Joanesburgo e Pilanesberg National Park

Na África do Sul, os voos internacionais chegam pelo Aeroporto Internacional Oliver Tambo, em Joanesburgo, que é um hub no continente africano, servindo como centro de distribuição de voos.

Antes de sair da Cidade do Cabo, pesquisei o trajeto que faria da estação de trem até o hotel e vi que o google mostrava que algumas vias estariam interditadas em razão da "Johannesburg Pride Parade & Festival", no dia 26/10/2019. Após o desfile, que começaria às 11h, teria show até às 22h no Sandton Central Rivonia Road, com a ilustre presença da drag Brooke Lynn Hytes.

Queria muito chegar no horário para poder presenciar a parada gay da cidade. Meu voo sairia de Cape Town apenas meio-dia. Poderia ter comprado num horário mais cedo, mas fico receosa de perder o voo por algum imprevisto. Infelizmente houve um atraso de uma hora. Enquanto aguardava num sofá, percebi que uns 3 casais perto de mim eram brasileiros que estavam voando direto para o Kruger Park (quem me dera!)

Outra descoberta no período que aguardava é relativa ao outro aeroporto da cidade de Joburg, que é o Aeroporto de Lanseria. Para quem vai alugar carro, parece uma boa opção (acredito que tenha locadora). E fica no meio do caminho para o parque Pilanesberg.
Assim que peguei minha bagagem, segui as placas até a estação do "Gautrain" (trem rápido). Foi fácil achar (fica no segundo andar, entre os terminais A e B) e tinha uma super segurança. No momento que cheguei, os guichês estavam fechados, então, tive que comprar na máquina. O pagamento pode ser realizado com dinheiro ou com cartão de crédito. Tem que comprar o cartão (Gautrain Gold Card) juntamente os créditos. O cartão custava 12 rands e coloquei 165 rands (46 reais) o trecho, totalizando 330 rands, pois comprei ida e volta.
 



Com o cartão na mão, basta passá-lo no leitor instalado na catraca. Dentro da estação tem banheiro. Segui até a plataforma para aguardar o trem - que chega a cada 20 minutos, em média. O trem tem espaço para as malas, ar-condicionado, poltronas confortáveis. Pesquisei um hotel em Sandton, o mais próximo da estação de trem. O Gautrain faz um percurso de 32 km em aproximadamente 12 minutos! A segunda parada fica em Marlboro, uma grande favela da cidade. Para quem viaja acompanhado, pegar uber ou Bolt é mais vantajoso, mas tem que caminhar até o estacionamento.

Não foi uma tarefa fácil encontrar um hotel com bom preço e próximo da estação de trem. Joburg tem níveis de violência muito superiores aos de Cape Town. Antes de viajar, li um relato de quem ficou em Sandton, mas teve que caminhar cerca de 1km e passou perrengue. E li um relato num blog em que uma menina contava que pegou o Gautrain até o centro (teve que fazer baldeação), pois escolheu o hostel Once. Foi assaltada e desenhou um cenário apocalíptico.

Escolhi o Signature Lux Hotel, by Onomo, que estava a 400 metros da estação do Gautrain e a 50 metros da Nelson Mandela Square. Paguei R$515,73 por duas diárias no quarto duplo - sem café da manhã. Li alguns relatos de furto dentro do hotel (tem cofre), logo, precisa decidir se vai ser furtado no hotel ou roubado na rua (exagerei um pouco). Inclusive duas pessoas no voo de volta, pela Latam, me contaram que foram furtadas na cidade. Um casal de idosos no hotel e um homem jovem e forte no shopping!


No caminho encontrei algumas pessoas da parada gay, mas já tinha passado. Só fui abordada uma vez, por um motorista de tuk-tuk, oferecendo seus serviços. Finalmente cheguei para fazer o check-in às 14h. Fiz a reserva no site hoteis.com e já tinha pago. Nunca tinha acontecido do atendente não encontrar minha reserva. O atendimento no hotel é péssimo. Ele dizia que não tinha reserva. Coloquei minha mochila no chão e peguei minha pasta, onde coloco as reservas impressas. Entreguei o papel na mão dele, mas suei frio, pois se insistisse que não tinha vaga? Nesse tempo apareceu uma bee (um rapaz gay) linda no hall, aguardando o elevador, e gritei "Amigo, você vai para a parada?". Ele respondeu que ia e perguntou se queria que esperasse. Infelizmente o rapaz saiu e eu ainda não tinha resolvido a querela. Fizeram outra reserva e só pude subir às 15h!!! 

A decoração é algo inimaginável! No hall tinha duas máquinas de café, com chá, café, etc. Além de água disponível para os clientes. O quarto era bem pequeno, com tv, entradas de tomada adaptada, mas não tinha frigobar. O banheiro estava cheio de fios de cabelo. Achei bem sujo. E ainda se classificam como 4 estrelas! Percebi que não devia ser tão seguro, mesmo sendo o bairro mais rico da cidade, pois tinha dois seguranças fortemente armados na porta. Outro ponto negativo: tem um aviso no elevador que uber não pode buscar ou deixar ali, apenas na avenida principal. Provavelmente tem algum esquema com o ponto de táxi que fica na rua.
Sempre quis conhecer o Museu do Apartheid, mas fica a 30 minutos de carro de Sandton (21km) e fechava cedo, logo, só restava ir para o Nelson Mandela Square, que é o maior shopping do continente. É enorme e tive dificuldade para conseguir encontrar a saída. Perguntei na portaria como chegava no shopping. Me orientou a passar por dentro do prédio comercial na frente do hotel, portanto, em 100 metros tinha chegado no destino.

Primeiro tirei uma foto diante da enorme escultura do Nelson Mandela, depois fui procurar um lugar para almoçar no shopping.
Em contraste com Cidade do Cabo, Joanesburgo é uma cidade com a população predominante negra. Dentro do shopping encontrei diversas pessoas da parada gay, pessoas de maiô, mulher sem sutiã, foi bem divertido. Nas vezes que pude, cumprimentei e falava que estavam lindos.

São diversas lojas, muitas de luxo, lojas brasileiras como Melissa, mas achei que não tinha tantos restaurantes. Do lado de fora tem um Hard Rock Cafe, um restaurante descolado chamado "Trumps Grillhouse", "The big mouth", na praça de alimentação vi o restaurante de frutos do mar (que amei) Ocean Basket, mas preferi experimentar a comida da "Adega Express", que, em tese, vendia comida portuguesa. Pedi um prato que tinha frango e batata frita e salada por 52 rands (13 reais). Vinha acompanhado com um "portuguese roll", um pão, que no mercado também tinha o mesmo nome. O frango estava coberto por um molho de piri piri (pimenta originalmente produzida por exploradores portugueses em Moçambique, país que faz fronteira), mas era gostoso.
Para finalizar o passeio, fui em dois supermercados, pois tinha que comprar algo para tomar café no dia seguinte, antes do passeio. O primeiro era gourmet e bem caro e também vende roupas, Woolworths. Depois fui para um mais popular: Checkers Hyper. Comprei pão, pimenta, maçã, suco. Caminhei para a fila e na hora a maçã não estava com preço, mas a atendente disse para eu ir até lá marcar. Aqui não funciona assim e fiquei perdida, mas coloquei na balança, digitei o código da fruta (tinha uma tabela) e dei ok, saiu a etiqueta com o preço e colei no saco de papel.

Antes de viajar fiz algumas reservas, assim não precisaria levar muito dinheiro em espécie.Reservei o passeio para safári no Pilanesberg National Park no site da Viator. Recebi um e-mail informando que a empresa responsável seria a MoAfrika Tours, e ainda, que me buscaria entre 6:15 e 6:30. Custou R$572,09, com safári em carro aberto na parte da manhã e carro fechado na parte da tarde. Direito a almoço com bebida.

Acordei, desci para pegar café na máquina e retornei pro quarto. Depois fiquei no hall esperando e tinha um indiano, que também entrou na mesma van. Ao todo tinha umas 12 pessoas. Levou 3,5 horas até o parque, isto porque, o motorista parou num restaurante e ficou ali por 40 minutos. Muitas pessoas aproveitam para conhecer o resort Suncity, que fica no caminho para Pilanesberg.

Pilanesberg National Park fica a 2,5 horas de Joanesburgo e é um ótimo destino para o viajante que tem pouco tempo, mas quer ter a experiência de um safári. A reserva tem 7 mil animais, incluindo o Big 5, além de 360 espécies de pássaros. Além de ser um ambiente livre de malária. Tem uma área de 550 km2, sendo o quarto maior parque da África do Sul.


Tive que sentar ao lado do guia do safári, pois fui a última a entrar no carro. Isto porque, antes de sairmos da van, o motorista perguntou se na parte da tarde as 4 pessoas que tinham optado por safári em carro fechado (na própria van) gostariam de mudar para aberto por 400 rands cada, pensei muito e acabei pagando, mas nem valeu, pois não vi um animal no período vespertino.


A vegetação estava muito prejudicada, então, falou que o parque tinha sofrido um incêndio. Todos que vão para um Safári buscam o Big 5, que são os cinco animais mais difíceis de caçar. São eles: leão, leopardo, rinoceronte, búfalo e elefante. Li anteriormente que poucas pessoas viram felinos naquele parque. Também não tive sorte.

Vimos logo no início girafas, elefantes, impalas, gnus, gazelas, antílopes,  kudu, um lindo e raro rinoceronte branco. Muitas zebras, que passam encarando as pessoas no carro. O guia disse que viu um leão atrás de uma árvore, mas mesmo com binóculo não vi.  Para quem quer fotografar é preciso ter câmera com zoom. Câmera profissional sem lente especial não fotografa bem.
Por volta de 13h paramos para almoçar num restaurante dentro do parque. Dentro do jipe o guia já tinha mostrado o menu, para que escolhêssemos rapidamente. Optei por um hambúrguer de carne, mas a maioria quis um sanduíche de linguiça, um prato típico de lá. Sentada vi elefantes, zebras, pássaros. É algo emocionante. 

Vale ressaltar que as pessoas podem fazer o safári por conta própria com seus carros. E acho que é a opção da maioria. Basta pagar a taxa de visitação. É indicado não abrir as janelas, em razão dos acidentes que já ocorreram. No período da tarde, como estava muito quente, quase 40 graus, não vimos animais, pois todos devem se proteger. 



No retorno, cheguei no hotel por volta das 18h, corri para conseguir ir no shopping, objetivando comprar algo para tomar café da manhã no dia seguinte, mas o supermercado estava fechando. Pela primeira vez, numa viagem, ouvi tiroteio! Por cerca de 30 minutos ouvi barulho de armas pesadas na região de Sandton. Parecia o Rio de Janeiro!



Na manhã de segunda, fiz o check-out, caminhei até a estação do Gautrain e cheguei no aeroporto cedo. Fiz o check-in e imigração. Vários brasileiros retornavam de destinos paradisíacos como Seicheles, Ilhas Maurício, Zanzibar. Um dia chego lá! Fui gastar meus últimos rands no duty free, comprei dois vinhos, 4 caixas de chocolate "Amarula", um perfume e sidras.

Infelizmente o avião da Latam não fez, no retorno, o mesmo tempo de ida, 8h, mas levou 10 horas! Devia ser alguma aeronave antiga. Com isso, perdi minha conexão para o Rio de Janeiro. Chegando no balcão da companhia aérea, me informaram que não tinha voo para o Rio, saindo de Guarulhos, naquele dia, me dando duas opções: ir para um hotel ou pegar um voucher para pegar um táxi até Congonhas, de onde o voo sairia em menos de 2h. Perguntei se daria tempo. Corri até o guichê da cooperativa de táxi, que levou mais de 1hora, em razão do trânsito. Lá a atendente mudou novamente meu voo, indo para Santos Dumont (antes iria para o Galeão). Corri e fui a última a entrar no ônibus que leva até o avião! Para finalizar, minha mala nova foi danificada - tinha um rasgo. Chegando no Santos Dumont fui fazer o RIB - registro de irregularidade de bagagem. A atendente disse que aquilo se caracterizava como desgaste! Uma mala samsonite soft nova com um rasgo de 10 centímetros. Poderia ter ficado no hotel, pois só cheguei em casa 23:50!

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