Bruxelas

Decidimos pegar trem Thalys de Paris para Bruxelas na Gare du Nord. Tinha lido que aquela região e a estação em si tem muitos furtos, logo, precisaríamos ficar atentos. E ainda, o momento que o turista está mais vulnerável é aquele que está com malas, passaporte e todo o dinheiro. Ressaltando que tinha duas malas para carregar no metrô. 

Tivemos sorte que a linha 5 (do metrô de Paris) tem carros novos e espaçosos. Chegamos lá às 9h, mas nosso trem só partiria às 10:25. Estava absolutamente lotado e foi difícil saber onde o trem pararia. Jogamos as malas no chão e ficamos sentados ao lado. A estação tem muitas lanchonetes, restaurantes e mercados. Fiquei ansiosa, pois percebi que estava com dor de barriga, então tive que recorrer ao banheiro, que é pago. Fiquei na fila e paguei 1 euro. Na segunda vez foi impossível, pois a fila dava voltas.

Originalmente pegaria um ônibus Flixbus para ir a Bruxelas, em razão do preço, mas depois desisti, pois sairia de um lugar também não muito seguro em Paris e chegaria na Gare du Nord de Bruxelas, que não recomendavam em razão dos inúmeros roubos (vi alguns vídeos e fiquei assustada). Percebi que seria mais tranquilo chegar na Gare du Midi, logo, o trem, embora mais caro, seria a melhor opção.

A Grand Place é Patrimônio da Humanidade - Unesco
Por ter comprado a passagem do Thalys com antecedência, o preço foi excelente: 29 euros adulto e 15 euros criança, na segunda classe. O trem partiria 10:25 e chegaria no destino às 11:47, ou seja, realiza o percurso de Paris a Bruxelas em apenas 1h22, numa velocidade de 300km por hora! Oferece internet wi-fi grátis.
 
Hoje em dia existe outro trem que faz o percurso: IZY, uma versão low cost, que tem o assento mais barato a partir de 10 euros, no entanto, é mais demorado e alcança o destino em 2h14.

Na hora de adquirir a passagem, comprei na minha casa e meu amigo, simultaneamente, na casa dele. E, no fim, percebemos que ele foi colocado no vagão 5, enquanto eu estaria no vagão 6, portanto, não teria ajuda com as duas malas. 

Desde que li sobre furtos nos trens da Europa, passei a levar um cadeado de bicicleta para prender as malas no bagageiro do trem - que tem barras de ferro. Assim que as portas abriram, corri com Giovana, disse para ela encontrar nossos lugares (que era ao lado da porta) e fui colocar as duas malas e depois prendê-las com a corrente. Fiquei pensando que poderia passar o fiscal para verificar a passagem e encontrar minha sobrinha sozinha, mas tive que correr para o banheiro, que estava entupido, com papel até o alto.

Ao chegarmos na estação Gare du Midi tentamos nos localizar e saímos na direção certa (embora uma mulher no elevador insistisse que deveríamos sair do lado oposto). Optamos por nos hospedar na Ibis Gare du Midi, que fica a uns 100 metros da estação e tem um metrô na frente. Toda região de estação de trem requer cuidados e essa não é diferente. Na porta do Ibis tinha uns dez homens (aparentemente eram africanos) em pé parados, observando.

O check-in no Ibis Gare du Midi ocorre apenas às 15h. Como de costume, sempre envio um e-mail informando o horário aproximado que vou chegar, pedindo, se possível, se pode ser feito um "early check-in", ou seja, um check in antecipado. Dessa vez ainda falei que estava viajando com criança. Assim que entramos, fui até o balcão, perguntei sobre o acesso ao quarto e nos deixaram entrar de imediato! Li muitas reclamações no tripadvisor que não deixam entrar antes do horário, mas comigo tudo ocorreu bem. Como a reserva foi realizada no site hoteis.com, as diárias (com café da manhã) já estavam pagas. 


O quarto era enorme. O maior que já estive daquela rede. Tinha uma cama de casal e uma de solteiro, armário, tv, mesa de escritório. Era especializado em cervejas artesanais e tinha um pequeno bar no térreo. E não cobrou pela criança. Tínhamos apenas 1 dia inteiro em Bruxelas, pois no dia seguinte visitaríamos Bruges, logo, estávamos com pressa. Trocamos de roupa. Vimos que do hotel até a região turística levaria 20 minutos caminhando.

Assim que saímos, os homens permaneciam na porta do hotel (não sei se comercializam algo ilegal). Depois de uns 2 minutos andando percebemos que tinha um homem nos seguindo. Começamos a falar alto e paramos de andar. Entendeu que estávamos atentos e desistiu. Pegamos uma rua reta cheia de bares, mas notamos que não havia mulheres, bem como todos tinham aparência árabe ou persa, com narguilés nas mesas. Estaríamos no Irã, no Marrocos? Nós encontramos uma parte da cidade que não está nas revistas e nos blogs. Parecia um lugar bem pobre, não parecia a Europa que costumamos ver.


Quando chegamos na Grand Place (Grote Markt), vivenciamos a Bruxelas dos contos de fada. A praça, uma das mais bonitas da Europa, é considerada patrimônio mundial da humanidade pela Unesco. Formada por prédios públicos e privados do século 17. É a mais antiga referência escrita que se tem conhecimento do século 12. O prédio mais famoso é o  Hôtel de Ville (Prefeitura). A casa do Rei é ocupada há décadas pelo Museu da Cidade.


 
 

 

Tiramos fotos e seguimos para a Godiva Grand Place, loja de chocolates, onde minha sobrinha e meu amigo compraram um cone de morangos com chocolate Godiva por 8,50 euros. Ficaram em êxtase. Eu não como chocolate e não bebo cerveja, logo, a cidade não me pegaria pelo estômago. 
 
Fomos caminhar na Les Galeries Royales Saint-Hubert. As galerias comerciais foram  criadas no ano de 1847. São diversas lojas e muitas eram especializadas em chocolates, de todas as  formas, cores e sabores.
 

 
 
Em seguida, procuramos o monumento mais famoso da cidade: Manneken-Pis – fonte de menino pelado urinando. Estavam comemorando alguma data festiva e a praça estava repleta de locais, enquanto o boneco urinava cerveja!!!
 

Paramos para comer num restaurante italiano. Pedi pizza pra dividir com Giovana e meu amigo pediu uma massa com vinho. O garçom era brasileiro!


Seguimos para o metrô mais próximo, mas, como ficaríamos um dia, não pesquisamos muitos sobre o transporte. No metrô em Bruxelas tem que validar o bilhete. Entendi que não tinha desconto em bilhete individual para criança. Seguimos para a bilheteria e pedimos bilhetes ida e volta. Eu adquiri 2, totalizando 8,40 euros. Precisei ir no banheiro e era pago. Na porta, cobrando 1 euro, estava um brasileiro. Disse que Giovana não precisava pagar.

  • Passagem simples: 2,10€ (2,50€ se você comprar diretamente a bordo).
  • Passagem de ida e volta: 4,20€ (a volta tem que ser feita em até 24 horas).
  • 5 passagens simples: 8€.
  • 10 passagens simples: 14€.
  • Bilhete de 24 horas: 7,50€.
Tínhamos decidido que visitaríamos o Atomium, que é um dos símbolos da cidade e um dos principais pontos turísticos em Bruxelas, apenas para tirar fotos na frente, não precisaríamos subir.
Surgiu algo que não estava programado: o monumento acima descrito fica na frente da Mini-Europe, que é um "mini-mundo", ou seja, são diversas construções imitando os lugares mais conhecidos da Europa. Disse para Giovana que só iria se Victor topasse. Ela conseguiu convencê-lo. O ingresso custou 11,80 criança e 15,80 adulto. Tínhamos apenas 1 hora para visitar o parque. 


 

Retornamos para o centro de Bruxelas e fomos na famosa cervejaria "Delirium", mas entramos apenas para conhecer, uma vez que não gostamos de cerveja. O ambiente é bem escuro, mas deve ser divertido para quem gosta. Tem ainda uma tequilaria da mesma rede ao lado.
 
Na saída, pois fica na mesma rua da cervejaria, fomos até a escultura Jeanneke Pis - menina fazendo xixi, que é a versão feminina da escultura famosa.
Depois fomos aproveitar o famoso crepe, que custou 2,50. No retorno, fizemos o mesmo caminho de volta e tinha bastante polícia num parque infantil (parecia o subúrbio do Rio). Passamos pela região de restaurantes (árabes) e queríamos sentar, mas, como não vimos mulheres, decidimos ir pro hotel.
 
No dia seguinte, acordamos cedo, pois visitaríamos Bruges, e seguimos para o café da manhã - que era ótimo. Tinha laranjas e uma máquina pra fazer suco, máquina de crepe, máquina de café, pães maravilhosos, frios, iogurtes, frutas, ovos, salsichas. E, na saída, ainda ganhamos um pote de mel orgânico de produção do hotel.

Percebemos que a Gare du Midi não é tranquila. Não conseguimos almoçar em Bruges, então, quando retornamos, num fim de semana, já não tinha quase nada aberto, portanto, a nossa única opção foi a lanchonete de origem belga Quick Restaurants, e, caminhando para lá observamos um furto. Em seguida, novamente os seguranças corriam atrás de outro homem. Aproveitamos para comprar mais algumas coisas no supermercado da estação (Carrefour express). Victor comprou todos os chocolates que encontrou. Comprei chocolate pra Giovana, morangos, sidra pra mim.

No dia seguinte, acordamos muito cedo, pois nosso ônibus para Luxemburgo sairia às 09:55 de Brussels City Center – Midi Train Station. Na 87 Rue de France. Após o café da manhã, fizemos o check-out e fomos esperar o transporte. Não tinha ponto ou placa. A FlixBus tinha placa para localizar a parada, mas comprei a passagem no site da OuiBus https://www.ouibus.com/ (hoje se chama "Blablabus", pois a empresa foi comprada pela "Blablacar"). Ao contrário da Flixbus, tinha desconto para criança. As duas passagens custaram 22.73 euros. Constava que a viagem seria realizada com a empresa “Comuto Pro”. Os assentos poderiam ser escolhidos 1 horas antes do embarque, pelo app da ouibus ou no site (my bookings). Só meu amigo conseguiu marcar. Chegou um ônibus sem qualquer nome, mostramos os passaportes, colocamos a bagagem no interior do bagageiro, o motorista deu um comprovante e subimos. Ninguém respeitou o assento marcado.

Queria ter visitado Palácio Real de Bruxelas, que só fica aberto ao público habitualmente de julho até o início de setembro. E também gostaria de visitar o Museu René Magritte, em homenagem ao ilustre artista belga. Também coloquei no roteiro um restaurante para comer o prato típico, “moules-frites”, que são mexilhões com batata frita. Li que o “Chez Leon”, não cobra a refeição das criança. No fim, fiquei com receio de comer frutos do mar. Não acho Bruxelas um lugar imperdível, pelo contrário, senti mais tensão na cidade (fora do centro) que em Paris. 
 

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