San Andrés, o paraíso colombiano

Admito que tive uma péssima experiência na minha primeira visita à Colômbia, pois sofri um "sequestro relâmpago" no táxi que peguei no aeroporto. Na época, conheci a capital, Bogotá, mas não eliminei a chance de conhecer outras cidades do país.

Queria que minha sobrinha, de 9 anos, viajasse comigo. Minha irmã disse que marcaria férias na mesma época. Compramos a passagem no site Copa Airlines, que ficou por R$1.699,00, sendo ida para San Andrés e retorno por Cartagena das Índias. O trecho interno foi comprado posteriormente.




San Andrés, embora pertença à Colômbia, fica geograficamente na América Central, no Mar do Caribe, próximo a Nicarágua. A ilha é conhecida pelos sete tons de azul do mar. Enquanto realizava as pesquisas sobre o destino, me deparei com inúmeras críticas negativas e positivas, que me deixou apreensiva, principalmente por viajar com uma criança.

A maior dificuldade que tive no planejamento da viagem foi encontrar uma hospedagem bem localizada, com um preço razoável e que tivesse chuveiro com água quente, ar-condicionado.  Ao contrário dos demais destinos no Caribe, San Andrés não conta com grandes resorts, sendo a maioria pousadas simples ou casas. Tem a rede Decameron, mas a diária passava de R$1.000,00 naquele período.

Escolhi o Aparthotel Marbella, um hotel pequeno, perto da praia, do centro comercial, com wi-fi, chuveiro com água quente (que é raro na ilha) e ar-condicionado. 4 diárias saiu por 792.000 pesos colombianos (moeda da Colômbia), que equivale a R$1.018,00, aproximadamente.

Nosso voo sairia do Rio de Janeiro às 1:25, logo, chegamos para fazer o check-in no aeroporto por volta das 23 horas. Para entrar em San Andrés é cobrado a "Tarjeta de Turismo" (taxa de visita) no valor de 109.000 COP, 40 dólares, que deu cerca de R$160,00 por pessoa, sem desconto para criança. Pagamos no balcão da Copa Airlines, que deu um documento para ser preenchido e guardado, sendo entregue apenas na chegada na ilha.

Os voos da Copa Airlines fazem conexão no Panamá, onde aguardamos por algumas horas, sendo que chegamos na ilha por volta das 11 horas. A mala da minha irmã veio quebrada (era a primeira vez que usava). Fomos ao balcão da companhia para fazer a ocorrência e deram a opção de trocar de mala. Apresentou uma mala preta da Swisswin, no entanto, minha irmã, que estava com uma mala branca rígida, não aceitou a troca por uma preta soft. Preferi não opinar, mas acho que a troca era válida, pois ela ficou com a mala inutilizável.

Surgiu nossa maior dor de cabeça: a casa de câmbio do aeroporto estava fechada! Achei que era por conta do dia da semana, domingo, mas falaram que estava fechada há muito tempo, ou seja, não tinha como fazer câmbio. Ninguém tinha comprado peso colombiano aqui no Brasil. 

Em vários blogs há a informação que a opção mais vantajosa é mandar dinheiro pela Western Union (a loja Riachuelo é um agente). Leve o dinheiro em real e já te dão o comprovante de quanto você sacará na moeda local. Basta levar na loja identidade e cpf. Informar o nome completo de quem vai sacar e o país. Importante guardar o MTCN (Money tranfer control number). Esse número que identificará sua transação. Em San Andrés tem uma loja numa galeria em frente ao hotel Casablanca. Não abre aos domingos.

Minha irmã recorreu ao único terminal ATM da cidade, que fica no aeroporto, mas para sacar precisava indicar o PIN recebido no celular, só que o aeroporto não tinha wi-fi! Minha conta é na Caixa, que é o único banco brasileiro que não permite sacar no exterior. 


Como sair do aeroporto? Seria possível ir até caminhando, tendo em vista que fica a apenas 1km-1,5km do centro. O valor cobrado, em média, é 15.000 COP (deveria ser bem mais barato pela distância percorrida). Chamamos um taxista e perguntamos se aceitaria dólar, que daríamos 5 dólares pela corrida. Aceitou.

Normalmente faço reserva pelo hoteis.com para pagar com antecedência, mas como aconteceu no Chile, na Colômbia o site também não aceita o pagamento antecipado, provavelmente em razão do imposto para cidadão nacional (verificam a cidadania apenas na hora). Realizei a reserva no booking.com, logo, teria que pagar no check-in. Como pagar sem pesos colombianos?

Assim que chegamos no hotel, expliquei o ocorrido. A senhora que estava na recepção chamou uma "doleira" conhecida, mas a cotação dada não era satisfatória. Perguntei se poderia pagar no dia seguinte. A senhora fez eu afirmar que não fugiria antes! Estava com blusa de manga e fazia um calor de 40 graus. Entrei na internet e vi o que poderia ser uma casa de câmbio. Minha irmã ficou com minha sobrinha e fui caminhando tentando achar o local indicado. Passei por lugares bem estranhos e nada. Voltei e disse que faria câmbio bem cedo no dia seguinte.

Nos colocaram num quarto antigo, sem água quente, como contratado, mas, por sorte, a descarga não estava funcionando, então, nos mudaram para o apartamento 204, esse sim estava bem novo, com duas camas de casal, banheiro com água quente, frigobar, tv, ar-condicionado, como prometido. Não servem café da manhã.


O fato de estarmos sem pesos colombianos quase estragou o nosso primeiro dia, pois não tínhamos como comprar quase nada. Seguimos caminhando pela orla da praia do centro, Spratt Bight, e sentamos no "Beer Café", que parece um Outback. A garçonete informou que poderia pagar com cartão de crédito ou em dólar. Pedimos um combo que vinha com frango, pimenta, anéis de cebola, batata frita, Giovana quis um refrigerante "Postobon" (rosa), pedi limonada de coco (bebida típica), mas só tinha a limonada tradicional e minha irmã tomou uma cerveja. Toda conta vem com 8% de imposto obrigatório + 10% de taxa de serviço opcional sobre o valor do cardápio.

 
 

Para quem é consumista, a ilha pode ser muito interessante (minha irmã adorou), pois os perfumes são mais baratos que no "duty free". Encontramos duas grandes lojas "La Riviera" entre o hotel e a praia. Vendem perfumes, maquiagem, chocolates importados. 

Sem contar o dia de chegada, teríamos 3 dias inteiros na ilha, logo, fiz um roteiro com os passeios que seriam possíveis, mas não fizemos quase nenhum dos descritos abaixo. Minha sobrinha não gostaria e minha irmã preferiu economizar. Pensei em fazer o parasail, mas já tinha tido a experiência em Punta Cana e, após a viagem, pesquisei no "youtube" os inúmeros acidentes ocorridos - passei a ver com outros olhos. Não nado, então não tive coragem de descer no tobogã em "West view".
  • Aquanauta (leva 30 minutos e desce a 6 metros de profundidade). Cobram 100.000 COP e 80.000 COP pelas fotos.
  • Parasail cerca de 170.000 COP
  • Jetski 15 minutos 60.000 COP e 30 minutos por 90.000 COP
  • Caiaque transparente – cerca de 70.000 COP 
  • West View – local com tobogã, trampolim e escada para o mar. A entrada custa 5.000 COP. Alugam coletes e tem locker (armário). 
  • La piscinita
No dia da chegada, o tempo fechou e começou a chover, logo, seguimos para o hotel. Antes de dormir, ainda caminhamos para olhar as lojinhas do centro, também conseguimos comprar a sapatilha para entrar no mar, pois tem muitas pedras. Lembro que fiz a conversão na hora e saiu por 12 reais.

No dia seguinte, acordamos cedo, tomamos banho e seguimos para tomar café na esquina (Caribbean Ice Cream). Pedi um suco, um pastel de frango e um pan de bono (pão de queijo). 


Seguimos até a casa de câmbio, localizada numa galeria na frente do hotel Casablanca, para fazer câmbio. A loja estava cheia, pegamos a senha e aguardamos. A cotação do dia era 1 dólar =  2.680 pesos. Voltamos para hotel, fiz o pagamento da hospedagem. 

Procuramos a Cooperativa de pescadores, pois os relatos indicavam que tinha o melhor preço para os passeios. É uma casa amarela na praia de Spratt Bight. Tem a opção de fazer apenas Acuario ou Johnny Cay, mas também tem como realizar ambos os passeios no mesmo dia. Foi nossa opção. Acuario +
Johnny Cay saiu por 20.000 COP. Sobre Johnny Cay, além do valor do passeio tem que pagar 5.000 COP para entrar na ilha.




Os barcos são bem simples, então, haja coração! O primeiro trecho até o Acuario foi mais tranquilo, mas deve ser complicado para pessoas mais idosas, pois não tem uma estrutura para subir na embarcação ou para descer.
 

Chegamos no Acuario em aproximadamente 10 minutos - também é conhecido como Rose Cay. O mar é o mais bonito que já estive. Bem raso, excelente para crianças. A quantidade de vida marinha é surpreendente. Há ainda uma ilhota chamada Haynes Cay, que se chega caminhando, mas não fomos até lá. Eu e Giovana ficamos brincando no mar, enquanto minha irmã tomou um drink na areia (quase não tem faixa de areia).




Por volta das 14 horas migramos para a ilha de Johnny Cay e encontramos um mar muito agitado. O barco segue adiante, mas bate muito. O lugar tem uma estrutura maior, com barracas que vendem comida e bebida, mas o preço não é barato. Um prato de comida sai por uns 30 reais, em média.



Sentamos numa barraca logo no início, pois estávamos morrendo de fome. Minha irmã quis uma Corona e um ceviche, enquanto aguardava o almoço. Pedimos um prato com peixe, patacones (banana verde frita), salada e arroz de coco para cada. 



No retorno, caminhamos pela orla e novamente seguimos para comer na "Beer Station", após um merecido banho quente. Dessa vez tinha limonada de coco, que é uma das bebidas mais gostosas do mundo.




Na terça-feira fomos tomar café da manhã na cafeteria “Bread fruit” – vende sucos, frutas, omeletes. Não foi barato, mas é bom variar um pouco e não tem muitas opções na cidade. Comi ovos mexidos com duas torradas, café e suco de laranja.



Depois caminhamos para ver o preço do mule (carrinho) para alugar para dar a volta na ilha. Tem a opção de carrinho de golf, que é mais lento. O aluguel pelo dia custou 150.000 COP. O tanque estava com 1 ponto de gasolina, portanto, teríamos que devolver com as mesmas condições. Quem dirigiu foi minha irmã, pois nunca tirei carteira de motorista (acho que não é necessário, pois não foi pedido). Depois de uns 10 minutos dirigindo, já numa zona deserta, tivemos um susto quando paramos perto da praia e o carro simplesmente morreu. Ninguém passava. Ficamos com um um pouco de medo. Por sorte, conseguimos ligar pro locador, que explicou para minha irmã o que fazer pro carro voltar. 





A primeira parada foi no Aqua Beach Club. Assim que chegamos nas imediações um rapaz veio dizer que teríamos que pagar 5.000 cop para estacionar. Acredito que seja um golpe, mas acabamos pagando (não poderia entrar com o carro no beach club). O beach club tem uma ótima estrutura, com espreguiçadeiras, tendas com cadeiras, mesa e locker, banheiro. Não é preciso pagar nada para usufruir do espaço, basta consumir no local.



O objetivo era seguir caminhando até a ilha Rocky Cay. Minha irmã ficou deitada enquanto eu e Giovana seguimos, segurando na corda, mas o mar estava bem agitado e a maré alta. Faltando uns 100 metros para chegar, decidi voltar, pois as ondas estavam me encobrindo uns 20 centímetros e Giovana estava no colo. Enquanto voltava, encontrei minha irmã, com celular, gopro e outras coisas na mão, me disse que iria até a ilha (ela também não sabe nadar) e pegou minha sobrinha para ir com ela. Passou uns 5 minutos, olhei para trás e também desistiu assim que começou a molhar o celular (risos).



Voltamos para o carrinho, paramos na Playa San Luis para tirar algumas fotos, depois seguimos para o Hoyo Soplador - que é um buraco que solta água de acordo com a maré. Li que embora o local seja público, alguns moradores costumam cobrar para o turista ver a atração. Tem bastante assédio, mas não pagamos nada. É difícil tirar foto no local.



Retornamos ao carrinho e paramos na frente de West View, mas minha irmã não quis pagar para entrar. Pensei bem e, como já revelei, não nado e acho que não seria confortável descer com colete (que alugam por lá). 

Depois paramos para almoçar no "Freedom Bar e Restaurante", que estava vazio e tinha um bom preço. Comemos o prato típico da ilha: peixe, arroz, salada e aipim. Veio ainda uma sopinha, que não gostei, pois era água pura.


Entregamos o carrinho antes do horário estipulado, pois já não tínhamos mais o que ver. Voltamos para o hotel para tomarmos banho. Para jantar, minha irmã optou por comer numa pizzaria que tinha na frente do hotel (Pavarotti tapas e pizza), enquanto eu e Giovana preferimos caminhar até a orla para comermos hambúrguer. Tinha uma boa memória da lanchonete "El corral", mais precisamente do suco de tangerina que tomei em Bogotá, mas em San Andrés não tinha opção de suco natural, apenas refrigerantes.
No último dia, seguimos caminhando pela orla até o letreiro da cidade, tiramos fotos, depois ficamos na praia do Centro. Tomamos sorvetes maravilhosos e almoçamos na "Beer Station". Se algum dia voltar, espero conhecer a ilha de Providência. O problema é que de barco demora e enjoa e de avião o custo é um pouco alto.


 





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