Luxemburgo em 2 dias

Luxemburgo é oficialmente o Grão-Ducado de Luxemburgo, que é um país rico e também bastante caro para o turista. Fica localizado entre Bélgica, Alemanha e França. Muitas pessoas fazem um bate-volta de Paris, pois o trem realiza o percurso em 2 horas. Tem três idiomas oficiais: luxemburguês, alemão e francês. A título de curiosidade, Schengen (do Tratado homônimo) é uma pequena cidade produtora de vinho que fica em Luxemburgo.  


Acordamos muito cedo, pois nosso ônibus sairia de Bruxelas para Luxemburgo às 09:55 de Brussels City Center – Midi Train Station. Na 87 Rue de France. Após o café da manhã, fizemos o check-out e fomos esperar o transporte. Não tinha ponto ou placa. A FlixBus tinha placa para localizar a parada, mas comprei a passagem no site da OuiBus https://www.ouibus.com/ (hoje se chama "Blablabus", pois a empresa foi comprada pela "Blablacar"). Ao contrário da Flixbus, tinha desconto para criança. As duas passagens custaram 22.73 euros. Constava que a viagem seria realizada com a empresa “Comuto Pro”. Os assentos poderiam ser escolhidos 1 horas antes do embarque, pelo app da ouibus ou no site (my bookings). Só meu amigo conseguiu marcar. Chegou um ônibus sem qualquer nome. Mostramos os passaportes, colocamos a bagagem no interior do bagageiro, o motorista deu um comprovante e subimos. Ninguém respeitou o assento marcado.

Luxemburgo é um pequeno país da Europa e também a capital. A viagem durou cerca de 4 horas, portanto, chegamos na cidade por volta das 14:00, no estacionamento P + R Bouillon 1.248. O local ficava a 3,2 km do nosso hotel. 

Para sair do estacionamento, tínhamos a opção de instalar o app taxiapp.lu (https://www.taxiapp.lu/ ), pois não tem Uber, que na simulação dava 13,35 euros, ou pegar o ônibus em Hollerich, AVL Portal (32 metros da estação). Andamos até o ponto (logo atrás do estacionamento) que ficava imediatamente na saída da garagem, o ônibus de número 125/1 e descemos no Centro, mais precisamente no ponto Fondation Pescatore (foram 10 paradas), depois andamos 350 metros. Ano passado (2019) ainda cobravam para no transporte público, mas hoje é totalmente gratuito. Tinha lido que menores de 20 anos não pagavam transporte público. O bilhete válido por 2 horas custava 2 euros. O bilhete válido para o dia inteiro custava 4 euros. Ficamos com a primeira opção e pagamos diretamente ao motorista.




Não foi fácil encontrar hotel com um preço razoável em Luxemburgo. Para quem procura hospedagem barata: só existe um hostel no centro. A cidade tem três Ibis, o budget e o Ibis no aeroporto e o styles no centro. Os primeiros estavam lotados e o último só hospeda duas pessoas por quarto. Hospedagem em quarto triplo tinha valor exorbitante e quase não aparecia na pesquisa. Decidi procurar para duas pessoas e encontrei um hotel 4 estrelas bem localizado com um bom valor. Mandei e-mail e me disseram que colocariam uma cama para a minha sobrinha no quarto sem qualquer custo (para crianças até 12 anos)! 


Nos hospedamos no Best Western Plus Grand Hotel Victor Hugo. Fizemos o check-in (o recepcionista falava português) no hotel principal, mas nos hospedamos no prédio da frente. O quarto era grande, banheiro idem. Tinha ar-condicionado, mesa, cadeiras, armário, tv, frigobar, wi-fi e uma varanda enorme. O nosso quarto ocupava todo o último andar. Duas diárias saíram a R$709,00.

Soube que tem uma comunidade portuguesa dominante, que migra para procurar emprego, já que o salário mínimo do país é muito superior que o de Portugal, portanto, o português é idioma estrangeiro mais falado por lá. 


Não sabíamos exatamente o que fazer na cidade, mas deixamos 2 dias para descansarmos um pouco, já que é uma região bucólica, antes de seguirmos para a Alemanha.

A cidade de Luxemburgo, bairros e fortificações, é considerada patrimônio da humanidade pela Unesco. Desde o século 16 até 1867, em razão da sua posição estratégica, foi uma das maiores fortificações da Europa. Até sua demolição, foi um exemplo de arquitetura militar que durou por séculos
 
Tem 2 supermercados a menos de 100 metros do hotel: Cactus Marché e Monop' Pasteur. O primeiro era um mercado gourmet com preços elevados. O Monop' é popular, então, comprei frango assado, framboesa, vinho, chocolate, suco, salada, pão, salame. Giovana comprou um brinquedo. Meu amigo comprou queijo, vinho, frango e salada. Retornamos ao hotel e fizemos nossa refeição para depois sairmos.



Caminhamos até o centro (cerca de 15 minutos) e entramos na Igreja Saint Michael, que é o edifício sagrado mais antigo da cidade, que substituiu a capela dos Condes que ficava no mesmo local em 987. Ao longo dos séculos, a igreja foi destruída e reconstruída. A aparência atual remonta 1688, combinando elementos românicos, barrocos e góticos.
 
Seguimos até "Corniche", considerada a varanda mais bonita do mundo, de onde se pode ver o bairro "Grund", com a arquitetura típica de Luxemburgo. Realmente a paisagem é impressionante. Parece uma cidade de brinquedo. Não tem sujeira no chão, poucas pessoas caminhando nos pontos turísticos.


Passamos por Casamata Bock, que é um resquício da arquitetura militar, mas não pagamos ingresso para entrar. São inúmeros túneis construídos durante o domínio espanhol em 1644. As galerias possuem 23 km de extensão. Foi aberto para visitação pública em 1933.


Queríamos chegar no Rio Alzette e não entendemos que caminho teríamos que fazer, então entramos num corredor ao lado de uma casa e chegamos numa região muito interessante, chamada , com inúmeros bares e restaurantes, uma Microsoft e uma Amazon. Li que o local anteriormente abrigava a cervejaria "Mousel et Clausen". Tem até um restaurante brasileiro, chamado "Maria Bonita". Aparentemente, pelo horário, as pessoas ainda trabalhavam e os bares estavam fechados.



Continuamos em direção a uma pequena floresta e tinha uma placa dizendo que não se responsabilizavam pela segurança a partir daquele ponto. Provavelmente o único perigo seria encontrar uma cobra no caminho, então, seguimos. Passamos por uma enorme mansão e de repente chegamos nas margens do rio.
 
 


Resolvemos voltar por um caminho diferente e encontrei uma grande plantação de maçãs, queria comer algumas, mas minha sobrinha pedia para eu não prová-las, pois poderiam estar envenenadas! Depois descansamos nos bancos de Neimënster, que é um centro cultural construído onde era uma abadia. Apresenta concertos, seminários, exposições.
 
Macieiras
Encontramos algumas esculturas espalhadas no meio do bosque. Fizemos questão de tirarmos inúmeras fotos da Melusina, que é uma lenda local sobre um espírito feminino das águas doces, que é metade mulher metade peixe. Em Luxemburgo tem uma versão diferente dos outros países da Europa, que diz que o Conde Siegfried, que era um caçador, um dia ouviu uma música encantadora e quando olhou para o alto do vale Alzette viu uma garota, que jamais esqueceu. Pediu Melusina em casamento, mas teve que fazer duas promessas: que iria morar pra sempre no penhasco e que ela ficaria sozinha aos sábados. O Conde não cumpriu a promessa e, num sábado, olhou pela fechadura e viu sua esposa tomando banho, sendo que a metade inferior era um peixe. O homem ficou apavorado e Melusina sumiu e jamais foi vista novamente. Dizem que ela aparece no rio Alzette a cada 7 anos, esperando que alguém a liberte.
 
Passamos por Grund e subimos em direção ao centro da cidade. Fizemos todo esse percurso sem encontrar um único turista no caminho.

Já no Centro, paramos na
 


Passamos na frente do Palácio Grand Ducal, que é a residência do grão-duque de Luxemburgo. Não é nada suntuoso por fora. Foi construído entre 1572 e 1574. Pode ser visitado, mas não entrou nos nossos planos.
 




Quando chegamos no hotel, o ar-condicionado tinha permanecido ligado e o quarto congelou. Passou alguns minutos e senti minha garganta doendo. No dia seguinte, acordei com febre, dor no corpo e garganta inflamada. Como viajo apenas com o seguro saúde do cartão de crédito (que funciona por sistema de reembolso), não poderia procurar um médico. No site da Visa tinha uma opção de consulta "online", mas não tentei usar. Não sabia em que idioma o médico falaria, e, não teria como pegar receita para qualquer remédio. Minha sobrinha adorou a notícia, pois disse que precisava de um dia pra descansar!


O dia amanheceu bem nublado e frio em constaste com o dia anterior. Tomamos nosso café da manhã no quarto (tínhamos comprado os itens no mercado no dia anterior), pois o hotel cobrava 15 euros por pessoa! Saímos sem destino passando por um parque (são vários parques) e pegamos um dos elevadores da Cidade. São gratuitos e te levam para a parte baixa (no nosso caso). O nome do elevador, em francês, é Ascenseur Panoramique du Pfaffenthal.
O elevador

Passamos por uma "lavanderia" pública, que é uma das 4 que havia na vizinhança, mas a prática se tornou obsoleta após a invenção da máquina de lavar. 
Entramos para visitar o Museu Nacional de História da Arte, que tem a entrada gratuita. São vários andares de exposição. Tivemos que guardar nossas mochilas na chapelaria. Tem um andar todo escavado para mostrar peças arqueológicas. Encontramos arte decorativa, artes visuais, armas, moedas e coleções medievais. Teve um momento que me senti bem enfraquecida pela febre e me sentei - não costumo me sentir cansada em viagem, ainda mais no início do dia.



Em seguida, fomos para a Catedral Notre-Dame de Luxemburgo. Foi construída em 1613, seu estilo arquitetônico é gótico tardio com ornamentos no estilo renascentista. No final do século XVIII, adotou a imagem da Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos, que tinha o poder de realizar milagres e que é a santa padroeira da cidade e do país. Cinquenta anos depois, foi consagrada a igreja de Santa Maria e em 1870 o Papa Pio IX dedicou a Catedral da Santíssima Virgem. Em todas as igrejas Giovana queria 1 euro para poder acender uma vela e rezar, já que professa a fé católica.
 

Um pouco adiante fica o monumento histórico Gëlle Fra, que é a "Dama de Ouro" instalada na Praça da Constituição (Place de la Constituition). Foi criada em 1923 para homenagear os luxemburgueses que morreram na Primeira Guerra Mundial. É uma figura feminina banhada em ouro no topo de um obelisco de pedra. Em 1940 foi derrubado pelos nazistas e apenas e 1984 foi reconstruída. Hoje, simboliza liberdade e resistência para o povo luxemburguês.



Daquela praça pudemos observar a  Ponte Adolphe, erguida entre 1900 e 19003, durante o reinado do Grão-duque Adolphe. Era o maior arco de pedra até a sua construção. O arco em mais de 85 pelos no meio do vale Pétrusse. A altura da ponte é de 43 metros e comprimento total de 153 metros.




Para finalizar, novamente almoçamos na Pizza hut, que tem asinhas de frango, que agradava todo mundo e decidimos ir pro hotel. No caminho passei na farmácia, mas o balconista me informou que não podia me vender anti-inflamatório (sempre levo, mas esqueci dessa vez), então comprei remédio para febre e umas pastilhas. Ainda estava claro, mas fomos descansar, pois sairíamos de madrugada.
Comprarmos a passagem de ônibus para Munique no site: https://www.flixbus.pt/. Custou 25,99 euros cada. Duração de 8:25. Saímos 1:30 da manhã, do estacionamento P+R Bouillon. 

Vimos que o último horário de ônibus público era 12:30, então, quando deu 23:45 saímos do hotel, fizemos check-out, e caminhamos até o ponto, que estava deserto. No ponto tem um painel indicando o próximo ônibus e o horário que chegaria. Fiquei desesperada porque no estacionamento não tinha banheiro (tenho bexiga hiperativa, que me inferniza), quando pensei em ir no matagal apareceu uma raposa!!! Foi um desespero, pois o ônibus chegou cheio, ninguém respeitava lugar marcado. Só sabia que Giovana teria que ir ao meu lado. Ficamos próximo do banheiro e seria uma longa viagem, sem poder dormir (por causa de furtos), com o peso da minha sobrinha e ainda estava febril.

Luxemburgo é uma cidade muito organizada e pequena. Dá para conhecer num bate-volta de Paris, se chegar bem cedo. Não tem nenhum atrativo que considere imperdível. 

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