Um fim de semana em BH com visita a Inhotim

Estive em Belo Horizonte em 2011, mas conheci apenas alguns pontos turísticos num passeio noturno com um amigo (Praça do Papa, Mirante das Mangabeiras, restaurante em Nova Lima). Também caminhei no Parque Municipal Américo René Giannetti, no Mercado Central e na feira de artesanato da Afonso Pena. Minas Gerais tem tantas cidades atrativas que a capital, provavelmente, não é o primeiro destino turístico do estado.

Penetrável do Hélio Oiticica, Inhotim

Minha irmã trabalharia em um evento em BH no feriado e perguntou se gostaria de acompanhá-la. Aceitei com o objetivo de voltar a Inhotim. A viagem foi de ônibus é super cansativa (de avião leva menos de 1 hora, saindo do Rio). Partimos por volta da meia-noite e chegamos lá antes das 7 da manhã de uma quinta-feira. 

Só fui para o hotel, no Centro, por volta das 13h30 (pela manhã fiquei no clube na Pampulha). Tomei banho, descansei e pesquisei o que visitaria, pois não tinha elaborado qualquer roteiro. Me hospedei no Dayrell Hotel & Centro de Convenções, mas as instalações são pré-históricas! Da outra vez também tinha ficado num hotel terrível nas imediações.

Peguei o celular e localizei os museus e os centros culturais nas proximidades. Por volta das 16h30 decidi ir até Casa Fiat de Cultura. Chegando lá fui avisada que a principal exposição estava em fase de montagem e só tinha uma pequena mostra de Osvaldo Carvalho, no térreo. Perguntei, na recepção, o que tinha por perto e fui orientada a seguir para a Praça da Liberdade, onde estão instalados vários museus. 



A primeira parada foi no Palácio da Liberdade, antiga sede do governo do Estado. Não paga para entrar, mas precisava fazer um cadastro até um determinado horário. Apenas caminhei no jardim. Passei na porta do CCBB, que tinha imensa fila, mas havia visto a exposição no Rio.

 


Entrei no MM Gerdau Museu das Minas e do Metal. Observei que os museus ficam abertos até às 22h nos dias de quinta-feira, que possibilitou a minha visita. O Prédio Rosa foi inaugurado em 1897 e hoje é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico. O projeto tem como objetivo usar a tecnologia como aliada da experiência. O andar térreo é belíssimo, o segundo é designado "Andar das Minas" e o terceiro "Andar do Metal".

 


Visitei o Memorial Minas Gerais Vale, que tem exposições de artistas (Lygia Clark) e escritores (Guimarães Rosa e Carlos Drummond de Andrade) mineiros. Algumas salas são dedicadas ao artesanato local do Vale do Jequitinhonha. 

 

Por fim, caminhei até o Palácio das Artes. Admito que estava com receio das ruas do Centro por estavam vazias no feriado e marcava quase 21h! Tinha uma única exposição no local "Jequitinhonha, origem e gesto".

  

 


A gastronomia também é uma forte característica de Minas Gerais, logo, fui na Cantina do Lucas (Patrimônio Cultural de Belo Horizonte), pois ficava na quadra do hotel, para comer um pastel de angu pela primeira vez. Vários restaurantes estão instalados no mesmo prédio.

 

No dia seguinte, fui para o clube na Pampulha aproveitar a piscina, pois não consegui passagem de ônibus para Inhotim (tampouco na agência de turismo). Na frente fica a Lagoa da Pampulha e a Igreja da Pampulha (Igreja São Francisco de Assis), que só tinha visto fechada numa madrugada. Atravessei a rua e fui apreciar os murais e os azulejos de Portinari, a arquitetura de Oscar Niemeyer e os jardins de Burle Marx. O ingresso custa R$4,00 a inteira e R$2,00 meia-entrada. Em 2016, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha se tornou Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. O Museu de Arte da Pampulha estava fechado para reformas. 


 


 


Fomos conhecer o novo polo gastronômico da cidade, o Mercado Novo, que fica a alguns metros do Mercado Central. O prédio foi construído em 1960 e revitalizado entre 2017 e 2018. O antigo armazém atualmente tem inúmeros bares e restaurantes, mas também gráficas, barbeiro, entre outros empreendimentos. Estava lotado!



 

No dia anterior, consegui duas passagens para Inhotim, saindo da rodoviária, no site da Viação Cia Coordenadas, R$56,25 ida e R$50,20 volta (em 2011 custava R$12,75 o trecho). O ônibus continua sendo da Saritur. No site de Inhotim há a indicação do Transfer Beltur, que cobra R$110,00 ida e volta, mas não tinha mais disponibilidade. 

Tive que correr e comprar o ingresso de Inhotim imediatamente, pois li que agora há um limite diário de 5 mil pessoas. Não tinha disponibilidade do transporte interno de carrinho elétrico (que facilita muito visitar várias obras no museu), portanto, imaginei que estaria cheio. Imagine chegar lá e não conseguir entrar! O ingresso de 1 dia custa R$50,00 inteira e R$25,00 meia-entrada. Comprei uma inteira e uma meia para minha sobrinha, que me acompanharia. Tem ainda opção de ingressos para 2 ou 3 dias. 

No dia seguinte acordei cedo e desci para o café da manhã (o café da manhã era bom), avisei minha sobrinha, que já desceu com a bolsa. Uma colega do ensino médio também estava no evento com o marido e decidiu ir conosco.

Por volta das 7h pegamos o uber para a rodoviária que ficava a 1,5km. Procuramos o guichê para trocar o voucher virtual pela passagem (tem uma máquina também) e a atendente perguntou se Giovana era minha sobrinha. Disse que só poderia viajar se tivesse autorização por escrito! É inacreditável que não tenham a informação correta, que descrevi neste post, pois sou tia, logo, tenho parentesco colateral de 3º grau (o art. 83 do ECA não exige autorização nessa hipótese, bastando comprovação documental). Geralmente levo a Certidão de Nascimento nos voos, mas dessa vez tinha a identidade da minha irmã, a minha e da minha sobrinha. Comparando a nossa identidade daria para concluir que temos o mesmo pai e mãe. Fiquei um pouco irritada. Após ligação para o chefe, me autorizou a viajar com ela, pois seria uma viagem intermunicipal. Uma dica é (em viagens com tios e avós) levar o passaporte (se tiver) que já tenha a autorização de viajar desacompanhado, pois evita problemas no embarque. 

O ônibus saiu às 8h15. Muito confortável, com banheiro (embora seja uma viagem de cerca de 2 horas) e água gratuita disponível. Só de ver que tinha banheiro fiquei feliz, pois da última vez não tinha.

Chegamos por volta de 9:56 e nos deparamos com uma fila gigantesca. Ficamos quase uma hora na fila mesmo tendo comprado ingresso online


Estive em Inhotim em 2011 e, aparentemente, se tornou um destino muito popular, pois estava superlotado. Não recomendo fazer a  visita num sábado (é gratuito às quartas-feiras, mas tem que retirar o ingresso no site). Muitas pessoas estavam com ingressos de vários dias - é a melhor opção para quem tem tempo.


 

O Instituto Inhotim alia um museu de arte contemporânea com um imenso jardim botânico e foi inaugurado (aberto para o grande público) em 2006, portanto, fez 17 anos em 2023. Encontramos 24 galerias, sendo 19 permanentes e 5 temporárias.









Após pegarmos o mapa, seguimos para ver os trabalhos de Yayoi Kusama, Hélio Oiticica, entre outros que encontramos no percurso. Nos divertimos muito na galeria Cosmococa do Hélio!



O tempo voou e por volta das 15h minha sobrinha disse que estava com muita fome. Optamos por comer pizza. Uma pizza brotinho com refrigerante custava R$45,00. Comprei duas.

 

Estivemos na galeria do Cildo Meireles para ver a instalação que amo "Desvio para o vermelho". Estivemos ainda na galeria da Adriana Varejão, da Lygia Pape e na nova galeria da Yayoi Kusama, inaugurada em julho de 2023, que tem duas salas com as instalações "I´m here, but Nothing" (2000) e "Aftermath of Obliteration of Eternity" (2009).






Vi alguns trabalhos que desconhecia, como a galeria de Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra, Mestre Didi "os iniciados no mistério não morrem" e a instalação de Rommulo Vieira Conceição.



 

Tínhamos que estar no ônibus às 17h15 (a saída é 17h30). Se na primeira visita pude apreciar 90% das obras de arte, dessa vez não chegamos a ver 20%, em razão da lotação e da ausência do carrinho.



Já estive em outro museu a  céu aberto, em Nova Iorque, o Storm King. Posso dizer que Inhotim tem uma estrutura infinitamente melhor: restaurantes, wi-fi, banheiros, lojinha e as obras de arte.  





Chegamos na rodoviária por volta das 19h. O uber não pega o passageiro no embarque. É preciso procurar o lugar específico (tem placas) para transporte por aplicativo.

No domingo, levantei cedo (voltaria de ônibus às 10h) para procurar alguns murais nas proximidades, pois adoro arte urbana. Em Belo Horizonte tem o CURA - Circuito Urbano de Arte. 




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