Playa del Carmen e Cobá


Estava com as férias programadas quando me deparei como a “promobug” da American Airlines. Tinha 18 dias disponíveis, no entanto, a viagem para NYC estava localizada bem no meio desse período. Fiz várias simulações para o ano de 2016 e não finalizei, que me gerou um grande abalo emocional, risos, uma vez que tinha passagens para qualquer lugar do mundo por míseros 900 reais. Era a minha chance de conhecer Sri Lanka, Myanmar, Bora Bora...



Fui mais racional e procurei por Cancún, pois não era tão distante e talvez daria para encaixar em 4 dias, dando tempo para retornar e voltar para os EUA no dia seguinte. A passagem custou inacreditáveis R$200 + R$400 de taxas! Depois, novamente refleti e conclui que poderia ter optado por um destino mais exótico, como Belize.

A compra foi realizada uma semana antes da viagem. Em alguns casos, o planejamento é desejado, mas já comprei passagem (mais de uma vez) 2 dias antes do embarque. E viagem internacional! Tem que ser forte.


Estive na capital mexicana, em 2012 (aquele seria o ano do fim do mundo, segundo o calendário maia), e me apaixonei. O país está no meu top 3 de lugares no mundo, junto com Tailândia e Bali. Gosto da simpatia do povo, da comida, da cultura, das bebidas. Na época, fiz um breve roteiro de 5 dias, pois li relatos que DF era uma cidade perigosa, como viajaria sozinha, em mais uma solo traveler trip, preferi ficar pouco tempo, mas depois me arrependi de não ter ido até a Penísula de Yucatán para conhecer uma das 7 maravilhas do mundo: Chichén Itzá.


Decidi que meu roteiro demandava uma hospedagem em Playa del Carmen, região mais próxima das zonas arqueológicas, além de ter uma rede hoteleira mais simples e barata. Queria um hotel bom, que não fosse all inclusive, e bem localizado, que me levou a optar pelo “La Pasion Hotel Boutique”.

Depois de muitos problemas com o cartão de crédito (da Caixa), que nunca funciona no exterior, e já me levou a processá-los no último ano, decidi apenas reservar hotéis no site hoteis.com. E o motivo é que você paga antecipadamente, ao contrário do booking.com, e ainda deixam você parcelar. Em época de oscilação cambial, ainda evita surpresas.

Na sexta-feira, dia 6/9, fiz as duas malas, já que retornaria na sexta-feira seguinte, voltando para a América do Norte no sábado seguinte. Tudo tinha que estar pronto para as duas viagens. Dei uma olhada no meu checklist e aguardei pelo inesperado retorno ao México.


Todos os voos operados por companhias aéreas norte-americanas fazem conexão nos EUA, logo, se torna indispensável a apresentação do visto na imigração. Durante o checkin, me avisaram sobre a mudança recente na logística das bagagens para quem apenas faz conexão em território norte-mericano: não precisaria recolher a mala e despachá-la novamente. Coloram uma etiqueta “ITI” (International flights connecting to U.S. destinations) na minha passagem.


Após a compra, observei que não tinha lugar (gratuito) na aeronave, apenas poltronas que exigia algum pagamento. Esperei a designação do meu lugar na hora do check-in e me deram a janela! Foi um grande pesadelo, já que costumo ir ao banheiro a cada hora. Depois de estar no avião, perguntei a senhora do corredor se preferia a janela (risos), mas a resposta foi negativa. Consegui passar 7 longas horas sem me levantar.

Surpreendi-me positivamente com a American Airlines, pois tive uma péssima experiência anterior: o avião quase caiu, as aeromoças eram grossas, a porta do banheiro caiu, o avião ficou sem combustível e desceu em Brasília, minha chegada no Rio estava prevista para 9h da manhã e cheguei às 22h. Dessa vez o avião era novo, e, além do entretenimento individual, tinha carregador individual, que é bem raro. Serviram uma massa ótima e tinha vinho!



Desci desesperada para ir ao banheiro. Depois fiquei tranquila, pois tinha aproximadamente 5 horas até o próximo voo. Segui para o controle de imigração, que estava até razoavelmente vazio. Me perguntaram, em espanhol, se já tinha visitado os EUA. Diante da minha afirmativa, queriam saber onde estava o carimbo. Disse que estava no passaporte antigo. Perguntaram onde me hospedaria. E finalizei aquela conversa, pois iria pro México.

Apenas 1 hora separa Miami de Cancún. Ao entrar no avião, pude perceber que devem passar o fim de semana por lá, que é um destino muito mais próximo (e barato) que os paraísos nacionais, como o Havaí.

Da mesma forma que o Real se desvalorizou diante do Dólar, o Peso Mexicano (moeda do México) também teve queda. Levei dólar e euro, mas deixei o hotel pago.


Peso mexicano

Uma das primeiras decisões que tomo quando vou viajar é: como vou sair do aeroporto? Nesse caso, iria para outra cidade. Encontrei o maravilhoso serviço da ADO (soletre as letras). No desembarque parei para pegar um mapa e obter algumas informações. O agente me disse para não fazer câmbio no aeroporto, pois teria prejuízo. Admito que normalmente faço o câmbio logo no aeroporto, para evitar a surpresa de ficar sem moeda local, mas, dessa vez, fiz o que me foi aconselhado (no aeroporto 1 dólar = 13 pesos, na cidade, 15 pesos). Em praticamente todos os lugares aceitam dólares.

Posteriormente, parei no balcão da ADO e a atendente me explicou tudo nos mínimos detalhes, inclusive disse que estava perdendo dinheiro ao pagá-la em dólares. A passagem do aeroporto de Cancún até Playa del Carmen custou 15 dólares.


Segui para o exterior do aeroporto e virei para a esquerda, de onde partem os ônibus. Coloquei a mala no bagageiro e entrei. O ônibus é novo, tem ar-condicionado e é bem confortável.

Parque Los Fundadores

É necessário ressaltar que Playa del Carmen tem 2 rodoviárias. O ônibus, vindo do aeroporto, para apenas na antiga, que fica entre a 5ª Avenida e Avenida Benito Juarez. No retorno, é possível pegar a condução na rodoviária nova que fica na 20ª Avenida.


A viagem durou cerca de 1 hora e cheguei no hotel por volta das 13h, após uma curta caminhada. Bastou localizar a 5ª avenida. A numeração das avenidas aumentam de 5 em 5 e meu hotel ficava entre a 15ª e 20ª. A numeração das ruas vão aumentando de 2 em dois e ficaria na calle 10. Cheguei antes ao check-in, mas logo fui levada ao quarto, que estava super gelado. Surpreenderam-se porque a diária era para quarto duplo em cama king, mas o hotel não tinha a opção single.

O hotel merece todos os elogios possíveis. Os funcionários são de uma cordialidade surpreendente. O quarto era bom, a cama era confortável. O wi-fi funcionava, tinha tv lcd, ar-condicionado, varanda com a vista da piscina, bolsa para ir à praia. O hotel deixa croissant e pães na recepção, além de café e água. A noite era possível encontrar brownies e vinho. Tinha duas piscinas e uma hidromassagem. Embora tivesse apenas 3 andares, tinha elevador panorâmico. O café da manhã era servido no restaurante que fica ao lado.




Tomei um banho demorado e caminhei em busca de um restaurante. Na 5ª Avenida, a maioria dos estabelecimentos cobram preços muito acima do que os localizados nas demais áreas, mas, sem conhecer a região e morta de fome, fiquei na avenida principal e entrei no “La Frontera”, embora os nachos com guacamole e o burrito de frango não estivessem ruins, o preço foi exorbitante. Custou 227 pesos = cerca de 50 reais. Lembro que em 2012 pedi mais de 6 itens do menu e paguei 15 reais (ok, a capital tem preços menos turísticos).


Reservei aquele dia apenas para caminhar por Playa del Carmen. As lojas são charmosas e vendem artesanatos locais. É verdade que os preços não são convidativos. Uma que me chamou atenção foi “Corazón de méxico”, na antiga calle corazón. Tinha caixas, corações, Virgem de Guadalupe. Comprei alguns itens. A praia fica bem próxima, na 1ª Avenida, mas nem passei por ela.



Uma quadra separava o hotel de um enorme Walmart, embora fosse domingo, estava aberto. É uma excelente opção para comprar suvenires, pois são muito mais baratos que nas lojas da 5ª avenida. Comprei algumas caveiras, uma máscara de lucha libre, suco, yakult. Não consegui comprar tequila, pois só eram vendidas até às 18h. O supermercado aceita dólares e tem uma ótima conversão, melhor que as inúmeras casas de câmbios espalhadas nas principais avenidas.

Artesanato comprado no Walmart

Em razão dos poucos dias e tentando evitar preços elevados, comprei 1 pacote de 2 dias de passeio no site da www.bestday.com.br/: Tour 2x1 Chichén Itzá e Tulum por R$210,19. Em geral, na maioria dos sites das agências locais cobravam acima de 70 dólares por qualquer pacote. O e-mail de confirmação avisava que a “Amigo tours” me buscaria a partir das 4:45h. Entrei em contato com a agente de viagem, Marisa, e disse que estava confirmado o passeio. Dormi cedo, coloquei o celular para despertar às 3:30h. Tomei banho, me arrumei e desci para a recepção. Ninguém me atendia na agência. Deu 7 horas da manhã e ninguém havia aparecido!


Por sorte, havia colocado créditos no Skype, para o caso de algum imprevisto. Voltei para o quarto e esperei dar o horário de atendimento no Brasil. Era feriado no Brasil e o valor já tinha sido debitado no meu cartão, mas fui atendida pela Silvia, que disse que realmente esqueceram de me buscar e perguntou se queria mudar as datas. Disse que seria impossível, portanto, solicitei o cancelamento e estorno do valor. O valor foi devolvido, no entanto, não indico o serviço para ninguém, pois minha programação foi arruinada naquele momento.
 
No dia anterior, passei em uma agência e vi os passeios e os respectivos valores. Por sorte, me deram um folder com o valor. Antes de viajar, mandei e-mail para o hotel e me informaram que o tour para chichén custava 75 dólares. Levei o folheto na recepção e perguntei se poderiam ligar para aquela agência, se havia disponibilidade no mesmo dia. Na recepção agendaram, para o dia seguinte, um tour, pelos mesmos 50 dólares, que incluía Chichén, um cenote, almoço e visita à cidade de Valladolid.


Escultura disputada na 5ª avenida



 
 
 
Aqui ressalto a importância de ter um roteiro flexível caso algo não saia como previsto. O querido Martin me sugeriu pegar uma van até Tulum ou um ônibus até Cobá, mas achava que naquele dia não teria mais disponibilidade para a segunda cidade. Tomei o café da manhã, com sanduíche de presunto ibérico, tomate e alface, suco de laranja e frutas. Peguei a mochila e andei até a rodoviária, que tinha ônibus para Cobá, saindo em 5 minutos. O ônibus para Cobá só tem 1 horário, sai 9h e retorna às 15:10h. A passagem da ADO custou 120 pesos.




A cidade de Cobá (que pode ser traduzido como “água agitada pelo vento”) fica a aproximadamente 44 km de Tulum e leva quase 2 horas desde Playa. É uma cidade maia estabelecida no meio de uma imensa floresta, que me deu a sensação de estar dentro de um filme de aventura. Embora sua pirâmide, Nohoch Mul, não seja tão famosa quanto a de Chichén, é a única que ainda pode ser escalada e tem 42 metros. Embora seja a mais procurada, a pirâmide não é a única construção, que também tem quadra de “juego de pelota” (um jogo com bola), observatório, igreja.
Nohoch Mul





 
O ônibus deixa a uma curta distância da entrada da zona arqueológica. É necessário comprar o bilhete por poucos pesos. Os turistas são cercados por vários guias que oferecem seus serviços, mas que não insistem tanto. E ainda, encontra o serviço de aluguel de bicicleta e “táxi”, triciclo que leva 2 passageiros sentados.
É preciso caminhar por 1 km para chegar aos principais vestígios arqueológicos. Embora o tempo estivesse fechado, estava muito quente e úmido. Eu, que não bebo água, consumi toda a garrafinha e suava sem parar.

Estelas com a previsão do fim do mundo

No caminho é possível verificar estelas (réplicas, pois as originais estão no Museo Nacional de Antropología) com histórias sobre a criação do povoado. Vocês lembram da previsão apocalíptica maia sobre o fim do mundo em dezembro de 2012? Estava em uma das estelas de Cobá! Por sorte, perguntei se estava indo no sentido certo e um guia, que estava com um grupo de holandeses, me deu várias informações sobre o local. Mostrou-me a quadra em que o povo jogava bola e falou sobre a imensa estrada que havia naquele local, feita com conchas brancas que refletiam a luz da lua. Disse-me que apenas 30% das ruínas estão abertas para visitação e que é uma área que contém muitos cenotes (rios subterrâneos). A cidade pré-colombiana teria sido construída entre os anos 500 e 900 e teve cerca de 50 mil habitantes, no entanto, de pois do ano 1.000 teria perdido sua importância política.

Terminei o passeio e procurei um restaurante local, na rua de acesso à zona arqueológica, para tomar uma limonada e comer o acepipe que adoro: nachos com guacamole.



Ao retornar a Playa del Carmen, passei na praia e estava sem condições de mergulho, em razão do sargaço, então, finalmente utilizei a piscina do hotel para me refrescar. Depois me arrumei e saí com intuito de conhecer as boates de Playa. Primeiramente, estive na porta da famosa “Coco Bongo”, mas achei o preço bem salgado: 70 dólares com bebidas incluídas. Perguntei sobre a possibilidade de comprar o ingresso sem o “open bar”, mas só poderia entrar após das 2 da manhã e o valor era 40 dólares.






Fachada da famosa boate

Estive na porta da bonita “Mandala” e o recepcionista me disse que mulheres poderiam entrar gratuitamente após meia-noite. Me convidou para conhecer a outra boate da rede: “Abolengo”, com direito a bebida grátis. O ambiente era agradável, embora tivesse aparência de bar, a música estava bem alta. De repente, todos migraram para o estabelecimento ao lado, “La vaquita”, mas não entrei.
 


Mandala


Abolengo
La vaquita





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