar na pousada. As duas amigas ficaram num local bem simples, nós ficamos na pousada Águas do Jalapão. Nos deram uma pulseira. O quarto foi o mais simples (com cama de concreto), mas tinha ar-condicionado e água quente, por outro lado, a estrutura do hotel é ótima, piscina, bar (com bons preços), restaurante. Tinha uma enorme fila para o jantar. Pedi dois sucos de cajá (R$8,00 cada). 

 

Segundo dia

Não dormi muito bem, pois estava ouvindo um passarinho muito perto. Quando levantei vi que tinha um ninho atrás do ar-condicionado. Tomamos café da manhã e pudemos sair por volta das 8h. O segundo dia de expedição é o menos interessante.

Como já tínhamos visitado o Cânion, seguimos direto para o local do almoço, Comunidade Quilombola Rio Novo. São quatro horas de estrada. Claro que pedi para parar no caminho para fazer xixi no mato (tenho bexiga hiperativa). O local era bem simples, chão de areia, cabana de palha, mas a comida estava muito boa (era self-service). Comi macarrão com frango. Comprei Coca-Cola. Giovana começou a passar mal. Pri foi pegar um remédio que ela tinha. Minha irmã só mandou remédio de enjoo. Eu costumo levar uma variedade de remédios, mas no dia anterior da viagem, um feriado, quando fui pegar vi que vários estavam fora da validade e joguei fora. Levei apenas band-aid e neolsaldina. Só tinha 2 banheiros e ela ficou dentro de um por mais de 30 minutos. O guia chamou e avisei que ela estava passando mal (achei que era dor de barriga).

Seguimos para a Praia coração do Jalapão (Rio Novo) e por ali ficaríamos por quase 4 horas numa praia de rio sem absolutamente nada para fazer. A água estava muito gelada e tinha muitos mosquitos perto das árvores. Coloquei a toalha no chão debaixo da árvore, deitei Giovana, passei repelente e deixei ela dormir. Quase no fim segui uma trilha com Pri pra dar uma olhada na paisagem.

 

Paramos na frente da Árvore dos desejos, que é uma árvore com fitinhas. Aqui teve um acidente, o grupo que seguia conosco tinha apenas idosas (todas muito animadas!), de 70 a 84 anos. E uma delas caiu, pois a árvore não estava fixa. Corri para ajudá-la. Depois, fiquei esperando para tirar foto e várias pessoas começaram a furar fila - grupos que chegavam - e eu tive que me impor, mas nisso dei uma topada na pedra e perdi parte do dedão! 

 

Fizemos as famosas fotos sobre o carro. Cada um subiu pela escadinha lateral e fez as poses no 4x4. Na frente da árvore fica um bar com banheiro.

O último atrativo do dia valeu a pena, as Dunas do Jalapão, que o roteiro deixa para o fim do dia para que todos apreciem o pôr do sol. É preciso fazer uma trilha de uns 15 minutos, depois subir as dunas, com uma coloração alaranjada exuberante com a vegetação ao fundo. As dunas surgiram em decorrência da erosão das serras da região com o passar dos anos, chegando a 400 metros de altura.

Infelizmente esqueci o repelente no carro e fui atacada por mosquitos enormes. Tiramos uma centena de fotos, mas Giovana não aguentava mais o calor e descemos por volta das 17h30. O guia me deu a chave do carro, entramos e ela deitou, bebeu água e esperamos por 1h os demais integrantes do grupo, mas não conseguiram assistir o pôs do sol, pois uma nuvem apareceu na hora. Tive que fazer xixi atrás do carro, pois não tem estrutura turística no local.

Após escurecer, seguimos para o restaurante onde jantaríamos. Tinha uma estrutura de madeira com muitas bandeirinhas coloridas. No local também havia banheiros e pias. Entrei na fila para pegar comida e chamei Giovana apenas quando já estava perto. Ela só pegou carne e farofa, mas na primeira garfada teve enjoo. Disse que compraria Coca-Cola, mas ela correu para o banheiro. Eu ia começar a comer, mas decidi ver como estava, contudo, a colega da expedição tinha terminado o jantar e disse que iria vê-la. Perguntou se eu não estava nervosa. Sinceramente achei que seria algo passageiro. Às vezes a pessoa vomita e se sente melhor. Esperava por isso.

 

Novamente ficaríamos em hotel diferente das duas amigas. Dessa vez ficamos na Pousada das Dunas (a dona mora no local) em Mateiros. Foi o melhor local que ficamos em Tocantins. O quarto tinha roupa de cama cheirosa, banheiro limpo, wi-fi, frigobar, água disponível no filtro, ar-condicionado e o café da manhã excelente, com sucos naturais, bolos caseiros, pão de queijo - tudo feito no local. E é preciso destacar também a cordialidade. Assim que chegamos fui tomar banho, mas Giovana continuou com dor na barriga. Priscila perguntou ao dono onde ficava a farmácia e ele queria ir comprar o remédio de carro! Ela declinou e disse que ia caminhando. Levou uns 20 minutos e a farmácia estava fechada, mas ligaram pra avisar ao dono que alguém precisava de remédio (coisas do interior). Comprou um genérico de Buscopan, já que não tinha o original. Quando saí do banheiro quase desmaiei ao saber que tinha ido sozinha (ela tem 18 anos e estava sob minha responsabilidade). Giovana tomou o remédio e acordou muito melhor. Em tempo, pois no terceiro dia tinha os esperados fervedouros.

Terceiro dia

No terceiro dia não tivemos nem 15 minutos para tomar o ótimo café da manhã da pousada e nosso guia já estava na porta.

Segundo o dicionário, fervedouro é um lugar onde o líquido entra em ebulição, efervescência. No Jalapão são encontrados inúmeros fervedouros (mais de 30), mas apenas 13 estão abertos pra visitação. Falaram que os donos de terras com fervederouros não têm interesse em abrir para visitação turística. Os fervedouros ficam em áreas com árvores e vegetação, muitos com água clarinha e tem alguns buracos na areia, com até 70 metros de profundidade, mas que as pessoas não afundam. Surgem de rios subterrâneos, onde a água jorra com grande pressão que impede que as pessoas caiam. Alguns buracos têm pequenos diâmetros, mas outros são enormes que dá medo, todavia realmente não afunda! Os donos dos fervedouros cobram por pessoa (no pacote já está incluso), podendo entrar de 5 a 12 pessoas - em todos só pode ficar por 15 minutos.

O primeiro fervedouro do dia foi Fervedouro do Ceiça. Como todas queriam foto (exceto a Pri), combinamos que cada uma teria 2 minutos para tirar fotos e todas teriam 5 minutos dentro do fervedouro. Aqui cabe a discussão se é melhor aproveitar o local ou registrá-lo, mas se todos querem fotos é melhor organizar. Nesse acabamos ficando por 20 minutos, pois não tinha chegado outro grupo.

 

Seguimos para a Cachoeira da Formiga (águas do Rio Formiga), que fica em uma propriedade privada. A água é transparente com uma cor esverdeada. Tem uma parte profunda, que chega a 3 metros, mas a água segue o fluxo por um "rio" que não tem 1,5 metro de profundidade. Fui caminhando pelo rio com Giovana, depois Pri veio e disse que todo o caminho até a queda da cachoeira tinha a mesma profundidade, então seguimos caminhando até lá. A temperatura é ótima. Fiquei sentada sob a queda d´água e aproveitei a massagem. Considero a melhor cachoeira que fui até hoje (não digo que é a mais bonita, mas a mais agradável pra ficar na água).

 

 

O segundo fervedouro foi o Fervedouro do Buriti. A cor do fervedouro é linda. O cenário é algo inenarrável. Levo uma câmera DSLR Nikon e comparei as fotos desse fervedouro tiradas com o celular iPhone da minha sobrinha. Realmente a diferença é gritante, logo, não vale mais levar uma câmera pesada nas viagens, exceto para fotógrafos profissionais. 


Almoçamos e seguimos para o Fervedouro do Salto, e, confesso que depois já não sabia, olhando as fotos, onde foram tiradas, pois a paisagem vai ficando muito similar.

 

No retorno choveu bastante e, chegando na Pousada Cachoeiras do Jalapão, em São Félix do Tocantins, a energia elétrica acabou. Fomos aproveitar a piscina, mesmo com o frio. O banheiro dessa pousada era caótico, pois a porta estava quebrada e a água molhava o banheiro inteiro. Após o banho, jantamos correndo para seguirmos pra outro fervedouro. 

Não está no roteiro a visitação a um fervedouro no período noturno, mas nosso guia, Afonso, combinou que nos levaria. Só tivemos que pagar a entrada, R$20,00 cada. O Fervedouro do Alecrim está localizado em São Félix e fica aberto até às 22h. Tem um camping no local. Não tivemos tempo cronometrado. Só entrou eu, Giovana e uma das companheiras de viagem. Estava fazendo frio. E nesse fervedouro o buraco era enorme. Ninguém teve coragem de ver se realmente não afundava, portanto, Afonso entrou para nos mostrar e encorajar.


Existem outros passeios extras que a pessoa pode fazer pagando por fora, conforme disponibilidade do guia. Por exemplo, as duas amigas que estavam no carro conosco foram na trilha para ver o nascer do sol na Serra do Jacurutu, saindo às 5h, por R$150 cada, mas o dia amanheceu bem chuvoso e o sol não deu as caras.

 

Quarto dia

No nosso último dia, tomamos o café da manhã correndo, pois Afonso deu apenas 10 minutos, e partirmos para o Fervedouro Bela Vista. Esse local tem uma imensa estrutura e pousada própria, onde os hóspedes podem usufruir do fervedouro só pra eles das 18 às 8h do dia seguinte! O guia disse que é difícil conseguir reserva. Já tinha dois grupos aguardando quando chegamos. Esperamos cerca de 1 hora. Giovana até cochilou na rede. Enquanto aguardávamos seguimos uma curta trilha até a "ilha do amor", um local onde escoa a água do fervedouro.


Ilha do amor

Nesse entram 12 pessoas de uma vez e o tempo de 15 minutos é cronometrado mesmo. O local é lindo e área com água é maior que os anteriores. Tem ainda uma torre de onde pode fotografar do alto. Nessa hora queria ter drone!

Passamos rapidamente pela Praia do Alecrim (rio), mas nesse momento estava chovendo. 


Seguimos para o almoço no Parque encantado, onde serviam self-service. Comida simples e boa. Tinha banheiros (sem porta) onde pudemos tomar banho antes de voltarmos. Tem ainda uma cachoeira com água bem gelada no local.

O último atrativo é a Serra da Catedral, uma enorme pedra com o formato que lembra uma igreja.

Depois fizemos a viagem de retorno até Palmas, com direito a uma parada para banheiro e sorvete, e chegamos muito antes do que pensávamos, por volta das 17h. 

Vale ressaltar que nos 4 dias ouvimos piseiro (estilo musical que desconhecia) da playlist do guia. Giovana repetia o nome dele (Afonso) centenas de vezes e decorou todas as canções!

O Jalapão é um lugar surpreendente, pois tem paisagens incomuns e preservadas, mas a expedição é muito cansativa. Cada dia em uma hospedagem, aquela loucura para tirar tudo da mochila, guardar toalha e roupas molhadas. No outro dia muda novamente. Além de passarmos muito tempo na estrada sacolejando para ficarmos apenas alguns minutos no atrativo turístico. É um passeio para fazer uma vez na vida.

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