Após marcar minhas férias, pesquisei vários destinos, mas as passagens estavam exorbitantes. Tinha apenas 11 dias de férias, logo, teria que ser uma cidade que fosse possível  conhecer em poucos dias.

Como me interesso por diversos lugares, acabei perdendo o foco, fiz consultas sobre passeios em agências da Guatemala, Jordânia e Bolívia! O tempo passou e já estava de férias. Fiquei super deprimida, pois viajar é algo que anseio. 

Comprei a passagem na tarde de uma quinta-feira para viajar no dia seguinte, na sexta-feira! É um recorde absoluto de pouco tempo para organizar uma viagem. Tinha feito viagens que não pesquisei muito, como Londres que comprei a passagem 5 dias antes, Santo Domingo 3 dias antes, Joanesburgo 4 dias antes, mas sempre com milhas, que antigamente não tinha muita variação.

Casco Viejo

Decidi que ficaria 3 dias no Panamá e 4 dias em Aruba. A Copa Airlines oferece um stopover gratuito no Panamá, na verdade, a passagem aumenta 50 dólares. Pode ser no voo de ida ou de volta. O Panamá é um hub na América Central e Caribe, interligando diversos países. Foi a passagem mais cara que já comprei na vida, mas depois de tantos anos sem fazer uma viagem internacional (desde 2019), em razão da pandemia, achei que valeria. 

Casco Viejo

Paguei R$3.800,00 sem bagagem despachada! Antigamente podia escolher o assento com 24 horas de antecedência, no ckeck-in, mas atualmente só pagando. Caso contrário, o assento é escolhido aleatoriamente. Se fosse pagar gastaria cerca de 400 reais em 4 trechos.

Tinha viajado duas vezes com a Copa e as passagens variavam de R$1.600,00 a R$2.400,00 com bagagem despachada! Se eu quisesse ir apenas para Aruba tinha passagem mais barata (R$3.300,00), pela Avianca.

Algo inédito para mim seria viajar para outro país apenas com bagagem de mão. E não somente por poder levar poucas roupas, mas principalmente em razão dos líquidos (creme de cabelo, condicionador, xampu, etc.). Comprei 3 kits de viagem e peguei uns potinhos com tampa para colocar o creme de pentear (meu cabelo é cacheado). Coloquei um pouco de protetor solar (insuficiente), levei shampoo e condicionar em barra e um pouco nos recipientes.

Para viajar para o Panamá as únicas exigências eram a comprovação das vacinas de febre amarela e de covid. A moeda do país é o Balboa. O valor é idêntico ao Dólar, 1 Balboa = 1 Dólar. Só tem moedas e a maior é a de 1 Balboa. 

Felizmente, em setembro tinha pedido o cartão Wise, portanto, restou fazer um doc com o valor que levaria (o doc chegou no dia seguinte às 8h, o ted chega no mesmo dia, mas pagaria tarifa). Vi que atualizamente aceitam pix. Tinha alguns dólares e euros que havia sobrado de viagens anteriores, logo, não precisei ir na casa de câmbio.

Escolhi algumas roupas no guarda-roupa, coloquei um chinelo, uma sandália (que não usei), maiô, roupas íntimas na mala.  

Geralmente faço um roteiro pormenorizado, indicando os lugares que pretendo visitar, mas com menos de 1 dia foi impossível. Por sorte, costumo pesquisar vários destinos e sempre tenho uma ideia dos atrativos das cidades. 

Para minha surpresa, assim que comprei passagem, decidi ver a previsão do tempo e descobri que, embora a região não tenha furacões, outubro é o mês mais chuvoso no Panamá. Choveria todos os dias! Tive que colocar duas calças na mala.

No mochila apenas a câmera, o snorkel, o casaco. Costumo também levar uma pasta com as reservas, cópia do passaporte e outros documentos necessários impressos.

O próximo passo foi fazer as reservas de hospedagem (Cidade do Panamá e Aruba). Na Cidade do Panamá, optei por um hotel container. Deixei uma mensagem no Booking, pedindo um check-in antecipado, pois chegaria no aeroporto no início da manhã. Prefiro fazer reserva no Hoteis.com, pois, em geral, pode ser pago antecipadamente, mas o valor estava muito mais caro que na outra plataforma.

No dia seguinte, fui para o aeroporto às 22:00, pois, embora meu saísse apenas 1:35, não queria pegar uber tão tarde. 

O que me chamou atenção foi o abandono do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão)! Considerando o dia seguinte, tinha uns 7 voos agendados, sendo 4 para Buenos Aires. Quando cheguei no Panamá vi que apenas pela Copa Airlines tinha mais de 100 voos internacionais no mesmo dia. Não tinha Sala Vip no Galeão associada ao Lounge Key na época (acho que inauguraram uma recentemente), logo, não pude fazer um lanchinho antes.

Fiquei perambulando no aeroporto fantasma até o horário do embarque. O voo estava lotado. E, fui sentada no assento do meio. O homem que estava no corredor tossiu toda a viagem e não colocou uma máscara - se estava gripado seria bom senso evitar tal propagação. Daí fiquei pensando se não estaria com covid, contudo, na metade do voo se deslocou para o assento dos filhos. 

As passagens aumentaram e o serviço só piorou. Achei que teria um lanche, mas ofereceram apenas café da manhã. Só tinha uma opção: empanada de coco! Nunca tinha visto com esse sabor. Não oferecem cobertores e o frio era terrível. Pelo menos, o voo foi direto e tinha apenas 7 horas de duração.

Como estava com bagagem de mão, assim que cheguei segui direto para a imigração. Perguntaram quanto tempo ficaria e o que faria por lá. 

O Aeroporto Internacional de Tocumen só oferece 30 minutos de wi-fi grátis, então, segui para o estacionamento para me conectar e pedir o Uber. Antes de viajar, fiz uma simulação e a corrida dava cerca de 13 dólares, mas estava bem inflacionado no dia. Acredito que em razão do horário. Não tinha como esperar, então chamei e deu 19 dólares. Estava na zona 4, o aplicativo mandou eu esperar diante do estacionamento de número 15. Imediatamente o motorista me mandou mensagem dizendo que já estava no local. Desceu e colocou minha mala no bagageiro. Jimmy foi muito simpático e falou bastante sobre a cidade e os costumes locais. 

Cheguei no hotel Nomada Republic Container Hotel Panama City, que fica próximo de grandes hotéis de rede, como Riu. Fica localizado num centro financeiro, onde tem muitas sedes de bancos, além de estar ao lado de um "atrativo turístico", na verdade, um prédio que chama atenção de longe, El tornillo (Edificio F&F Tower). Fica próximo do Shopping Soho City Center.

Cheguei no hotel cedo, antes das 9h. A recepção não estava aberta, logo, caminhei até o café, que também fica num container. O gerente estava lá ajudando. Me apresentei, perguntei sobre o check-in antecipado, disse que poderia fazer sim (sem custo), pois um quarto já estava vazio, mas precisaria aguardar a faxineira, que chegaria às 11h. Paguei as diárias com café da manhã, mas contei pra ele que provavelmente só tomaria um dia, pois pretendia ir em San Blas num dia e no dia do check-out meu voo saía às 9h, logo, deixaria o hotel antes das 7h. Ele disse pra eu antecipar um café da manhã e me apresentou o menu. Escolhi café, frutas e iogurte natural. 

Após tomar o café da manhã, me levou até a recepção para que eu efetuasse o pagamento. Paguei com o Wise (evitando o IOF). Depois perguntou se poderia me ajudar em algo mais. Primeiro, perguntei onde comprava um simcard (chip) pro celular, para que pudesse chamar uber. A menos de 200 metros tem um mercadinho chinês que vende. O gerente foi até a calçada me mostrar. Disse para comprar o simcard (US$2,30) e 5 dólares de crédito. Totalizou 7,30 dólares. A operadora era Tigo (me informaram que é a melhor, mas também tem a Claro) - pegou tranquilamente nas ilhas de San Blas. Importante ressaltar que o troco menor é dado em Balboa.

No retorno, ele mesmo colocou o simcard e fez as ligações para efetivar o crédito - assumo que levaria anos para tal.

Tendo em vista que comprei a passagem um dia antes, não tive tempo para contratar o passeio para San Blas. Fiz contanto com uma agência que encontrei no Instagram (Bon voyage pty), que cobrava um bom preço, 120 dólares, mas pedia depósito de 25 dólares, só que deu apenas duas formas de pagamento: Yappy ou depósito em conta. 

Perguntei no hotel se teria contato de alguma agência para o dia seguinte. O gerente imediatamente ligou para um amigo, Rodrigo (+507 6506-2959), que cobrava 125 dólares pelo tour + 22 dólares de taxas, ou seja, 27 dólares (150 reais) a mais que a agência online. No entanto, não vi outra alternativa, ainda mais por ser garantido. Em minutos, o dono da agência foi lá buscar o depósito de 50 dólares, passou o whatsapp do motorista que me buscaria. Pediu para esperá-lo a partir das 5h da manhã do dia seguinte.

Em seguida, o gerente perguntou meus planos para conhecer a Cidade do Panamá. Me disse os melhores horários. Me adicionou no Whatsapp caso tivesse alguma dúvida durante minha estadia. Luis ofereceu um dos melhores atendimentos que já tive em um hotel. Recomendo a todos, embora seja um ambiente bem diferente de hospedagem. Há disponibilidade também de container com sala e cozinha.

Assim que a faxineira liberou o quarto, me levou até lá, mostrou a senha pra abrir a fechadura eletrônica. O quarto me surpreendeu. Achei bem confortável e bonito para um container. O ar-condicionado é um item muito necessário, já que não tem ventilação. Deitei um pouco, depois tomei banho para ir em direção ao Casco Viejo. O dia estava bastante chuvoso e, por sorte, levei um guarda-chuva. 

 

O motorista do uber era um jovem muito simpático, fomos conversando sobre futebol, me mostrou o Estádio Maracanã que tem lá. Disse que o Casco Viejo é bem seguro, que não precisava me preocupar. Desci por volta das 12:20.

O Casco Viejo também é conhecido como Casco Antiguo. O local foi declarado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade em 1997. Após destruição de Panamá Viejo, o centro da Cidade do Panamá foi transferido para uma península, que hoje é o distrito histórico. Várias construções são importante patrimônio nacional, como as igrejas, o palácio presidencial, o Museu do Canal (antes o Grande Hotel), o teatro nacional, construções do período colonial, século XVIII. Há ainda belíssimas residências de meados do século XIX e início do século XX, e ainda, prédios residenciais de madeira.

Fiquei realmente boquiaberta com a condição do centro histórico. Além de bonito, o patrimônio está muito bem cuidado e limpo. Um motorista disse que não era assim há alguns anos, mas teve uma reforma que transformou o lugar. Imagine se São Luís do Maranhão tivesse o mesmo tratamento? 

Casa Góngora

Não tinha traçado no mapa os lugares para visitar. Fui andando aleatoriamente e pegava o celular para verificar a minha localização no google maps. Estava com a câmera pendurada no pescoço e achei bem tranquilo. Vi vários policiais pelas ruas. Tem algumas lojas com artesanatos locais, de Chapéus Panamá (símbolo local), mas acabei não entrando. 

Sobre os chapéus, embora sejam feitos originalmente no Equador, levam o nome do país. Foram nomeados assim por americanos e franceses na época da construção do Canal do Panamá, usavam, como os trabalhadores locais, com o objetivo de se protegerem do calor e quando perguntados a origem diziam que eram do Panamá.

Loja de Chapéu Panamá

Plaza Herrera

Fotografei inúmeros edifícios, pois achei todos pitorescos. Depois caminhei até a Catedral Metropolitana do Panamá, ou Basílica de Santa María la Antigua, igreja construída entre 1688-1796. Na frente fica a Plaza de la Independencia, e, no entorno, encontrei outros prédios históricos, como Museo del Canal e Museo del Palacio Municipal. Me falaram que o museu sobre o canal do Panamá no centro é mais interessante que o do próprio canal. 

Catedral Metropolitana

Museo del Canal

Palacio Municipal

Em seguida caiu um temporal que encheu as ruelas. Aproveitei para visitar o Museo de la Mola (entrada gratuita). Mola é uma prática artística têxtil do povo indígena Guna, que vive nas ilhas de San Blas. Como visitaria a ilha no dia seguinte, achei interessante conhecer um pouco da histórica daqueles habitantes.

Em seguida, entrei na Igreja San José, que tem um altar de ouro. Posteriormente visitei a Igreja San Francisco de Assis, passei diante do Convento de Santo Domingo, que fica ao lado do Museu de arte sacra. 

 

Igreja San Francisco de Assis

Convento de Santo Domingo

Museu de Arte Sacra

Por volta das 15h, já estava morta de fome e a chuva não parava. O gerente do hotel tinha indicado o restaurante de frutos do mar "Finca del Mar", mas caí numa pegadinha de turistas. Um garçom ficava na rua chamando clientes. Disse que o menu com prato principal, sobremesa e bebida custava 11 dólares. Com os olhos turvos, aceitei. Primeiro que era um restaurante no segundo andar praticamente vazio, Ziba Mediterranean Cuisine, que não indico para ninguém. O garçom me levou até o salão do restaurante, perguntei qual prato tinha. Trouxeram frango à parmegiana com batatas fritas (estava bom) e chá. Questionei sobre a sobremesa e falaram que não estava incluída. Fiquei bem estressada. Informei que não pagaria os 10% de serviço. Desci e falei com o garçom, que retornou comigo e disse que tinha sim a sobremesa e trouxeram um creme com sabor de rosas. Quando ia embora, a garçonete veio atrás de mim e se desculpou, dizendo que era o primeiro dia dela no serviço, mas acredito que seja um golpe, pois posteriormente vi um relato semelhante nas avaliações do google.

O Luis tinha me sugerido ir ao Canal do Panamá após caminhar no centro, mas, numa sexta-feira com chuva torrencial o uber que daria 5 dólares estava o dobro. Decidi voltar para o hotel.

Não parou de chover nem um minuto. Durante a madrugada pensei que o container voaria. Levantaria às 4h para sair às 5h. Farei um post apartado sobre San Blas.

Ao retornar de San Blas, cheguei no hotel por volta das 21h. Estava com fome, mas não tinha alternativa no horário. Tem um Starbucks bem próximo, mas não enche os meus olhos.

No domingo o dia amanheceu ensolarado e consegui fazer tudo o que tinha planejado, e melhor, o uber estava com valores baixos. Como destaco abaixo:

-Do hotel ao Panamá Viejo paguei US$2,82

-Do Panamá Viejo até o Biomuseo paguei US$4,98

-Do Biomuseo até Isla Perico paguei US$2,78

-Da Isla Flamenco até o Canal do Panamá paguei US$ 5,66

-Do Canal do Panamá ao hotel paguei US$4,48.

Em síntese, gastei US$20,72, enquanto um tour cobra para uma pessoa sozinha cerca de 450 reais. E destaco que todos os carros que peguei eram novos, confortáveis e cheirosos. Todos os motoristas foram muito educados e receptivos. Nota 10.

O uber me deixou na bilheteria de Panamá Viejo. Comprei ingresso (US$10 turistas, US$5 estudantes, nacionais pagam a metade). Após, aguardei o carrinho que leva as pessoas até o Museo de la Plaza Mayor. O museu fica dentro do sítio histórico e fornece um panorama histórico sobre a primeira cidade fundada pelos espanhóis no Panamá. Encontramos uma grande maquete, textos, objetos históricos e obras de arte.

O carrinho que leva da bilheteria até o museu

Panamá Viejo é um Patrimônio da Humanidade reconhecido pela Unesco. É o assentamento europeu mais antigo na costa do Pacífico. A cidade foi fundada pelos espanhóis que chegaram em 1513 e fundaram a cidade em 1519. O sítio também contém vestígios arqueológicos pré-colombianos de ocupação aborígene. Foi um centro avançado colonial e sede do Tribunal Real de Justiça (XVI-XVII) quando o Panamá era um centro intercontinental. Tem uma arquitetura imponente feita em pedra - edifícios públicos e religiosos. 

Houve um intercâmbio de valores humanos, tendo permitido uma comunicação interoceânica e intercontinental no istmo centro-americano. A cidade existiu por 152 anos, sendo afetada por rebelião de pessoas escravizadas, terremoto, incêndio, mas foi destruída apenas em 1671, após ataque devastador de piratas. É um testemunho do planejamento colonial urbano, com ruínas da catedral, convento, prédios públicos.

Durante a visita, percebi que é um local muito procurado pelos locais para ensaios fotográficos. Vi ensaios de casamento, de quinceañera (15 anos) e de um grupo de dança. 

O segundo atrativo turístico que visitei foi o Biomuseo. Funciona de sexta a domingo. Sempre quis conhecer em razão da arquitetura do Frank Gehry, que fez outros prédios conhecidos pelo mundo, como Gugg Bilbao, Casa Dançante de Praga, Wall Disney Concert Hal. É o primeiro prédio do arquiteto na América Latina.

Achei os valores dos ingressos bem caros, residentes US$10 e turistas US$18 (estudantes e menores US$11, aposentados US$16). E não tem ar-condicionado no museu. Estava bastante quente. Ressalto a simpatia de um educador do museu, Cris, que fez questão de tentar falar comigo em português quando soube a minha origem. 

O Biomuseo é um centro dedicado ao Panamá, que mostra a relação entre a biodiversidade e a cultura. São oito galerias que demonstram o surgimento do istmo (pequena faixa de terra que liga duas áreas de terras maiores) panamenho há três milhões de anos e como modificou o clima e a biodiversidade do planeta. Fica localizado na Calzada de Amador.

Após a visita no museu, poderia seguir caminhando pela Calzada de Amador, que é uma via de 6km construída com pedras sobre o Oceano Pacífico, conectando o continente às Ilhas Perico, Flamenco, Naos e Culebra. Muitas pessoas alugam bicicletas para apreciar a paisagem. 

Chamei um uber, que me deixou na Isla Perico. Andei procurando um restaurante para almoçar. São várias opções de restaurantes e também tem muitas barracas que vendem lanches. Após caminhar muito, parei num restaurante colombiano, La Hacienda Colombiana. Pedi um prato com camarões (gambas al ajillo), arroz de coco (amo!) e banana-da-terra frita. Aqui cabe fazer uma diferenciação, pois patacones é uma banana verde amassada e frita, a banana frita como comemos aqui é tajadas de plátano. Para beber escolhi um conhecido refrigerante colombiano rosa com sabor de maçã, Postobon (Deu US$11,00, mas a taxa de não vem na conta e é opcional).

Caminhei até a Isla Flamenco e fiquei morta, não pela distância, mas em razão do calor que fazia. Na entrada dessa ilha tem uma cancela que antecede um grande estacionamento. Logo na entrada tem dois grandes e barulhentos restaurantes (Sirena e Bucaneros). Caminhei até a placa com a inscrição "Panamá", mas o que me chamou atenção foi a cor do mar e a quantidade de peixes na marina. 

 

Chamei um uber para me levar até o Canal do Panamá, na eclusa Miraflores. No caminho choveu torrencialmente. São três comportas, além da citada, tem Pedro Miguel e Lago Gatun. Luis, o gerente do hotel que estava, disse que de manhã (8h) o fluxo de navios era muito pequeno, portanto, o melhor horário de visita seria entre 14h e 16h (fica aberto até 18h). O carro me deixou na frente do cinema, subi as escadas e já estava diante da bilheteria. Paguei 10 US$. 

Pelo desconhecimento, decidi ver a exposição do museu em cada andar até chegar o mirante propriamente dito, mas quando cheguei os melhores lugares já estavam ocupados. A dica é pegar o elevador e ir direto para o mirante, depois descer os andares do museu. 

O Canal do Panamá é um canal artificial com quase 80km. É uma das maiores obras da engenharia, que permitiu que os navios cruzassem de um oceano para o outro. Do Pacífico para o Atlântico ou vice-versa. Como os oceanos possuem níveis diferentes, as comportas nivelam a água para que possa passar para o outro lado. 

A ideia de escavar o istmo e unir os oceanos surgiu no século 16, quando Vasco Nuñez de Balboa cruzou aquele trecho em 1513, observando que apenas uma estreita faixa de terra os separavam. Houve um decreto em 1534, do Imperador Carlos V del Sacro, para que fosse construído um canal, mas a conclusão foi que não seria possível realizar tal façanha.

Apenas em 1869 os EUA tiveram a ideia de construir um canal para ligar os oceanos. Em 1869 o presidente Grant mandou uma expedição para fazer uma análise topográfica da América Central. Decidiram fazer uma rota pela Nicarágua. Anos depois, em 1902, o Senado norte-americado votou pela contrução no Panamá, pois a Nicarágua tinha vulcões ativos. O primeiro trânsito nas eclusas ocorreu em 1914, que foi inaugurado no dia 15 de agosto. Custou aos EUA cerca de US$375.000.000,00 pagas durante o governo de Theodore Roosevelt. 5.609 vidas foram perdidas durante a construção.

O trânsito dos navios pela manhã vai no sentido Pacífico-Atlântico, já no período da tarde o sentido é oposto, Atlântico-Pacífico. No horário que estava, o locutor informou que passava uma embarcação da América do Sul com destino a China. 

Passei na lojinha e apenas comprei 2 lápis. Na saída tem muito assédio de motoristas de táxi, contudo, tem muitas opções para deixar o local, seja o ônibus comum que sai da rodoviária do shopping Albrook, os ônibus turísticos de dois andares, mas preferi o uber. 

Descansei. Fui no café do hotel, mas estava fechado. Pesquisei e vi que tinha um pátio com containers de lanchonetes próximo, mas, embora pareça bem seguro, chovia bastante, as ruas estavam escuras. E vi que tem muitos seguranças diante dos prédios, as casas tinham grades, logo, deve ter algum nível de violência. Como sairia antes de tomar café da manhã no dia seguinte, precisava comer algo.

Muito próximo ao hotel ficava o Soho City Center, um shopping de luxo que vende grifes como LV, Burberry, Carolina Herrera - cabe ressaltar que a cidade tem muitos shoppings e antigamente diziam que os preços eram mais atrativos que nos EUA. Vi que tinha uma pizzaria, Ciao Bella Gourmet. Entrei e pedi uma pizza. Sentei. Passou mais de 50 minutos e não tinha vindo, quando chamei o garçom viram que não tinham anotado o meu pedido. O gerente veio pediu desculpas e trouxe a pizza em poucos minutos e me ofereceu uma sobremesa. Estava no espaço aberto, mas choveu e tive que mudar para a área coberta. 

 

No dia seguinte, chamei o uber por volta das 6 horas, custou US$13,00 e foi uma viagem tranquila até o aeroporto. 

Gostei muito da Cidade do Panamá. Acho que todos que viajam com a Copa Airlines deveriam aproveitar para conhecer. As pessoas também foram muito simpáticas em todos os lugares que estive.