"Tomboy" ou torna-te aquilo que és


Tomboy (2011), pela definição do "Michaelis", é: menina que se interessa por atividades masculinas. O filme francês homônimo, de Céline Sciamma - permite um diálogo com outros dramas cinematográficos infantis/juvenis, seja com o argentino XXY ou com o belga Minha vida em cor-de-rosa ("Ma vie en rose" venceu o Globo de Ouro de 98) - narra o conflito emanado do (re)conhecimento da sua própria identidade.

Qual é o seu nome? "Mikael", diz Laure. A atriz Zoé Héran, com uma atuação delicada, sem exagerar ou ultrapassar proporções esperadas, mostra sua inadequação e convalida sua personalidade intrínseca: ela se vê como menino, portanto, ela é um menino. Um amigo já me disse "sou uma mulher num corpo de homem" - você consegue imaginar essa dor? Situações cotidianas demonstram que a narrativa não ocorre apenas no campo ficcional.

Laure utiliza um pseudônimo para ratificar sua "fantasia", objetivando aceitação enquanto menino. Joga, brinca, corre, se apaixona por...Lisa. Em razão da sexualidade em florescimento, cada vez mais tenta enfatizar seus traços masculinos, a partir da observação comportamental dos seus pares.

Num ambiente familiar harmonioso, seus pais não parecem se importar com seu cabelo ou vestimentas masculinas, tampouco sua irmã, de 6 anos, que nutre verdadeira admiração por Laure. Posteriormente, a par da situação, menciona "é melhor ter um irmão mais velho porque ele nos defende".

Ao descobrir que a filha se apresenta como menino, em um momento enternecedor, a mãe chora e obriga Laure a contar seu verdadeiro gênero para os novos amigos, mas antes questiona se ela tem uma solução melhor. O pai apenas consola "não fique chateada com sua mãe".

O filme é emocionante, sem pieguice.

Trailer: 


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