Um fim de semana em Buenos Aires

Não pensava em retornar a Buenos Aires tão cedo, uma vez que estive na cidade em 2009 por 8 dias e em 2010 por 7 dias, portanto, já conhecia razoavelmente as atrações turísticas. Minha irmã tinha me comunicado que viajaria com minha mãe para comemorar o aniversário, mas não tinha férias no período. Na semana da viagem, surgiu a oportunidade de conseguir 1 dia de folga no trabalho, mas restaria pouco tempo para aproveitar, uma vez que o voo comprado por elas chegaria lá no sábado às 17h.

Minha irmã me disse o horário do voo e que tinha comprado no site da gol. Acessei e achei um com partida 5 minutos após ao horário indicado, mas pensei que era apenas uma alteração de horário. Comprei a passagem dia 12/12 para viajar no dia 14/12, e, por óbvio, não foi barato em razão da proximidade do embarque, custou R$1.377,00.  
Arte urbana
Tive que correr para o shopping e comprar uma mala "p", pois a passagem não dava direito a bagagem de porão e sempre comprei mala "m", pois nunca consegui viajar com pouca coisa. Teria apenas a noite de sábado, o domingo e a segunda - retornando na madrugada de segunda para terça-feira.

Elas já tinham reservado dois quartos no Hotel Boca by Design,  que fica em Montserrat, bem próximo de alguns pontos turísticos como a Casa Rosada ou Café Tortoni. E não precisei pagar pela hospedagem!
No dia da viagem soube que meu voo era pela Aerolíneas Argentinas, enquanto da minha irmã, sobrinha e mãe pela Gol. Meu voo atrasou um pouco, tanto que saí uns 20 minutos após a decolagem do voo da Gol.
A conversão do real para o peso estava favorável, 1 Real = 14,50 pesos argentinos. Tinha dado as coordenadas para elas saírem e procurarem o Banco de la Nación para fazer câmbio - o banco fica aberto 24 horas no aeroporto de Ezeiza. Fiz a imigração e as encontrei na fila. Troquei 700 reais e não gastei a metade.

Achei o  exterior do aeroporto muito diferente que há dez anos. Tinha cobertura do saguão até o estacionamento. Ponto de ônibus. Internet wi-fi. Das outras vezes tinha recorrido ao táxi, mas a corrida sempre custou cerca de 100 reais, pois o aeroporto fica bem longe do centro. Seguimos até o estacionamento, onde o uber pode parar. A corrida estava com valor alto, mas esperamos alguns minutos e caiu para 650 pesos, ou seja, menos de R$50,00!!! E chegou um carro enorme, com um bagageiro que coube as malas perfeitamente.

O hotel é do time de futebol do Boca Juniors, logo, temático. Tudo decorado com amarelo e azul, as cores da equipe, bem como exibiam a Taça da Libertadores, bolas, camisas, além de ter uma lojinha para vender produtos. Tinha piscina aquecida e academia. O quarto era enorme, com uma cama king, banheiro com hidromassagem, frigobar, tv. O quarto que fiquei com minha mãe era bem maior que o quarto que minha irmã ficou com minha sobrinha.
 
Um amigo, que viajou comigo para a cidade nas duas primeiras vezes, contou que na última visita dele tinha sofrido uma tentativa de furto e ficou assustado com a violência. Assim que liguei a tv, qual foi a notícia que apareceu? Um turista inglês, que estava com o filho, esperava pelo uber da porta de um hotel de luxo em Puerto Madero e um motoqueiro tentou assaltá-lo, mas reagiu e foi morto. 

Tomamos banho e por volta das 21h chamamos o carro pelo aplicativo para Puerto Madero, objetivando achar algum lugar para jantar, pois estávamos famintas. Primeiro caminhamos até a Puente de la Mujer, que é um monumento símbolo do bairro. Foi a primeira obra do arquiteto espanhol, Santiago Calatrava, na América do Sul (aqui no Rio fez o Museu do Amanhã). Depois de caminharmos bastante achamos um restaurante com ótimo custo benefício: Villegas Resto. Pedi um menu que tinha empanada de entrada, frango com fritas como prato principal, duas taças de vinho, uma taça de champanhe, e optei por um tiramisú de sobremesa. Minha irmã e minha mãe pediram empanada, bife ancho com salada. Minha mãe preferiu um refrigerante ao champanhe e a sobremesa da minha irmã era divina: panqueca de doce de leite! Minha sobrinha comeu frango e pediu sorvete. O menu era incrível e custava 850 pesos (cerca de 60 reais)!

 
 
No dia seguinte tomamos banho e seguimos para o café da manhã. Tinha media lunas (croissants), pão de forma, cupcake, frios, frutas (maçã, banana, laranja e pera), cereal, suco de laranja e de pomelo. Café, chá, leite.

Quem vai ficar apenas 2 dias num país espera encontrar boas condições meteorológicas, mas o dia amanheceu chuvoso! Seguimos para o Shopping outlet Distrito Arcos (Paraguay 4979), no bairro de Palermo. Antes tinha ido no outlet da Lacoste que ficava na mesma rua. O shopping parece recente. Me chamaram atenção por fotografar com câmera profissional dentro do ambiente (isso já tinha acontecido no Chile). Não compramos absolutamente nada. 
 
Em seguida, fomos para a famosa Feira de San Telmo, que só ocorre aos domingos. Dessa vez não encontrei nada interessante. Uma vez comprei uma bolsa de couro com o rosto da Frida Kahlo. 
Entramos numa loja de doce de leite e alfajores que estava lotada: La vaca lechera. É excelente, pois tem degustação para todos os produtos vendidos: doces de leite variados e maravilhosos, alfajores, licores. Compramos muito doce de leite e alfajores.

A melhor surpresa da viagem foi conhecer o Mercado San Telmo (como não visitei antes?). É um mercado tradicional que estava lotado. Tem dezenas de restaurantes, inclusive o nº1 do Tripadvisor (Hierro Parrilla). Tendo em vista que era domingo, foi difícil caminhar tranquilamente. Uns quatro restaurantes tinham mesas comunitárias numa "praça de alimentação". Escolhemos "La Choripaneria", que tem o melhor choripán (sanduíche de pão, linguiça e chimichurri) da cidade. Há um menu com diversos tipos de choripán. Entrei na fila, paguei um sanduíche e uma sidra (amo sidras). Eu e minha irmã pegamos a chave para ir no banheiro (cada restaurante cede sua chave para os clientes). Depois fui para a mesa (é bem disputada), enquanto minha irmã foi comprar empanadas em outra barraca. É imperdível, tanto que está na 18ª colocação entre 5.032 restaurantes da cidade. Voltei no dia seguinte. O mercado é tão incrível, que minha mãe e irmã que permaneceram na cidade por mais três dias voltaram todos os dias para lá.
 
 
Retornamos para o hotel, pois minha mãe estava cansada e queria descansar, mas voltamos para a rua. O objetivo era caminhar até a estátua da Mafalda, mas nos deparamos com uma feira muito melhor que a feira de San Telmo. Era a Feira da Calle Defensa. São vários quarteirões de barraquinhas. Giovana ficou doida e comprou meias com estampas diversas, amigurumis (bonecos feitos de crochê), eu quis duas ecobags da Mafalda, já minha irmã comprou um anel para minha mãe. Na mesma rua tinha uma loja de suvernires, que também entramos.


 

A estátua da Mafalda (personagem criado pelo cartunista Quino) não é preservada, apesar de ser um ponto turístico procurado, tanto que tinha uma enorme fila. E me estressei, pois algumas pessoas optam por furar a fila. Tinha uma placa informando sobre o "Paseo de la Historieta", que é um circuito em homenagem às historinhas em quadrinhos argentinas. Passamos por alguns bonecos, mas não estávamos tranquilas, pois as ruas estavam muito desertas.

 

Chegamos na Casa Rosada (sede da presidência) e tiramos algumas fotos,  caminhamos pela Plaza de Mayo, entramos na Catedral Metropolitana de Buenos Aires e depois chamamos uber (tinha wi-fi gratuito na praça).
Ao chegarmos no hotel, eu e Giovana fomos aproveitar a piscina aquecida, que é ótima. Ficamos lá por quase duas horas. 

Fomos no Café Tortoni, mas realmente é um lugar que não indico. Não tem nada bom. Os valores são absurdos. Minha irmã pediu uma pizza que estava horrível. Pedi torrada e veio queimada e a manteiga tinha que ser comprada separadamente. Esqueceram do churros. A localização era muito próxima do hotel, tanto que na ida o uber deu o valor mínimo. Não conseguimos wi-fi, logo, pensamos em caminhar. Assim que atravessamos (andaríamos duas quadras), percebi que um homem mudou a rota e entrou na mesma rua. Parei e alertei minha irmã, que chamou minha mãe que estava com minha sobrinha já adiantadas. O cara me olhou furioso. Corremos para atravessar a rua principal e voltamos para a porta do café. Ele também retornou e sentou num banco do outro lado da rua, para nos observar. Não tivemos outra saída e pegamos táxi, que deu o mesmo valor que o uber.


No dia seguinte, descobri um problema nesse hotel, da pior forma possível: tem um horário que não pode passar carro de passeio, logo, o uber não chega! Chamamos uber e não apareceu. O segundo falou que estava esperando em uma avenida distante. E não entendi nada. Entrei no hotel, para obter informação, e me falaram que de 8h às 17h não entrava carro de passeio naquela rua nos dias de semana!!! Outro problema: pago uber com cartão de crédito, mas 3 motoristas cobraram e não fizeram a corrida! Me mandavam uma mensagem dizendo que era a primeira corrida e se podia pagar em espécie. Quando me negava, eles paravam (esperando eu cancelar a corrida). Paguei três corridas que não fiz, mas consegui a devolução de dois valores, no entanto, cobraram iof no cartão, que é sempre uma guerra para o banco devolver. 

Depois de uma hora esperando uber, quando descobrimos que teríamos que andar até a avenida principal, surgiu outro problema: não tínhamos chip, tampouco sabíamos se teria wi-fi. Então pedi o carro e saí correndo para aguardá-lo. Seguimos para o "Jardín Japonés", que é um dos lugares mais bonitos de Buenos Aires. Localizado no bairro de Palermo, o jardim japonês foi construído em 1967. Estava com a carteira internacional de estudante, ISIC, que dava direito a 2 ingressos pelo preço de 1, logo, minha irmã não pagou, pois minha sobrinha teve a entrada grátis e minha mãe pagou meia.
 


Em seguida, pegamos um táxi até a "Floraris Genérica", que ainda não conhecia. Ficava relativamente perto, mas ninguém quis andar com o calor que estava. É uma escultura metálica que fica na Plaza de las Naciones Unidas, do lado da faculdade de direito.


Praticamente na frente fica o Museo Nacional de Belas Artes, que visitei na primeira vez que estive na cidade, mas agora está com uma cor mais suave, rosa, na minha recordação era de um prédio pintado de vinho. Engraçado que não vi a flor nas minhas duas visitas anteriores.
Não estava nos nossos planos visitar o Cemitério da Recoleta (eu já conhecia), mas o mapa mostrava que dava pra ir andando. No caminho, minha irmã avistou uma placa na calçada de um café que tinha um valor sensacional, um petisco (batata frita, tiras de frango, nachos com cheddar, etc) com duas cervejas por 300 pesos (cerca de 21 reais). Minha irmã solicitou 2! Ainda pedimos para trocar duas cervejas por duas coca-colas. Quando veio a conta ela quase desmaiou. Pediu para minha sobrinha sair e tirar a foto da placa para conferir e lá estava um 1 minúsculo na frente do 300!!! A conta saiu muito mais cara que se tivéssemos ido num restaurante.
 

Passamos pelo Centro Cultural Recoleta que agora tem um belo grafite na fachada (na primeira vez aproveitei para conhecer). Do lado tinha uma loja de artigos religiosos e minha mãe entrou para comprar terços. No Cemitério da Recoleta sofremos para encontrar o túmulo da Evita.

 

O tempo mudou e começou a ventar, mas não desistimos de continuar o passeio. Chamamos um uber e fomos até o Caminito. Choveu enquanto estávamos no carro, mas a viagem demorou bastante, tanto que fui a única que permaneceu acordada. Adoro o clima de lá, com as casinhas coloridas, cheio de lojas de suvenires. Elas quiseram entrar em quase todas as lojinhas. 


 
 
Decidimos novamente ir até o Mercado San Telmo comer na La choripaneria. Tendo em vista que era segunda-feira e já passava das 18h, o local estava vazio. Sentamos no banco da própria barraca dessa vez. Pedi um que tinha linguiça, pimentão assado e queijo gorgonzola - estava divino!!!


Para finalizar o passeio, pegamos um uber até a livraria "El Ateneo", considerada uma das mais bonitas do mundo e que ainda não conhecia. O jornal inglês "The guardian" disse que era a segunda mais bonita. Ao lado tinha loja de badulaques e elas ficaram lá por mais de 1h até fechar às 21h.
Cheguei no hotel e fui para a piscina com Giovana. Minha irmã pediu uma pizza pelo Rappi (horrível). Eu teria que sair do hotel por volta das 2:30 da manhã, pois meu voo era 6h! Arrumei mala, tomei banho e deitei para tentar cochilar. Desci para chamar o uber e o primeiro já queria pagamento em espécie, logo, levei quase meia hora para conseguir outro carro na madrugada. E fiquei tensa, pensando se não cairia em algum golpe, sozinha e de madrugada. O percurso levou cerca de 1 hora e deu 809 pesos. Infelizmente me deixou no terminal errado, embora tenha dito que voaria com a Aerolíneas. Tive que caminhar uns 10 minutos por fora num local em obras. 

Nunca foi tão difícil esperar tanto tempo num aeroporto, pois não tinha dormido. Deitei no carpete e tentei descansar, mas agarrada com meus pertences. Teve um momento que estava tão "bêbada" de sono que quase caí sobre a mala - nunca tinha passado por isso. E detalhe: faria conexão em Porto Alegre. E ainda teria que ir direto para o trabalho. Na chegada no Galeão tem que ter paciência, pois é sempre o mesmo golpe. Chamei o aplicativo 99 e o motorista parou, esperando que cancelasse para receber pelo cancelamento. Aconteceu duas vezes no mesmo dia. Depois peguei um baita engarrafamento. Não sei como consegui trabalhar naquela terça-feira.

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