Tallinn, a capital da Estônia (1ª parte)

Como relatado no post anterior, houve alteração da rodoviária de embarque, em São Petersburgo, aumentando 1 hora na viagem, totalizando 6h45. Apesar do tempo na estrada, ainda acho o ônibus melhor opção que o avião. 

A muralha medieval de Tallinn

O ônibus partiu da Rússia às 8:15 e parou na fronteira para fazer o controle de imigração. Ficamos ali mais de 1 hora, pois todos devem descer com a bagagem de mão, depois pegamos as malas no bagageiro para fazer os trâmites de saída do país. Dentro de um galpão se forma uma fila e todos seguem até a cabine com o policial, que só olhou o passaporte e carimbou, mas os russos precisam de visto para entrar na Europa, bem como os europeus precisam de visto para adentrar em solo russo, portanto, para a maioria dos passageiros, a verificação é mais demorada. Quando todos são liberados, o ônibus retorna e colocamos as bagagens novamente.

Infelizmente a imigração da Estônia não está instalada no mesmo local, então, o ônibus segue o percurso e depois de algum tempo novamente paramos para fazer o trâmite de entrada na Europa! E todos descem, pegam as malas e vão para o controle de imigração. Dessa vez deve ter demorado 1h30. Estávamos observando o perfil dos policiais e tinha uma mulher bem agressiva. Meu amigo "tomara que não tenha que falar com ela". Me chamou, ficou uns 2 minutos olhando meu passaporte. 

O ônibus da "Lux Express" é muito confortável, pois as poltronas são macias e espaçosas. Recebemos uma garrafa de água na entrada, existe uma tela individual para ver filmes/programas de tv ou acessar a internet, a conexão do wi-fi funciona perfeitamente, tem uma máquina de café (várias bebidas), além do banheiro ser adequado. E o preço da passagem foi bom: 25 euros (comprei online 45 dias antes).

Assim que chegamos na Tallinn Coach Station, verificamos que tinha wi-fi disponível, portanto, poderíamos chamar o uber, que operava na cidade. Nosso hotel ficava a 3,7 quilômetros de distância. O carro apareceu em 15 minutos (não tinha muitos automóveis disponíveis naquele momento) e fomos deixados no hotel em menos de 10 minutos. A corrida deu 5 euros - realmente não tem alternativa melhor para chegar no centro da cidade.
A rodoviária Tallinn Coach Station
O hotel escolhido foi o Metropol Hotel. Pesquisei as opções dentro da Old Town, mas os preços eram caríssimos. Também olhei no airbnb, todavia, acabei optando por um hotel que ficava muito bem localizado, embora fosse bem simples. 5 minutos de Old Town, 10 minutos do porto e perto de vários shoppings. Os quartos eram antigos, o banheiro era grande com piso aquecido. Não tinha ar-condicionado e o frigobar estava desligado (tive que pedir ao recepcionista para ligar, pois achei que tinha queimado). Assim que fizemos o check-in, encontrei uma casa de câmbio bem próxima e fui trocar os rublos que sobraram. Em seguida, entramos no supermercado Rimi, que era maravilhoso. Compramos pizza e sidra (passou a ser minha bebida favorita após essa viagem) para matar a fome.
Vista do quarto do hotel
Prédio vizinho do hotel
De volta ao hotel, tomamos banho e decidimos fazer uma visita rápida no centro histórico, pois já passava das 19h, mas o dia ainda estava claro. A capital da Estônia é dividida entre cidade nova e Old Town (ou centro histórico). A cidade antiga é considerada patrimônio mundial da humanidade pela Unesco. Inexplicavelmente as ruas estavam vazias e pudemos ver praticamente toda a cidade em menos de duas horas (mostrarei os pontos turísticos pormenorizadamente no segundo post sobre Tallinn).

Old Town
Raekoja Plats

Prédio da prefeitura

Cidade Nova
Meu amigo tem um amigo estoniano e indicou o restaurante III Drakon, que é medieval e bem avaliado (provavelmente porque vende sopa a 2 euros). Adianto que nunca passei tanta raiva na minha vida!!! Foi a pior experiência com o atendimento de um restaurante que tive. Dizem que é um teatro das atendentes, pois tentam reproduzir uma taverna medieval. O lugar não tem garçom, talheres e é totalmente escuro. Fica no prédio da prefeitura, na Town Hall Square (Raekoja Plats).

Fiquei na fila e pedi uma sopa de qualquer vegetal (li no Tripadvisor sobre a sopa de cebola). A atendente ruiva disse que só tinha sopa de alce e que ali não era lugar para vegano! Não disse que era vegana em nenhum momento, apenas perguntei sobre as opções sem carne. A mulher virou as costas pra mim e disse que não me atenderia. A outra veio e explicou o cardápio. Estava com tanta raiva que meu rosto devia estar vermelho. Escolhi vinho quente e uma massa folhada com cenoura. Meu amigo, que aguardava atrás de mim, estava perplexo, mas rindo, e pediu linguiça e vinho. Perguntaram se não era homem o suficiente para pedir a caneca grande. Logo na entrada tem um barril com picles, que deve ser "pescado". Pesquei um.

O show de horrores não parava, quem demorava para pedir era mandado para o fim da fila. Existem poucas mesas no local, portanto, mandam você apertar o outro cliente e sentar no banco. O casal que estava na mesa que sentamos foi reclamar e disseram "se não está satisfeito pode ir embora". Hoje consigo rir, mas no dia só sentia ódio. 

No fim do dia, caminhamos até o Shopping Solares Center (que é bem simples e estava fechando), pois ainda estava com fome e fui no restaurante Lido. Não é exatamente um self-service, mas você escolhe a composição do prato. Cada guarnição tem um preço e porção já pré-definida. Comi o pelmeenid (ou pelmeni), que é uma massa com recheio (parece guioza, capeletti, dim sum, etc). Apesar da aparência de comida de hospital, gostei.

pelmeenid

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