4 dias em Mykonos

Como contado no post sobre Santorini, o transporte para Mykonos foi realizado por ferry, barco rápido. É preciso pesquisar as inúmeras companhias que operam na Grécia, para saber se fazem a rota, muitas só operam com frequência no verão. Olhei Blue Star Ferries (www.bluestarferries.com), Hellenic Seaways (www.hellenicseaways.gr), SeaJets (www.seajets.gr) e Anek Lines (www.anek.gr) e apenas 2 faziam, naquele dia, a rota Santorini-Mykonos. Optei pela Hellenic Seaways, pois saia às 11h, enquanto a SeaJeats às 10:45h. O preço foi salgado, 62 euros.

Igreja Panayia Paraportiani. Foi construída em 1425.

Mykonos pertence ao conjunto de ilhas Cíclades, assim como Santorini. É uma ilha famosa por ser festiva e receber muito bem os LGBTQIA+ (existem vários bares destinados ao público gay, seja no centro ou nas praias Paradise e Super Paradise). Disseram que em Elia beach a metade da praia é destinada aos praticantes do nudismo e a separação é feita com uma bandeira arco-íris



Ao contrário de Santorini, Mykonos tinha uma oferta menor de hotéis. E os preços eram mais caros. Recorri novamente ao tripadvisor e decidi pelo Aeolos Hotel, o segundo na classificação. No booking não tinha a opção de quarto com duas camas. Entrei no site do hotel e fiz uma consulta, no dia seguinte, me responderam dizendo que a opção buscada estava disponível, então a reserva foi feita na hora: 60 euros a diária. Há um campo para preencher os dados da chegada e horário previsto, já que no preço está incluído o transfer de ida e volta.

Assim que chegamos, um funcionário do hotel estava nos esperando: o simpático grego Mário. Entramos na van e seguimos para a hospedagem. Não demorou 15 minutos. Chegando lá, nos levaram para conhecer a instalação de um novo hotel da rede, que ficava numa rua próxima, com uma decoração mais charmosa e uma piscina linda, mas preferimos o hotel antigo. Nos levaram para um quarto com uma cama de casal e mencionei que a reserva era para 2 camas de solteiro.
O hotel
 
O gerente pegou o mapa e deu uma explicação pormenorizada sobre o que visitar, onde pegar táxi, como pegar ônibus. Falou sobre o aluguel de veículo. E, finalmente, pudemos ir para o quarto. O hotel tem ótimas instalações, com piscina, computadores para os hóspedes, bar, jacuzzi. O wi-fi funcionava bem, apenas o banheiro era pequeno.

Sobre a localização, não fica no centro de Chora, mas é próximo. Se não for alugar um automóvel, considero inviável para crianças e idosos, pois a descida é relativamente tranquila, mas o retorno é quase impossível. Tentava fazer o percurso apenas 1 vez por dia. E sempre achava que morreria no final da ladeira.
Descer é preciso

Após um banho rápido, seguimos até a ladeira - caminho para o centro, que fica ao lado de um Posto Shell. Em 10 minutos cheguei no centro de Mykonos, que é um local encantador. Chora é pitoresca, com casinhas brancas, ruas de pedra, mar transparente com areia branquinha e inúmeras igrejas. São vários restaurantes, lojinhas, mercadinhos. Segui pelas vielas (só passam pedestres na maioria das ruas) até Little Venice, que é o local mais elegante da ilha, com algumas casas antigas construídas de forma precária nas margens do mar. Depois das fotos, uma subida até os moinhos de vento.

Little Venice
Moinhos


Naquele dia ventava bastante (entendi porque Mykonos é conhecida como "a ilha dos ventos"), mas estava quente. Seguindo a dica recebida no hotel, entramos no restaurante "Fish Tavern Kounelas", que deixa o cliente escolher o peixe que vai ser assado, mas o serviço ainda não tinha começado. Comemos alguns petiscos, como o queijo feta assado, que estava delicioso.

Delicioso licor de canela

Ao lado do hotel tem um mercadinho e uma quitanda de frutas, mas preferimos caminhar uns 800 metros até um supermercado para comprar algumas coisas. Comprei suco de romã, azeitona, tzatziki, biscoito. Decidi que Mykonos seria um lugar para meu merecido repouso, já que tinha mais tempo na ilha que nas demais cidades visitadas.
No segundo dia, desci para o café da manhã às 8h e pude provar um delicioso iogurte grego com mel de Creta. O iogurte era feito lá mesmo e tinha uma textura de chantilly. O café da manhã era farto, com opção de queijo feta com azeitonas, croissants, café, bolo. Depois descemos a ladeira rumo ao antigo porto para comprar um passeio a Delos, que contarei em post apartado.

No retorno de Delos, ficamos em Chora, para evitar o sobe e desce de ladeira até o hotel. Caminhamos pelo centro (que é minúsculo) cheio de ruas estreitas e, por sorte, um encontro com o símbolo e mascote da cidade: o pelicano Petros. O animal caminhava tranquilamente entre os turistas, embora sofresse uma perseguição implacável, com direito a selfies de alguns.
Petros

Depois foi necessário fazer uma parada estratégica para comer um delicioso pita gyros no "Snack Bar". O lanche, além de saboroso, tem a melhor relação custo-benefício para os turistas econômicos, custa 2,80 euros. Um pão pita com batata frita, tzatziki, carne de porco e salada.


Por não termos alugado um transporte, descíamos apenas uma vez para o centro e depois aproveitávamos as instalações do hotel na parte da tarde.

No terceiro dia, finalmente visitei algumas praias da ilha. As praias mais indicadas em Mykonos são: Psarou, Elia, Platis Gialos, Paraga, Paradise, Super Paradise, Ornos e Agrari. Em síntese, todas localizadas no sul da ilha.


Caminhei até a rodoviária (os ônibus ficam estacionados na rua, num local denominado "fabrika") para pegar o transporte público até Platis Gialos. Os ônibus da KTEL saem de 3 localidades distintas. A passagem custa 1,80. É necessário olhar diariamente a tabela com os horários de saída e retorno dos ônibus. De "Fabrika" saem ônibus para Platis Yalos, Psarou, Ornos, Ai Yannis, Paradise.

Ponto de ônibus em fabrika

A praia de Platis Gialos tinha água clara e areia branca, mas bem gelada, apesar do dia quente. Como ainda era maio, a praia estava vazia, com poucos turistas. Muitas espreguiçadeiras espalhadas pela areia e bares ainda sendo remodelados para o verão.
 





Olhei o mapa e decidi caminhar de Platis Gialos até Paraga com apenas 5 minutos de caminhada. As praias são muito pequenas. Imagino que realmente fiquem muito cheias no verão, pois você pode correr de uma ponta a outra em 2 minutos. Novamente segui num caminho na estrada até Paradise Beach, mais uns 6 minutos. Assim que chegamos nos assustamos com os nudistas no início da praia, mas logo nos acostumamos. Em Paradise Beach, apesar de não utilizarmos os serviços dos clubes de praia (Tropicana Beach Club, Paradise Club e Paradise Lounge), o wi-fi estava aberto. O tempo começou a fechar. Só eu entrei na água, que estava geladíssima!

Maio ainda não é verão...

Paraga Beach

Já consigo avistar Paradise Beach


Tropicana Club


Observei na foto que fiz dos horários dos ônibus que tinha um saindo de Paradise a cada hora. Ultrapassando o cercado no fim da praia, caminhei por 2 minutos e avistei um grupo de pessoas na frente de uma loja. Comprei o ingresso e aguardei o transporte.


No retorno, passei na quitanda ao lado do hotel, comprei uma suculenta fatia de melancia e degustei. Depois fiquei na jacuzzi para descansar.

No terceiro dia, decidi sair para jantar. Admito que subir a ladeira me desestimulou muito a sair à noite nos dias anteriores. A comida escolhida foi o Souvlaki, 10 euros, que é um pita gyros desconstruído. Dois espetinhos de carne de porco, batata frita, salada, tzatziki e pão pita. O restaurante Madoupas tem vista para o antigo porto e o preço é bom.




Souvlaki

Os vinhos gregos são ótimos
No quarto dia, acordei cedo para visitar a praia de Ornos. Na verdade, queria visitar Elia, mas só tinha um horário de ônibus, que saía ao meio-dia e só retornaria às 17h. O ponto ficava na frente do hotel, mas como acordo cedo quando viajo, optei por Ornos. Uma das coisas que me chamaram atenção é que nessa praia tinham sofás e espreguiçadeiras até a água, restando pouco espaço para quem não quer pagar 20 euros para se esticar. Andei até o fim da praia, onde ainda existem 4 casas. Ali na frente a maioria dos turistas repousavam sobre suas toalhas.



Uma casa de frente pra praia


No retorno, ainda cogitei ir até outra praia, mas preferi voltar para o hotel. Passei na quitanda para comprar cerejas e melancia. Depois do lanche, desci para socializar na jacuzzi. Conheci duas indianas e um casal de chineses. Uma das indianas vestia um biquíni pela primeira vez! Aproveitei para perguntar sobre a cultura e não eram vegetarianas (provenientes do sul da Índia). Me chamaram para ir no Scandinavian bar às 21h, disse que ia pensar. O bar realmente era um dos mais agitados quando passei na porta no dia anterior, mas pensei que no dia seguinte teria que acordar cedo, pois o voo para Atenas partiria às 11h.



Fiz uma lista de boates para conhecer: Jackie O (que tem diariamente show de drags, que amo), Montparnasse Piano Bar, Porta Bar Mykonos, Elysium Gay Hotel Bar, mas não tive disposição em nenhum dia. Sou muito diurna quando viajo.

O bar leva o nome Jacqueline Kennedy Onassis, que apresentou a ilha ao mundo.


A questão do transporte foi um transtorno, pois eu não dirijo e meu amigo achou muito caro alugar carro, sendo que ficaria apenas 5 euros mais caro que Santorini. Preferiu voltar com 700 euros para uma próxima viagem. Cada um sabe suas prioridades, mas a cidade teria sido melhor aproveitada, pois não existe transporte público para algumas praias.

No quinto dia, acordei cedo, tomei café e vi que o dia estava chuvoso. Avisei ao gerente sobre o horário do voo, que prontamente organizou o transfer. O aeroporto é minúsculo. Os próprios passageiros despacham as malas. Só tem um raio-x e um policial para fazer toda a checagem. O voo de Mykonos para Atenas foi barato, custou 25 euros e foi comprado no site da própria companhia aérea grega. Em apenas 45 minutos estaria em Atenas!

Para quem vai alugar carro, moto ou triciclo, acredito que 2 dias bastam para conhecer a ilha, mas com 3 dias é possível conhecer todas as praias com calma. Achei o centro de Mykonos muito mais agradável que o de Santorini (Thira).

Levei susto duas vezes: em um dos momentos meu amigo desceu pelo caminho errado e vários homens com aparência de indianos começaram a gritar. Na verdade, era só pra dizer que o caminho estava errado. Não sei se teria coragem de fazer o mesmo caminho até o centro sozinha. É completamente deserto. Em outro momento, ao retornar para o hotel, um senhor começou a falar (não entendo grego) e estava com uma faca na cintura, novamente os indianos estavam por perto, mas só riam, quando o meu amigo apareceu, o senhor saiu andando. Costumo viajar sozinha, mas é inegável que a mulher é mais vulnerável apenas por ser do sexo feminino.
 

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