5 dias em Cape Town (Cidade do Cabo)

Costumo dividir minhas férias em 2 períodos e já tinha tirado 18 dias em agosto, restando 12 dias para uma nova viagem. Estou cursando a terceira graduação, portanto, só poderia viajar num período sem provas e o único mês possível era outubro. Marquei para iniciar as férias no dia 20, mas apenas no dia 13 adquiri a passagem, pois não tinha ideia para onde iria.

Entrei no site da Latam Pass (antigo Multiplus) e observei que no meu período de férias tinha um dia de ida e um de volta por 25 mil milhas o trecho, totalizando 50 mil milhas. Na época não era tão incrível, pois em maio houve promoção de ida e volta por 35 mil. Cabe destacar que a relação oferta e procura é implacável, pois logo após o encerramento das atividades da South African no Brasil o valor da passagem com milhas ficou estratosférico na Latam. Não escolhi quantos dias ficaria, o site "escolheu", totalizando 7 dias na África do Sul.
A bandeira da África do Sul
A moeda da África do Sul: o Rand
Para mulher que pretende viajar sozinha para a África do Sul, sugiro uma pesquisa detalhada em relação ao assédio, violência, furto, roubo, estupro, etc. Embora o país tenha um número alarmante de estupros, li que ocorre majoritariamente nas "townships" (favelas). O que me chamou atenção foi o relato que encontrei em dois blogs de mulheres que passaram muito constrangimento no aeroporto de Johannesburgo. Nos dois casos tiveram que ir para uma sala de revista, ficar sem roupa, perderam horas com todo o trâmite. E, para quem assiste ao programa "Aeroportos", na NatGeo, já dá pra entender o motivo. É preciso ir mentalmente preparada. E não tem como comparar Cape Town com Joanesburgo, a segunda é uma cidade bastante violenta.

Tinha pouco tempo para organizar a viagem. Meu objetivo era visitar Cape Town (Cidade do Cabo), portanto, ainda precisava comprar voos internos. Posteriormente, pesquisar hospedagem, ver os passeios, fazer um roteiro.


Costumo pesquisar passagem no site skyscanner, que mostra todos os voos e horários possíveis. Encontrei 3 companhias low cost (baixo custo): Mango, FlySafair e Kulula. A que tinha mais horários disponíveis e melhor valor era a FlySafair. Observei que não tinha diferença no valor se comprasse ida e volta junto ou separado, portanto, comprei separadamente, em dois localizadores. Acho melhor porque se tiver problema na ida, por exemplo, não perderia a volta. Tendo em vista que a Latam deixava levar 2 bagagens, sabia que iria com uma mala M, logo, comprei a passagem com direito a despachar bagagem. Ida foi 1.112 rands (280 reais) e volta 1.012 rands (250 reais). Na época, a conversão 1 real = 4 rands.


Escolher a hospedagem na Cidade do Cabo não foi nada simples, porque precisa priorizar a localização, para evitar lugares perigosos, bem como os valores são bem altos se quiser ficar na V.A. Waterfront. Decidi que ficar num hostel em quarto privado e, depois de ver muitos relatos, sobraram "Once", perto da Long Street, e "Never at Home", localizado em Green Point. Fiquei com a segunda opção. 5 diárias custou R$1.141,90. Sempre reservo pelo hoteis.com, pois prefiro pagar antecipadamente e parcelado.

Decidi que não compraria moeda estrangeira, pois tinha um pouco de libra, euro e dólar que sobraram de outras viagens e levaria os cartões de crédito.

Antes de viajar fiz algumas reservas, assim não precisaria levar muito dinheiro em espécie. A primeira foi o passeio para o Cape Point e Cabo da Boa Esperança + Boulders Beach (praia com pinguins). Comprei no site viator por R$209,95, já com a entrada de Cape Point. Aqui paguei a minha língua, pois uma vez postei que jamais compraria passeios no site "Tripadvisor", mas foi a melhor opção, pois o valor ficava em reais, sem IOF. A segunda reserva foi do bilhete do ônibus City Sightseeing para 2 dias comprada também no Viator. Saiu por R$92,03. Por último, reservei o passeio para Robben Island e, por incrível que pareça, só tinha na opção manhã para meu último dia na cidade, os dias anteriores estavam esgotados! Percebi, após ler outros blogs, que o valor praticamente dobrou no último ano. O ingresso custou 550 rands no site oficial http://www.robben-island.org.za/.

Tenho pavor do ônibus City Sightseeing vermelho, pois engessa a vida do andarilho, mas a Cidade do Cabo é carente de transporte público de qualidade, logo, tendo em vista que tem uma rota que passa em todos os pontos turísticos, acredito que seja a melhor opção para o turista solo traveler. A outra opção é usar uber - que não é caro.

O que a gente não faz para viajar? Não encontrei, com as milhas que tinha, passagem com conexão em Guarulhos, mas iria para Congonhas e lá teria que pegar um ônibus até Guarulhos. Do Rio de Janeiro até Cape Town passei por 5 aeroportos em 24 horas. Foi punk!

Entre a minha chegada em Congonhas e minha saída em Guarulhos, tinha 6:40, logo, muito tempo, o que me deixou bem tranquila. Assim que cheguei em Congonhas, desci e procurei onde os ônibus das companhias aéreas estavam estacionados. Na fila do ônibus da Latam só tinha uma pessoa na minha frente. O transporte entre os aeroportos é gratuito, desde que tenha um cartão de embarque (o motorista nem cobrou). Sai a cada hora e a ordem é de chegada. A viagem durou 55 minutos.
 

Assim que cheguei em Guarulhos, fiz logo o check-in e segui para a Sala VIP Mastercard Black, para almoçar e petiscar gratuitamente. Observei que estão restringindo as bebidas alcoólicas. Antes a pessoa se servia, agora tem que pedir. E tinha lido que a nova sala vip só abria às 19h, mas quando desci, percebi que estava cheia - perdi a chance de conhecer. Essa nova é para lanches rápidos, com pizza e gin.

Algo interessante para quem viaja com criança: recentemente li um relato que a própria mãe brasileira teve dificuldade para passar pela imigração da África do Sul, pois exigem a certidão de nascimento, além do passaporte. 

 
Fiquei praticamente 2 horas na fila da imigração em Joanesburgo, se tivesse comprado a passagem para Cape Town com pouco tempo, teria um infarto. Os brasileiros atrás de mim estavam irritadíssimos, pois argumentavam que as pessoas da primeira classe e executiva deveriam ter um guichê especial (nojo). Foi tranquilo, não me perguntaram absolutamente nada. Nem sabia em que esteira minha mala tinha chegado, bem como se ela ainda estaria por lá. Procurei e acabei encontrando.
 

Ainda dentro da área de desembarque internacional tinha uma casa de câmbio, mas não estava favorável. Assim que saí do portão, vi 3, uma ao lado da outra. Olhei a cotação e já tinha sido alertada que, além do valor, cobravam uma alta tarifa sobre a troca realizada. Decidi que usaria a libra e troquei 200 libras - que deu perfeitamente para tudo. No fim, observando que a conta que fiz tinha uns 100 rands a menos, o cara me explicou sobre a tarifa...

Poderia pegar o elevador para o Level 2 (nível 2), mas optei pela escada rolante, segui para o embarque doméstico (Terminal B Departures). Tem um golpe nesse aeroporto que é de pessoas que tentam te ajudar e depois querem dinheiro. Assim que ia subindo, um homem com colete vermelho apareceu perguntando para onde iria. Disse a companhia aérea e caminhei. O check-in da FlaySafair é o último. Comprei o voo de 12h e perguntei se poderiam antecipar minha ida (tinha uns 4 voos antes do meu), Era 9:48 e ainda não tinha saído o de 9:30. A atendente me disse que todos os voos estavam completos - que provavelmente era mentira. Tenho pavor de comprar voos no mesmo dia e dar algum problema, por isso as 5 horas de diferença entre chegada em Joburg e saída para Cape Town.

Com uma hora de atraso o voo aterrissou em Cape Town. Tinha que comprar um simcard (chip para celular). Na África do Sul tem Vodacom, MTN e Cell C. Vi as lojas das duas primeiras no aeroporto. Preferi comprar na Vodacom (o valor é absurdo). O plano de 2gb de data (internet) custou 524 rands + valor do cartão, ou seja, mais de cem reais!!! Podia ter comprado de 1gb, pois usei a internet apenas para chamar carro por aplicativo.

Sair do aeroporto de Cape Town é complicado para quem não vai alugar carro. Ainda fui no balcão de duas empresas que de transfer que vi na internet, mas, ao contrário que estava no site, disseram que só faziam individual (que era bem mais caro). Antes de viajar, instalei o aplicativo Bolt, que é tão usado quanto o Uber. Peguei um código de uma brasileira que mora lá. A corrida deu 116 rands (tive 75 rands de desconto): cerca de 30 reais.

Li que teria que sair do lado direito do aeroporto e segui até o estacionamento para pedir uber. Fiz o caminho, mas fiquei chocada, pois fui abordada várias vezes. Retornei e perguntei pra um segurança se era ali mesmo, me confirmou. Enquanto colocava o código e abria o Bolt, vários homens vieram dizer que eram motoristas de bolt, que era mais barato com eles. Jamais cairia numa história dessas (já sofri um sequestro relâmpago assim na Colômbia). Estava exausta pra sentir medo, mas senti. Pedi o carro e demorei para encontrar o motorista. Tive que mandar mensagem. O lugar é tão sinistro que o motorista teve que pagar para sair - tinha uns 10 homens na saída do estacionamento - devem dominar o local.

O motorista, Bonisile, disse para sentar ao lado dele que queria falar sobre seu país. Mostrou que também era guia de turismo (a maioria oferece passeios). O primeiro assunto, por óbvio, era futebol. Comentou sobre o técnico Joel Santana. Fez um adendo que lá só os negros gostam de futebol, pois os brancos preferem Rugby. Disse que mora numa favela (a que fica na estrada no caminho do aeroporto, Manenberg), pois ainda existe um Apartheid velado, já que apenas os brancos conseguem morar nos bairros chiques. Eu disse que sentia muito e que no Brasil não era muito diferente. Contou-me que fala inglês apenas com turistas, pois existem vários dialetos e eles tentam manter no seio da família. Caiu uma chuva intensa e pensei que meu dia estaria perdido. Falou que o tempo é bem instável, exceto no verão.

Desci na porta do hostel "Never at home", que tem segurança na porta e grade pra entrar. Fiz o check-in, as diárias já estavam pagas, me deram um voucher de café da manhã para cada dia. O ambiente era muito agradável, com sala com computador, cozinha comunitária, piscina, sala de jogos, além de um bar (mesmo lugar onde é servido o café da manhã). Na frente, a menos de 1 km, fica o estádio que foi palco de jogos na Copa do Mundo de Futebol em 2010, o Cape Townd Stadium ou Green Point Stadium. Ao lado tem um supermercado Spar (rede europeia) e na frente tem uma lanchonete de uma rede conhecida por lá, Roco Mamas.

 
Me deram o cartão do quarto, a senha para entrar na porta principal e a senha da porta para acessar os quartos individuais. O rapaz que fez o check-in me ajudou com a mala. O quarto era grande, tinha duas camas (paguei quarto duplo), o chão era de laminado, tinha chaleira, copos, sachês de chá e café, escrivaninha, cofre, tv, além do banheiro ser novo com água quentíssima (a cidade sofreu no ano anterior com crise hídrica). A internet funcionava bem. E, por sorte, o quarto já tinha instalação com usb, pois não adianta ter adaptador universal para uma tomada tipo d, com a entrada da espessura do meu dedo.
 
 


Primeiro dia

Tomei um banho e chamei o uber com destino a V&A Waterfront. O trajeto andando do hostel até lá é de menos de 2km, mas a corrida dava cerca de 6 reais (25 rands), sem passar qualquer sufoco. A área do hostel é bem movimentada, mas tem muito pedinte e pessoas jogadas nas calçadas. Cheguei em 5 minutos na porta do shopping Victoria Wharf Mall.

Cheguei às 17h36 e fazia sol, embora estivesse frio. Victoria & Alfred Waterfront é a região portuária de Cape Town. O lugar tem shoppings, museus, galerias, restaurantes. É muito prazeroso caminhar por lá, mas já li críticas que o lugar seria genérico, que poderia ser encontrado algo similar em várias partes do mundo. A maioria dos estabelecimentos costumam fechar às 19h, portanto, teria que correr para comer algo. 

Segui até a moldura amarela (tem várias pela cidade e enquadram a "Table Mountain") e pedi para um casal de brasileiros tirar minha foto. Depois caminhei até V & A food market - que é um mercado de comidas gourmet no Waterfront. Adiante tem o WaterShed - um mercado de arte, design e artesanato. É enorme, mas como fecharia, deixei para visitá-lo com calma outro dia. Tudo bem caro, não comprei absolutamente nada.
 


  
V&A Food Market


WaterShed

Nobel Square. Quatro ganhadores do Nobel na África do Sul.
Finalmente poderia comer, pois já estava vendo tudo rodar. Fui no Ocean Basquet, que é uma rede de frutos do mar famosa no país. Fica no segundo andar do shopping, de frente para a roda gigante. Comi lula, camarão e fritas 
(combo "Prawns & Calamari" por 150 rands). Caí na loucura de pedir uma garrafa de vinho rosé. Que delícia! E pra achar o uber e falar inglês após tomar bebida alcoólica? O atendimento excelente e a comida estava ótima. Pode escolher como quer a lula (frita ou refogada) e se quer fritas com arroz ou só um dos acompanhamentos. Assim que escureceu, retornei até a mesma entrada que tinha chegado e pedi novamente o uber. 




Antes de entrar, estive no supermercado ao lado, Spar, mas achei bem pequeno, sem nenhum produto típico ou algo que nunca tinha experimentado. Comprei biltong que eles adoram. É uma carne seca (boi, avestruz, etc). Não gostei.

Segundo dia

Na manhã seguinte, acordei bem cedo e fui tomar o café da manhã (incluído na diária). Sempre penso que quem paga quarto duplo com direito a dois cafés e só um vai consumir poderia receber algo melhor, mas, na prática, nunca aconteceu. Vi que tem um menu de café da manhã mais sofisticado, mas o incluído na diária era simples. Tinha fruta (maçã verde e laranja), café, suco, pão de forma, manteiga e geleia. 


O passeio para o Cabo da Boa Esperança e Boulders Beach contarei num post apartado.
 

Quando retornei, desci no ponto final, que fica na frente do Two Oceans Aquarium, que é em V&A Waterfront, e decidi procurar um lugar para comer (só tinha lanchado uma pizza). Entrei no "Quay Four", que é um restaurante na marina com dois andares. O menu é diferente para cada andar. O combo tinha peixe, mexilhão, lula e camarão. Os vinhos da África do Sul são ótimos, pedi um rosé. O problema de quem come com vista da marina são os pássaros...



Terceiro dia

No terceiro dia, acordei com o tempo chuvoso (na madrugada ventou tanto que pensei que o hostel voaria!). No meu roteiro, a prioridade para esse dia era conhecer o símbolo da cidade, a Table Mountain, mas o site indicava que estava sem visibilidade e, em razão das fortes rajadas de vento, não estava funcionando. Li vários relatos de pessoas que tentaram vários dias e não conseguiram.

Tinha adquirido no site da Viator, como comentei acima, um bilhete do ônibus City Sightseeing para 2 dias por R$92,03. A vantagem é que paguei em reais e estava mais barato que no site oficial. O pacote premium dava direito a outros passeios: Sunset bus Tour, Choose Harbour or Canal Cruise, Walking Tour. São 4 linhas: azul, amarela, vermelha e roxa. Você pode descer na atração turística desejada e depois retornar. Só é preciso observar o horário de funcionamento. A vermelha e a azul percorrem quase todos os pontos turísticos, a amarela fica apenas no centro, enquanto a roxa funciona na região de vinícolas.
  

Resolvi visitar o Jardim Botânico da cidade, Kirstenbosch National Botanical Gardens. Primeiro peguei o uber até o Two Oceans Aquarium (o ponto final dos ônibus ficam ali na frente). Lá troquei o voucher do site pelo bilhete válido por dois dias, ganhei o mapa e o fone de ouvido, para acompanhar as explicações gravadas em português. Peguei a linha azul e desci na parada 20. A entrada custou 75 rands.


No tempo que estive lá oscilou entre pancadas de chuva e momentos de trégua. Tem uma passarela que atravessa no meio das árvores - pedi uma menina brasileira para tirar minha foto. É um lugar enorme. São 528 hectares, sendo 36 cultivados e o restante é área de proteção ambiental. No jardim são encontrados mais de 125 espécies de pássaros, também podemos achar lontras, esquilos, raposas, entre outros. 
    
 
 
  

Saí do jardim botânico e esperei pelo ônibus, posteriormente desci na parada 21 e andei cerca de 100 metros até o ponto da linha roxa (Wine Tour ou Tour do vinho), que tem apenas 3 paradas, cada uma na porta de uma vinícola:

Parada 25: Groot Constantia, que é a vinícola mais antiga da África do Sul. De 10h00 às16h15. Degustação por 125 rands.
Parada 26: Eagles' Nest Wines. De 10h00 às 16h30. Degustação 75 rands.
Parada 27: Beau Constantia. Apenas com reserva.


Desci nada parada 25, para conhecer a vinícola "Groot Constantia". O ônibus deixa na entrada da propriedade. Assim que cheguei pude avistar as parreiras e uma grande construção. Chegando lá paguei o ingresso de 125 rands (com cartão de crédito) que dá direito a visitar o museu, visitar a adega, bem como degustar vinhos e ainda dão uma taça. Na vinícola tem ainda dois restaurantes.
 

Groot Constantia é a vinícola mais antiga da África do Sul e foi fundada em 1685 por Simon van der Stel - nomeado pela Companhia Holandesa das Índias Orientais para governar o Cabo da Boa Esperança. A palavra "constantia" foi escolhida do latim por significar "constância". A região de Constantia fica a 20 minutos do centro.
 


Primeiro visitei a casa, depois fui para o museu e comecei a degustação. Te dão uma taça personalizada (que é um presente), um biscoito, depois pode escolher 6 vinhos do catálogo. Admito que queria experimentar todos, pois eram maravilhosos. Tomei Gouverneurs Reserve tinto, Gouverneurs Reserve branco, Shiraz, Pinotage, Cabernet Sauvignon, Merlot. No meio da degustação avisaram que começaria o tour para mostrar a produção dentro do wine cellar (adega), mas que a degustação poderia continuar posteriormente (tem um cartão de papel que anotam quantos vinhos a pessoa provou). Quando retornei ainda me deram degustação além do que tinha direito. Saí cambaleante.
 

 



O vinho que todos devem provar é o Pinotage, pois só é produzido na África do Sul - fruto do cruzamento da uva Pinot Noir e da Cinsault (conhecida conhe "hermitage"). Pinot + hermitage. Para quem tem mais tempo na cidade, pois é um passeio de um dia inteiro, pode visitar as vinícolas Stellenbosch e Franschhoek. No site da City Sightseeing tem o tour por 559 rands.

Não consegui visitar a outra vinícola, pois queria fazer o Free Walking Tour para Bo-Kaap. Tive que pegar a linha roxa, trocar para azul, dar a volta na cidade, trocar para a linha vermelha que estava saindo e descer no escritório da City Sightseeing na Long Street. Esse trajeto levou mais de 1 hora e choveu torrencialmente.
  


 


Arquitetura típica na Long Street
No caminho, fiquei desesperada para ir no banheiro (tenho bexiga hiperativa) e na parada 24, em Hout Bay, decidi que desceria naquela chuva e tentaria ir no banheiro. Fui até o motorista e disse que estava muito apertada. Ele falou para eu entrar no restaurante na frente da parada e que ele me esperaria!!! Na porta do restaurante perguntei se poderia usar o banheiro e me disseram "é claro". Me emocionei com a delicadeza das pessoas!

O último tour saía às 16h (são 3 horários: 10:30, 13:30 e 16:30). Cheguei 16:02 e o grupo já não estava lá, mas disseram para eu correr. Ainda não tinha visitado o centro e fiquei um pouco temerosa (tem muitos pedintes, além de ser uma região famosa por roubos e furtos), mas corri até o Green Market para encontrá-los.
É um passeio de apenas 90 minutos e todos seguem caminhando até Bo-Kaap. A região fica aos pés da montanha Signal Hill e é famosa pelas casas coloridas, cheiro de especiarias e arquitetura única. É uma região conhecida como "Malay quarter", por abrigar dezenas de imigrantes malaios, indonésios, também indianos. A maioria dos moradores são muçulmanos, logo, tem uma mesquita no caminho. Na região moravam escravos importados da Malásia. No início, todas as casas eram pintadas de branco. Em 1971 foram declaradas monumento nacional e em 2019 patrimônio nacional.

No meu grupo tinha uma menina da Arábia Saudita! Ela não estava com o rosto coberto e foi acompanhada de um amigo. Chamou-me a atenção a etiqueta enorme na roupa, pedindo para não fotografá-la. Conheci ainda uma baiana, que era professora universitária em Salvador. Estava de licença remunerada por três meses para estudar inglês. Disse que não teve qualquer problema, pois, como era negra, as pessoas na região de Long Street, onde tinha alugado um apartamento, a chamavam de "irmã". Ressalto que a Cidade do Cabo tem inúmeras escolas de intercâmbio para quem almeja aprender inglês, portanto, encontrei dezenas de brasileiros pelo caminho.
 



Particularmente não gostei do tour, pois achei muito corrido, o guia não esperava as pessoas fotografarem o local, tanto que um trio deixou o grupo nos primeiros minutos. O lado bom é que afastava os pedintes, que são bem insistentes. Sou apaixonada por lugares coloridos, mas só uma foto que tirei com celular ficou boa, pois a câmera estava no programado e escureceu tudo. Quem mandou fazer tour do vinho antes? Tive vontade de chorar quando vi as fotos, por sorte, existem programas como o "lightroom" para dar uma clareada e salvar algumas imagens. Sobre o "free" (grátis) do Walking tour, as pessoas no fim devem dar uma contribuição ao guia. Perguntei pra brasileira, que havia perguntado para outras pessoas, e me disse que daria 50 rands. Dei o mesmo valor, mas o guia sugeriu ao grupo um valor entre 200 e 400 rands por pessoa.
 



 
Retornei até o Green Market com o grupo e andei até Long Street com um pedinte me seguindo. Já não tinha ônibus para voltar, logo, tive que pedir uber. Entrei no escritório para poder pegar o celular, pois não me senti segura para usá-lo na rua. Foi a única viagem que tive problema, pois o motorista insistentemente queria oferecer seu serviço como guia, me fez anotar o número dele e quis que mostrasse o celular para confirmar que anotei - fiquei bem estressada. Desde o primeiro dia, tinha sentado ao lado do motorista para saber mais sobre os costumes, mas dessa vez, quando o motorista aceitou a corrida, percebi que a nota no app era baixa, logo, decidi sentar no banco de trás.

Dessa vez fui direto para o hostel, mas antes parei na lanchonete que fica no mesmo prédio, Roco Mamas. O lanche ficou pelo mesmo valor dos frutos do mar no restaurante em V&A. Você escolhe os ingredientes do hambúrguer, pedi com queijo feta e cogumelos, batata frita, suco de cranberry e bolinhas de queijo feta. Naquele dia tinha a Braai night no hostel. De 19 às 22h por 90 rands. Braai é o churrasco deles. Queria muito experimentar, mas não consegui, pois estava explodindo. Como de costume, ainda fui no mercado ao lado comprar umas guloseimas.
 

 
Na madrugada, tinha o jogo do Flamengo x Grêmio pela semifinal da Libertadores, mas nenhum aplicativo estava passando o jogo, quase desanimada, ouço alguém gritando (parecia gremista), então, consegui acessar por um site pirata e torci calada, emocionada com aquela vitória avassaladora.

Quarto dia

Acordei desanimada, pois o tempo estava chuvoso e seria minha última oportunidade de conhecer o cartão postal da cidade, pois tinha um passeio agendado, com ingresso comprado, para o dia seguinte. Como esperança é a última que morre, entrei no site oficial, que apresenta as condições meteorológicas, e estava com 100% de visibilidade!!! Naquele dia tinha um passeio (150 rands) no hostal programado para 9h (trilha para a montanha Lion´s head), que não pude aproveitar.
 


Peguei o uber até o aquário (Two Oceans Aquarium) e lá peguei o ônibus City Sightseeing, linha vermelha, descendo na parada 7. Fiquei mais de 2h na fila - que era interminável. Não comprei ingresso no site, pois estudante (com carteira ISIC) agora paga 180 rands, mas só na bilheteria (antes pagava inteira). O ingresso normal é 360 rands manhã e 300 rands após 13h.

A Table Mountain foi eleita uma das 7 maravilhas da natureza em 2000 (assim como a Amazônia e as Cataratas do Iguaçu). O concurso realizado pela Unesco recebeu mais de 500 milhões de votos. É possível chegar no topo caminhando por cerca de 2 horas, mas parece impossível para mim, portanto, a opção mais comum é o teleférico. A "montanha da mesa" tem 3 km de um lado a outro - percorri toda a extensão. O topo da montanha costuma estar coberto por nuvens (a toalha da mesa).
 


Na fila, fiz amizade com uma senhora de 80 anos e sua filha, eram sul-africanas - disseram-me que moravam no subúrbio de Cape Town. Estavam conhecendo aquele ponto turístico pela primeira vez. Me deram bala, tirei foto elas. No final, quando peguei o ônibus, acenaram pra mim até não conseguirem me ver.
 



Para evitar que apenas algumas pessoas fiquem na janela (estava levando cotoveladas antes do teleférico subir), o interior é giratório, logo, todos podem ter a visão do alto da montanha. Chegando no topo era uma ventania inacreditável, pensei que voaria. Tive que cobrir minha cabeça com o capuz, pois meus tímpanos estavam estourando. Realmente é possível ter uma visão panorâmica da cidade, vendo o estádio de Green Point, as praias, Waterfront, Signal Hill, Lions Head, etc.

Aproveitei para comprar uma lembrancinhas na loja que tinha no topo da montanha, pois não havia comprado nada para minha sobrinha, mãe e irmã.

Finalmente pude ver a paisagem sem chuva de cima do ônibus. As praias são lindas, mas com o frio, não me animei em descer. Levei saia, bermuda, camiseta, mas a temperatura estava sempre abaixo de 15 graus. Queria ter caminhado no calçadão, visitado o Mojo market, mistura bar, restaurante, artesanato, em Sea Point. A maioria das casas que avistei no caminho percorrido pelo ônibus são mansões ou apartamentos modernos, pois tiraram todos os pobres e negros das regiões centrais. Vi township (favela) quando vim do aeroporto e uma depois da vinícola, chamada Imizamo Yethu (com casas de zinco), mas Camps Bay, Clifton, Bantry Bay, Sea Point, Green Point, esses bairros não têm remediados.
  

Olha a força do vento: entorta os arbustos na beira do mar    


 
Segui até a Long Street para pegar a linha amarela e descer na parada 17, District 6 museum, mas cheguei quando faltava 1 minuto pro museu fechar, então, nem desci do ônibus. Minha preocupação posteriormente foi torcer para o ônibus chegar antes das 16h no escritório para fazer o outro Free Walking Tour oferecido pela City Sightseeing, Historic City Walk, caso contrário, a metade do dia estaria perdido.

Cheguei no escritório e me falaram que o grupo já estava em Green Market - que é uma feira de artesanato com produtos de várias partes do continente africano. Queria ter comprado alguma coisa, mas li relatos terríveis de pessoas que foram furtadas, roubadas, que deram um preço surreal, portanto, não me animei. Para negociar é bom ir com pouco dinheiro.
 

 
Lá percebi que o guia era o mesmo do dia anterior para Bo-Kaap, acho que tem uma rotatividade, uma vez que o tour pelo centro da cidade não é muito procurado, logo, o guia ganha menos gorjeta. Ao todo eram 4 pessoas: eu, um sueco e um casal inglês. Achei esse tour muito melhor que o do dia anterior. Tem a duração de 90 minutos e sai em 5 horários diariamente: 10:30, 12:00, 13:30, 15:00 e 16:00.

Enquanto caminhávamos, encontrei um graffiti de Desmond Tutu. Prêmio Nobel da Paz por lutar contra o Apartheid. Primeiro Arcebispo negro de Cidade do Cabo. Está com 88 anos.
 


A primeira parada foi na Adderley Street Flower Market, um mercado de flores, pois queria nos mostrar a Protea, flor que é o símbolo do país.
 

Paramos na principal praça pública da Cidade do Cabo, Grand Parade, que tem uma feira que vende de tudo (é um camelódromo). Na frente fica o City hall (prefeitura). Na sacada tem uma escultura em bronze de Mandela, pois foi onde discursou em 1990, após obter sua liberdade. Parei para comprar um refrigerante. A região parece tensa. Daquele ponto também vemos o "Castle of Good Hope" (castelo construído no século XVII que é um monumento nacional, a entrada custa 28 rands) e a estação ferroviária da cidade.
  
Escultura do Mandela

Em seguida, fomos até o "District Six". Em 1966 o governo sul-africano da época removeu à força todos os ocupantes do Distrito 6, declarando que era uma "área para brancos". O museu de nome homônimo retrata um momento sombrio e trágico, quando todos os negros foram retirados da região durante o Apartheid e levados para as townships (favelas). Hoje existe um esforço para trazer aqueles antigos moradores para suas residências.
District Six Museum



Tem um filme sul-africano de ficção científica, chamado "Distrito 9", inspirado nos fatos que ocorreram no distrito 6. Concorreu a vários Óscares.
  

Grafite do Mandela
Passamos pelo The Company's Garden, que é um belo jardim no centro de Cape Town, que é o mais antigo da África do Sul, concebido em 1644 quando um navio holandês chegou no país e sua tripulação seguiu para Cidade do Cabo. Entre os homens havia um mestre jardineiro. Foi proclamado monumento nacional em 1962. Percebi que os animais por lá não se importam com a presença humana, pois os esquilos quase subiam nas pessoas, as ratazanas caminhavam tranquilamente.
 



  Por fim, chegamos na igreja St. George's Cathedral onde o arcebispo é Desmond Tutu. É uma das catedrais mais antigas do continente, também conhecida como "catedral do povo", em razão da constante luta contra o Apartheid. Manteve suas portas abertas para todas as pessoas durante o período de segregação racial. Na Church Square tem ainda um monumento aos escravos.
 



Queria aproveitar o passeio do City Sightseeing incluso no bilhete, que era o Sunset Bus que ia até a montanha Signal Hill, mas não tinha sol. O sueco do grupo me disse que tinha provado uma comida asiática maravilhosa perto de onde estava hospedado e perguntou se queria ir com ele. Caminhamos toda Long Street até a Kloof Street (é a continuação após o prédio com uma bandeira enorme do país). Quando procurei hospedagem pensei em ficar num hostel nessa rua (o badalado "Once"). Incrível como o ambiente muda. Muitos bares, poucos pedintes, muitos mercados. Gostei, mas já era noite e não fotografei. Ele quis entrar num enorme Carrefour para comprar umas barrinhas de cereais.
  


O restaurante era um pé-sujo chamado "Best of Asia" e fiquei com um ódio imenso!!! E para arrematar a situação, quando pedi a conta o sueco falou que assim que chegou pagou a parte dele. Será que achou que eu comeria e sairia sem pagar? Não tinha o menor interesse nele, apenas fui para conversar e ver a tal comida maravilhosa. Comi uns spring rolls (35 rands) e pedi um refrigerante. Depois peguei o bolt. Deu 25 rands. Uns 6 reais até Green point! No dia seguinte me mandou uma mensagem no "whatsapp", perguntando se poderíamos fazer alguma coisas juntos, mas nunca respondi.  

Como de costume, antes de entrar para o hostel, fui até o supermercado Spar, que fica ao lado, e comprei pão, salame, morangos, batata chips e um suco.
 


Quinto dia

Acordei com uma tempestade sobrenatural e imaginava que não conseguiria ir até Robben Island. Reservei o ingresso alguns dias antes de viajar e só tinha para a sexta-feira - que seria meu último dia na cidade. Os barcos para a ilha partem em três horários: 9h, 11h e 13h, se as condições climáticas permitirem. A duração totaldo passeio é de 4 horas. Comprei ingresso para 11h. Não tinha ingresso disponível para sair 9h, pois esgotam rapidamente, uma vez que é o melhor horário para visitar a ilha e ainda sobrar metade do dia para visitar outros lugares. Percebi, após ler outros blogs, que o valor praticamente dobrou no último ano. O ingresso custou 550 rands no site oficial.

Nunca perco a esperança e teria que saber sobre o reembolso, em caso de cancelamento. Pedi uber para The Nelson Mandela Gateway que é o ponto de partida para o passeio, localizado no coração do V&A Waterfront, ao lado do prédio Clock Tower. O carro não me deixou tão perto, e, numa curta caminhada, encharquei o pé de água, o guarda-chuva não dava conta da água e do vento. 

Chegando lá, informaram que teria o passeio, então, entrei, usei o banheiro, visitei a pequena mostra que tem no hall de entrada. As pessoas que chegaram estava ensopadas. De repente, anunciaram que nenhum ferry sairia mais aquele dia. Segui até o balcão de informações e disseram que só devolveriam o dinheiro de quem comprou em espécie, pois as compras no cartão de crédito seriam reembolsadas automaticamente. Foi uma grande decepção. Em viagens, acho que se junta a outras duas: o voo de balão que não aconteceu em Bagan (Myanmar) por conta da chuva e não ter ido a Rothenburg ob der Tauber quando estava em Munique. 


Robben Island é considerada patrimônio mundial pela Unesco. A ilha foi usada como prisão de segurança máxima diversas vezes entre os séculos XVII e XX. O valor reside na sua sombria história, pois serviu de prisão e hospital para aqueles que eram socialmente indesejáveis. Sua função prisional só terminou em 1990, quando os sul-africanos rejeitaram veementemente o regime do Apartheid e todos os presos políticos encarcerados receberam a liberdade. Em 1996 foi declarada patrimônio nacional. Nelson Mandela ficou na ilha por 18 anos dos 27 que esteve preso.



   
Zeitz Mocaa
Meu "plano b" era conhecer o museu Zeitz MOCAA - Zeitz Museum of Contemporary Art Africa. Amo museus, mas acho um absurdo pagar mais de 50 reais num museu com uma única exposição num país de terceiro mundo. Aparentemente tudo tem um preço para turistas e outro para os sul-africanos. No Brasil não adotamos essa prática. Pesquisando percebi que as atrações turísticas aumentaram uns 50% (para estrangeiros), em média, nos últimos dois anos. Provavelmente objetivam deixar o preço justo para europeus, chineses, mas pra quem ganha em real ficou caro.
 



Adorei o banheiro do museu
Em todo o Mocaa só tinha a exposição de William Kentridge. Nascido em 1955, trabalha com política e poética através das gravuras, desenhos e animações. Fala sobre colonialismo e apartheid. Gostei muito de alguns vídeos. Acredito que a linha curatorial deve apresentar apenas artistas sul-africanos.
 


Tem um hotel anexo ao museu com a mesma arquitetura: The Silo Hotel. Parece lindo - de algumas partes do museu dá pra ver o interior. Diárias absurdas!

O ingresso de 2 dias para o City Sightseeing dava direito a 2 passeios, que poderia ser usado até o 3º dia. Tinha o Sunset bus Tour (que vai para Signal Hill) e poderia escolher entre Harbour or Canal Cruise. Pensei em escolher o Harbour cruise, que era um passeio de barco no mar. Toda molhada, mas sem perder a esperança, caminhei pro meu passeio de barco. Avisaram que não saem com chuva!
   



Voltei pelo caminho do Aquario, para me proteger da chuva. Não foi uma atração que pensei em visitar, mas para quem está com criança deve ser imperdível. Tinha uma excursão com crianças de escola pública, de repente, uma menina, usando gorro, perguntou se poderia tirar uma foto comigo, depois me abraçou. Sei que é bem polêmico turistas que postam fotos com crianças africanas, mas no meu caso ela pediu. Tirei a foto com ela no celular dela, depois tiramos no meu.
 


Entrei no WaterShed, que fica ao lado do aquário, aproveitei para usar o banheiro, dei uma olhada nos artesanatos, mas novamente não comprei nada. Há dezenas de restaurantes em V&A, dos mais simples, na praça de alimentação do shopping, até os mais sofisticados. Não arrisquei, voltei no Ocean Basket. Dessa vez pedi arroz, lula cozida e refogada (estava ótima, mas prefiro frita), fritas, camarão e sidra: amo sidra. Essa Savanna Dry é de lá. Uma pena não ter a bebida no Brasil (só encontramos Cereser ou artesanais). Detalhe: todos os casais perto de mim eram brasileiros! Invadiram Cape Town. Imagine se tivesse voo direto?
 

Não me restou nada além do shopping. Finalmente percebi que o Victoria Wharf é imenso, mas tem outros shoppings pequenos em V&A. Muitas lojas internacionais, algumas nem estão no Brasil. Achei tudo caro. Vi uns 60 brasileiros só dentro do shopping!

No subsolo do shopping Victoria Wharf tem um supermercado (enorme) Pic 'n pay. Fui na seção de vinhos. São inúmeras fileiras. Preço médio: 10 reais! Queria comprar, mas ficaria pesado carregar. E tinha uma seção de biltong!
 
Dentro do shopping tinha uma loja de brinquedos "Hamleys", que patrocina um trenzinho que estaciona na parte de trás da roda gigante, mas não encontrei nada interessante para comprar para minha sobrinha. Na saída, do outro lado, vi uma loja de brinquedos, Toy Kingdom V&A Waterfront, e fui até lá, então, comprei um pinguim de pelúcia.
 

No dia seguinte, acordei cedo, tomei café e fiz o check-out. Meu voo sairia apenas meio-dia. Poderia ter comprado num horário mais cedo, para aproveitar Joanesburgo, mas fico receosa de perder o voo por algum imprevisto. Chamei o uber por volta das 9:30 e paguei cerca de 50 reais. O voo infelizmente atrasou uma hora.

No que diz respeito à política, tendo em vista que o regime do Apartheid terminou apenas na década de 90, fica visível como ainda ecoa na sociedade a segregação. Bastava ficar na porta do hostel, em Green Point, para observar que todos os pedintes, motoristas, trabalhadores braçais eram negros. A Cidade do Cabo é majoriatariamente branca nos bairros turísticos.

No que diz respeito à mobilidade, embora não tenha muita opção de transporte público, quem vai ficar muito tempo pode aprender a usar o ônibus MyCity, que você compra um cartão e coloca o crédito a ser usado. Percebi que tem pontos próximos da maioria das atrações, inclusive a 300 metros do hostel onde estava.

Sobre segurança, não passei por nenhum momento de medo, mas achei tensa a região de Long Street, Green Market e do City Hall (lugares do centro histórico). Vi que teria show de uma drag de Ru Paul´s Drag Race (programa que amo), mas começaria meia-noite, mesmo sendo próximo do hostel, não tive coragem de pegar uber a essa hora. Percebi que as ruas envaziam ao cair da noite.

Se voltar algum dia (a cidade lembra o Rio de Janeiro), espero encontrar apenas dias ensolarados para conhecer as praias, também estar por lá num sábado, para visitar a feira Old Biscuit Mill. Queria ter feito um tour de graffiti por Woodstock. Por opção, não fui no Two Oceans Aquarium e The Cape Wheel, mas pode preencher um dia. Queria ter ido em Muizenberg Beach, vi apenas de longe, no passeio para o Cabo da Boa Esperança, as casinhas coloridas para trocar de roupa.

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Experiências incríveis!