O primeiro dia em Malta

Elaboro um roteiro completo e checo se todos os transportes estão disponíveis, além do preço do deslocamento. Realizo a pesquisa de passagem no site skyscanner.com.br, que mostra uma tabela comparativa de preços e horários. Observei que só tinha um voo de Riga para Malta no dia 1/6, não havia no dia anterior ou posterior. Comprei a passagem no site da AirBaltic, companhia letã com sede em Riga, que alimenta os países bálticos. O voo não foi tão barato, custou 130 euros, mas no fim não pesou no orçamento, já que gastei nos trechos Rio-Madri-São Petersburgo-Tallinn-Riga-Malta-Madri-Rio a bagatela de R$2.985,92! Às 18 horas fizemos o check-in e tivemos que esperar por longas horas. Para piorar, o voo teve um atraso considerável. 





Tive dificuldade para encontrar hospedagem em Malta. Não tinha um hotel de rede como Ibis e os preços eram bem elevados. No início da pesquisa tinha visto bons apartamentos no Airbnb, mas quando decidi reservar, as opções com preços razoáveis e bem localizadas eram inexistentes. Os lugares mais indicados para se hospedar são St. Julian e Sliema em razão da proximidade com lojas, restaurantes, bares. Acabei optando pelo bairro de Swieqi (a pronúncia é "suigui").



Não encontrei qualquer indicação daquele bairro, mas havia a informação que ficava a 10 minutos caminhando de Paceville, que fica ao lado de St. Julian. O apartamento escolhido tinha um quarto, ar-condicionado, cozinha, banheiro, sofá-cama na sala. Não cobrava taxa de energia elétrica "por fora" (vi muitos anúncios que cobravam um "cartão adicional" para usar o ar ou taxa de internet). O anfitrião Jeremy respondeu minhas perguntas em poucos minutos e ficou em comunicação via whatsapp até a data da hospedagem. Chegaríamos por volta das 1:30 do dia 2/06, mas paguei, por óbvio, a diária do dia 01/06. Então foram 6 diárias, que ficou em R$636 (dividi com um amigo, logo, 318 reais para cada). Perguntei se tinha transfer e informou que podia mandar um carro por 18 euros. Assim que chegamos no aeroporto procuramos a placa e o carro do italiano Antonio, que nos aguardaria no estacionamento e mostraria o apartamento. O prédio tinha 3 andares e ficava no fim de uma rua sem saída. Antonio mostrou a senha do wi-fi, os botões para ligar o aquecedor do chuveiro, a cozinha. No fim, constatamos que não tínhamos nada para comer ou beber e não havia sinal de algum estabelecimento aberto. 



No dia seguinte, fomos procurar algum mercado para abastecer a geladeira e tivemos uma grata surpresa, pois o "Greens Supermarket" ficava a poucos metros. O supermercado tem dois andares e vende tudo, mas não é barato, talvez porque tudo seja importado, já que a terra é bem árida e a ilha é relativamente pequena. Comprei pães, pasta de tomate seco e azeitona, iogurte, cappuccino, etc. O bairro é basicamente residencial com grandes casas cor de areia, muitos carros estacionados. No mercado, que fui quase todos os dias, vi brasileiros, que devem estudar na região.

Malta atualmente é o paraíso do intercâmbio para os brasileiros, que encontrei em grande número. Estavam em todos os lugares e quase sempre em grandes grupos. O país tem dois idiomas oficiais simultaneamente, o inglês e o maltês. Pela pesquisa realizada, os preços dos cursos de inglês são bem convidativos, além do clima ótimo que a ilha tem.

Outra informação interessante é a proximidade com a Tunísia (288 km), no Norte da África, e com a Sicília (93 km), na Itália, tanto que tem ferry que faz a travessia em aproximadamente 2 horas. A ilha é um dos menores países da Europa com apenas 316 km, mas não pense que 5 dias inteiros foram suficientes para conhecê-la completamente - de transporte público.

Malta tem Valeta como capital, mas é menor que qualquer bairro do Rio de Janeiro. E ainda, existem outras duas ilhas habitadas, Comino e Gozo, que pertencem ao mesmo arquipélago.

O próximo passo foi encontrar um ponto de venda do passe de transporte público válido por 7 dias, que custava 21 euros. Entrei no site oficial (https://www.publictransport.com.mt/en/order-explore-card) e procurei o local mais próximo - não tinha nenhum em Swieqi. Abrimos o "google maps" e caminhamos até o curso EC Malta, em St. Julian. Ao chegar no curso de inglês, perguntei sobre o cartão. Na recepção queriam saber se era aluna, disse que era turista e consegui adquirir o passe.

Outra possibilidade é alugar um carro para chegar nos destinos mais distantes. Na época, encontrei automóvel automático por 38 euros a diária na http://www.rentalcars.com

Transporte ilimitado

Praticamente na porta do curso, pegamos o ônibus com sentido a Valeta. O "google maps" ajuda muito, pois indica os ônibus disponíveis, mostra as paradas. Existem duas rodoviárias próximas à capital, mas ali é o bairro de Floriana. Aproveitei para tirar foto diante da St. Publius Parish Church. São Públio foi um dos primeiros malteses a serem convertidos ao cristianismo por São Paulo durante sua permanência em Malta no ano 60 d.C. É um dos santos padroeiros do país. A igreja foi construída em 1733, mas passou por várias transformações com o passar do tempo. 




Valeta é considerada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. Sua história está intrinsecamente ligada à Ordem Militar de São João, que fundou a cidade em 1566 e manteve-a por dois séculos e meio. O país já foi governado por fenícios, gregos, romanos, bizantinos, árabes. A cidade é fortificada e localizada em uma península montanhosa entre dois portos naturais do Mediterrâneo.



A capital maltesa estava abarrotada. Caminhamos um pouco para admirar a arquitetura local repleta de prédios com balcões coloridos. De repente, eu, que não costumo beber refrigerante, comprei um "sprite". O que aconteceu? Enquanto fotografava entornou na minha bolsa e me molhou inteira. Disse ao meu amigo que voltaria ao apartamento para trocar de roupa, que poderia ficar e me encontrar mais tarde, mas não quis. Depois fechou a cara... 


Naquele dia tinha colocado no roteiro uma visita a "Mdina". E, por incrível que pareça, não conseguimos visitar um dos cenários de "Game of Thrones" nos dias subsequentes (nunca assisti a série, mas vejo que tem uma legião de seguidores). 

Os ônibus funcionam em Malta, mas muitas vezes demoram muito tempo (no ponto encontramos o horário), pois o intervalo é de 20/30 minutos. Algumas vezes não param no ponto. E quase sempre está lotado. E ainda, o trânsito é caótico! De Valeta a Swieqi levei mais de 1 hora! 



Igreja de São Francisco de Assis em Valeta
 

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Experiências incríveis!