Paris, 3ª parte

Paris é linda, mas não me cooptou, tanto que tenho escrito sobre minhas experiências na cidade com alguns anos de atraso. Hoje sei exatamente o motivo: senti muito frio. Embora fosse primavera, cheguei a pegar 0° e minha mala não estava adaptada pra aquela temperatura. 
Palácio de Versailles



No meu terceiro dia em Paris decidi visitar o Palácio de Versailles. Como estava no Quartier Latin, peguei o RER C e desci em Versailles Château. Não tive dificuldade para achar o palácio. Bastou seguir o fluxo, pois há uma horda de turistas seguindo na mesma direção. 


O Palácio de Versalhes foi classificado como Patrimônio da Humanidade há 30 anos e é uma das maiores realizações da arte francesa do século XVII. O antigo pavilhão de caça de Luís XIII foi transformado e prolongado por seu filho, Louis XIV, quando instalou o Tribunal e o governo em 1682. Uma sucessão de reis continuou a embelezar o Palácio até a Revolução Francesa.






Em 1789 Louis XVI teve que deixar Versalhes durante a Revolução francesa e seguiu para Paris. Desde então o palácio nunca mais foi residência real, se transformando em Museu da História da França em 1837. Os quartos do palácio começaram a alojar coleções de pinturas e esculturas.

No início, Versailles era uma aldeia rural, logo, o termo utilizado era "castelo" (Château), contrapondo, por exemplo, ao Palácio (Palais) do Louvre, que ficava em perímetro urbano.

Comprei o ingresso que possibilitava a visita pelo palácio e jardins. No palácio encontrei uma multidão que caminhava em fila indiana e muitas vezes era impossível apreciar todos os detalhes de arquitetura e decoração de cada ambiente, principalmente o de Maria Antonieta.



Não consegui caminhar pelos jardins em sua totalidade, pois ventava tanto que poderia ter pego pneumonia naquele dia. Observei as estonteantes tulipas, fotografei a paisagem, conversei com uma mineira que também viajava sozinha e retornei para uma área protegida.

Retornei a Paris por volta das 16h e percebi que ainda teria tempo para fazer outras visitas. Fui ao hotel, me agasalhei melhor e segui para o Musée de Cluny, também conhecido como "Museu Nacional da Idade Média", que é um museu e um sítio arqueológico localizado no coração da cidade. Utilizei o Paris Museum Pass (o museu estava vazio).




É dedicado à preservação da arte medieval e tem como obra prima o conjunto de tapeçaria denominado "A dama e o unicórnio" (The lady and the unicorn), considerado um dos maiores trabalhos da Idade Média. Há ainda a presença das termas galo-romanas, que é a obra romana mais importante em solo francês. Saindo do museu estava com fome e avistei um Mc Donald´s. Seria um crime optar por tal "refeição" em solo francês?
A dama e o unicórnio
  


Ali atrás estão as termas romanas

Aproveitando ao máximo o tempo disponível, segui para minha segunda visita no Centre Pompidou, que fica aberto até tarde. E o Paris Museum Pass não limitava o número de visitas, então aproveitei. 

No retorno, um homem começou a falar comigo e não entendi absolutamente nada. Educadamente respondi "je ne parlais pas français" (eu não falo francês). Perguntou em inglês sobre a minha origem. Disse que era brasileira e exclamou "Você não parece brasileira, pois tenho uma amiga brasileira!". Tinha aparência árabe, mas disse que era francês e trabalhava com design

Perguntou o que gostaria de conhecer em Paris. Falei que ainda não tinha visto a livraria "Shakespeare and company" (fica no número 37 da rua da Bûcherie, que era local de encontro de figuras como Ernest Hemingway e James Joyce, também mostrada nos filmes "Antes do pôr do sol" e "Meia-noite em Paris") e o "Café de Flore" (famoso café no bairro de Saint-Germain-des-Prés, pois era um local de encontro dos intelectuais, como Sartre e Simone). Seguimos conversando e me mostrou os dois pontos turísticos, depois nos despedimos.


Naquele dia terminei num restaurante no Quartier Latin, mas não recordo o nome. Entrei e pedi um copo de vinho Bordeaux e a famosa "soupe d'oignon" (sopa de cebola) e de sobremesa fiquei com o clássico crème brûlée. Lembro que pensei em pedir escargot para experimentar, pois era barato em comparação com os outros pratos, mas não tive coragem.
soupe d'oignon

crème brûlée






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