Tiradentes, Bichinho e São João del-Rei
Decidi deixar as férias pro fim do ano com esperança da pandemia de coronavírus ter passado. Parcelei em dois períodos, 18 dias em outubro e 12 dias em novembro. E não foi nada fácil viajar nesse segundo período. Tinha poucos dias e provas. Deixei pra pesquisar algum destino após o início das férias e as passagens aéreas estavam com valores absurdos! Cheguei a encontrar ida e volta para Porto Alegre por menos de 400 reais (ainda não conheço Gramado), mas quando voltei para acrescentar minha sobrinha, o valor da ida foi para R$1.890,00 - o que é inacreditável.
Informei minha irmã sobre a viagem, para arrumar a mochila da minha sobrinha quando chegasse em casa.
Em seguida, procurei uma pousada, primeiro no site hoteis.com, mas não tinha muitas opções, então, reservei a "Pousada das Artes", por 250 reais diária no booking! Um valor muito alto, praticamente o preço do hotel que fiquei em Paris no ano anterior, só que em Paris tinha ar-condicionado. O preço da hospedagem em Tiradentes, no centrinho, é bem elevado. Quem vai de carro tem mais opções, principalmente em São João.
Tinha lido que nos fins de semana os ingressos do passeio de Maria Fumaça entre Tiradentes e São João del-Rei esgotam. Abri o site oficial, que direciona para comprar o bilhete no "guichê virtual", que cobra taxa, mas encontrei um cupom de 15% de desconto e o valor ficou até mais barato que na bilheteria. Só tinha a ida e no último horário (16h). A inteira custa R$70,00 só ida e R$80,00 ida e volta. E a meia-entrada custa R$35,00 só ida e R$40,00 ida e volta.
Corri para arrumar minha mala, passar as roupas, regar as plantas. Tudo em tempo recorde.
No dia seguinte acordei às 5h, tomei café e banho. Chamei o app 99 às 6h e cheguei na rodoviária em apenas 10 minutos. Minha irmã chegou um pouco depois com minha sobrinha. Subimos para embarcar e, de repente, minha irmã apareceu correndo atrás, pois leu que poderia pagar R$2,00 para esperar nosso embarque na plataforma.
A viagem tem a previsão de 5:30, com uma parada em Juiz de Fora, no Graal, por 15 minutos. O ônibus estava bem vazio. Na parada comprei apenas um pastel e um pão de queijo e dois refrigerantes. Giovana disse que se sentiu mal com o pastel, mas preferiu dormir para passar o enjoo.
Na chegada da rodoviária em São João mediram nossa temperatura. Achei que o app 99 chamava táxi por lá, mas não funcionou. Fui até o taxista que queria R$60,00 por uma corrida de 10km. Voltei para a rodoviária e segui para o guichê de informações. O rapaz foi até uma barraca lá dentro e falou que o André poderia me levar, que daria uns 35 reais. Pediu para esperar na porta que passaria para nos buscar.
O motorista foi super honesto e cobrou R$28,00, o mesmo preço que cobraria pelo app. Só aí descobri que lá usam o app "UAIBER", pois tinha um adesivo colado no carro. Assim que cheguei na pousada instalei. E lá me disseram que o app "Garupa" era mais barato, que também instalei.
A pousada que fiquei está localizada na frente da rodoviária de Tiradentes, portanto, pegar ônibus também seria uma opção. Me falaram que sai da plataforma de dentro da rodoviária (ônibus amarelo) de São João, mas ninguém vai te dar essa dica por lá!
A dona da pousada e a assistente dela são super simpáticas e fizeram a gente se sentir em casa, mas fiquei desesperada quando percebi que o quarto não tinha ar-condicionado, pois fazia um calor de 32 graus. Nunca olho esse detalhe, pois hoje em dia é quase impossível não ter ar. Fui na recepção para fazer o pagamento e perguntar quanto seria um quarto com ar (tem 2 com essa opção) e teria que pagar mais R$500,00, logo, desisti. Além do calor, o local fica próximo de muitas árvores, portanto, tínhamos que lutar contra os insetos a noite toda.

Exatamente ao lado da pousada tem um restaurante, Delícias de Tiradentes, que serve um buffet por R$ 29,900 e pode comer o quanto quiser. Minha sobrinha pagou a metade. A comida era boa e estávamos famintas.
A comida na cidade é bem cara, os valores mais baratos que vi foi um buffet na pousada do outro lado da rua, que custava R$21 e um PF perto do supermercado Esquinão, que custava R$18,90.
Em seguida, fomos passear pelas ruas centenárias. Passamos Igreja de São João Evangelista, tiramos foto com a escultura de Joaquim José da Silva Xavier até chegarmos na principal construção da cidade, a Igreja Matriz de Santo Antonio. Se quiser entrar é preciso pagar R$5,00. Tendo em vista que fecharia em 5 minutos, acabei não entrando. E não fui em outro dia conhecer o interior.
Passamos diante de um busto de Tiradentes, entramos nas lojinhas que estavam abertas. Passamos pela "Rampa das Flores", um local com bar, sorveteria e restaurante.
Uma surpresa foi a loja "Flor de Lótus", que tem inúmeros doces mineiros. Compotas, doces de leite, goiabadas, balas de cachaça, cachaças, queijos. E muitas balas de coco que derretem na boca. Pegamos duas de cada pra comer na pousada.
Tomamos sorvete de cajá no "Frutos de Goiás". Estávamos cansadas e Giovana não quis sair pra lanchar.
O café da manhã na pousada era servido com horário agendado. Por volta das 9:30 descemos e só tinha um casal no mesmo ambiente. Além das frutas, sucos, bolos dispostos, podíamos pedir ovos, pamonha e pão de queijo. Amo café da manhã e comi frutas, pão de queijo, quiche.
Havia duas sobrinhas da dona da pousada na piscina e chamaram Giovana para brincar. Disse que poderia ficar por 1 hora, enquanto me arrumava.
Caminhamos até o Largos das Forras, que é a praça principal da cidade. Visitamos algumas lojinhas. Em seguida, fomos visitar o Museu de Sant´Ana, que tem entrada gratuita para estudantes. Menor paga meia. Não tinha levado a carteira de estudante da minha sobrinha, mas pedi pra minha irmã, que enviou via "Whatsapp" e foi aceita na bilheteria. O museu abriga 291 imagens de Sant´Ana. É bem pequeno.
Visitamos ainda o Chafariz de São José, que foi construído em 1749, que servia para abastecer com água a população local. Em 1983 a região teve tratamento paisagístico de Burle Marx.
Giovana parou numa loja de brinquedos artesanais, Quebra cuca, e comprou alguns.
Nosso passeio de Maria Fumaça estava marcado para sair às 16h. Após o almoço fomos caminhando, cerca de 1,2 km. Chegamos lá meia hora antes e já tinha fila. Deixei agendado com o motorista do Uaiber para me buscar, mas o trem só partiu às 16h20, portanto, mandei mensagem avisando sobre o atraso. Nosso ingresso estava no celular e enquanto mostrava os comprovantes já não tinha vaga no vagão com poltrona acolchoada, pois os demais são de madeira.
Fiz esse passeio quando tinha 9 anos e acho que não mudou muito, exceto pela paisagem, que agora tem muitas construções. Acho que Giovana ficou mais empolgada quando o trem chegou, pois, segundo ela, parecia do filme do Harry Potter. Em outubro tínhamos feito um passeio de 4h de trem de Curitiba a Morretes e trem já não era uma novidade.
Assim que chegamos, os funcionários mandavam sair rapidamente, sem tempo para tirar fotos. Quando saímos da estação o motorista já nos aguardava. O retorno custou R$26,90.
Quando a noite chegou, fomos passear na pracinha para ver a árvore de Natal iluminada, mas não consegui comer absolutamente nada, pois estava enjoada.
No domingo, assim que acordei, justifiquei minha ausência na eleição pelo app. Tomamos café.
Queríamos ir a Bichinho, que é na verdade é Vitoriano Veloso e pertence ao município de Prados. Antes de viajar vi que uma agência cobrava R$130 pelo passeio. Na pousada me informaram que o táxi cobrava R$70 para levar até lá. Decidi que chamaria por aplicativo, mas restou a dúvida sobre como voltar, pois li relatos que naquela região não tinha internet. O motorista do dia anterior não poderia nos levar, pois tinha outro compromisso.
Chamei pelo app Uaiber, que leva uns 20/30 minutos para chegar, pois todos saem de São João. O motorista me deu a opção de ficar comigo, parando nos lugares, mas com o "taxímetro" ligado. Me deu como base o valor de um casal do Rio, que inclusive parou para almoçar, e saiu por R$70,00. Aceitava cartão, logo, dei "ok".
A primeira parada foi a famosa "Casa Torta". Tinha uma fila de umas 30 pessoas. Brigas porque algumas pessoas tiram sem ficar na fila, outras passavam na calçada. Para entrar cobram R$40 por 1 hora. Se não tivesse no "taxímetro" até pagaria para minha sobrinha.
Depois parávamos em cada lugar que parecia interessantes, pois tem muitas lojas de artesanatos, galerias. Giovana quis comprar uma lembrança para a avó dela. O dia estava lindo, que colaborava para as fotos nos lugares coloridos.
No local tem alguns alambiques (fábricas de cachaça): Mazuma, Tabaroa, Velho Ferreira. Se tivesse caminhando e com tempo livre entraria para fazer a degustação e conhecer a produção. Para almoçar indicam o restaurante "Tempero da Ângela". Fomos até a porta, mas estava fechado em pleno domingo. Tinha ainda um museu de automóveis antigos, que cobrava R$30, mas tiramos foto apenas na porta.
O percurso todo deu 1h55 minutos e 17 km, que custou R$48. Achei justo e foi bem confortável.
Retornamos para a pousada e depois seguimos para a FLITI - I Feira Literária de Tiradentes, onde assistimos uma palestra.
No retorno, sem querer descobrimos que na rua da pousada tinha um mirante para assistir o pôr do sol. Ali também está localizada a Igreja São Francisco de Paula.
Finalmente conseguimos sair a noite para comer uma pizza. Dessa vez conseguimos uma mesa do lado de fora do restaurante. Percebemos que embora seja muito quente durante o dia, a temperatura tinha caído uns 10 graus.
O que faríamos na segunda-feira? Decidi chamar o app Garupa para São João del-Rei, para conhecermos o centro histórico. Achamos que iríamos morrer, pois o motorista correu muito, ultrapassava ônibus, caminhão.
A primeira parada foi a Igreja São Francisco de Assis, famosa por ser uma obra de Aleijadinho. Foi construída em 1774. Chegamos com a badalada dos sinos que era surpreendente e tocava alguma música. A igreja estava fechada, logo, não visitamos o interior.
Paramos para fotografar a Igreja Nossa Senhora do Rosário, construída em 1719. Estava fechada. Quase na frente fica o "Solar dos Neves", um casarão antigo que pertence à família Neves. Estava fechado em razão da pandemia.
Passamos pela Basílica Nossa Senhora do Pilar, avistamos a Igreja Nossa Senhora das Mercês e continuamos a caminhada até a Igreja Nossa Senhora do Carmo, construída em 1734. Ali perto fica o Mercado Municipal de São João del-Rei, que é bem simples e com pouquíssimas barracas. Compramos um pilão de pedra, queijo e geleia.
Procuramos um local para almoçar e decidimos entrar no restaurante "Tempero Mineiro". Funciona com o sistema de buffet que come o quanto quiser, mas esse tem uma taxa de 5 reais se sobrar comida no prato. Custa R$18. Minha sobrinha pagou a metade. A comida era boa, o espaço amplo. Bom custo-benefício.
Voltamos com o app Garupa. Depois seguimos para conhecer o doce de leite mais famoso de Tiradentes, do "Chico Doceiro". Pedi 2 doces no canudinho para experimentarmos. Muito bom o doce!
Passamos no mercado "Esquinão" para comprarmos água e morango. No retorno, tomamos banho de piscina.
Na terça feira, tomamos café da manhã sem pressa, depois fomos nos arrumar, ainda demos uma última volta na cidade e só chamamos o aplicativo ao meio-dia. Optamos por não almoçar. O ônibus sairia apenas às 14h. A viagem foi tranquila, embora o tempo tenha ficado chuvoso, e tinha apenas 5 passageiros.
0 comentários