Curaçao

Curaçao é um país insular autônomo com seus próprios poderes legislativo, executivo e judiciário. Tem cerca de 152 mil habitantes e é economicamente estável. Possui 444 km2 de extensão. 

É uma das três ilhas holandesas que ficam próximas da costa venezuelana. Junto com Bonaire e Aruba são denominadas as "Ilhas ABC". Muitas pessoas visitam duas ilhas na mesma viagem, Aruba e Curaçao. Bonaire é mais procurada por quem gosta de fazer mergulho de cilindro. 
 
Porto Mari

 

Kenepa Grandi
 
Ano passado (2022) estive em Aruba, mas comprei a passagem um dia antes, portanto, descartei conhecer Curaçao naquele momento, pois é essencial a locação de carro e não dirijo. Não existem ferries (barcos) entre as ilhas!
 
Assim que marquei minhas férias para o mês de setembro tinha apenas um objetivo: viajar para a região dos Balcãs (Eslovênia, Croácia, Bósnia e Montenegro). Me mantive focada na pesquisa quase diária, mas durante três meses a passagem aérea para o verão Europeu estava sempre acima de 6 mil , passando muitas vezes de 7 mil, dependendo do destino. Como viajaria sozinha, também pesei na minha decisão (de não comprar a passagem) a questão da hospedagem, pois em algumas cidades os valores estavam bem elevados, ainda mais para uma viagem de, aproximadamente, 15 dias.

 
 

Queria um destino que fizesse calor e não tinha muitas opções no Caribe e na América Central no período, em razão de chuvas e furacões. Curaçao está fora da rota de furacões.
 
Não tinha um "plano B". Decidi entrar no grupo de Whatsapp do perfil "Dicas de Curaçao", no Instagram. Lá perguntei se alguém estaria disposto a dividir os custos da locação do automóvel no mês de setembro, mas avisei que não tinha comprado a passagem ainda. 

Inacreditavelmente, em menos de uma hora, apareceu a Rafa. Disse que estaria em Curaçao de 17 a 23 de setembro. Ela já tinha encontrado uma outra viajante para dividir a locação, a Monica, que estaria de 17 a 22.

Mesmo após o contato, permaneci na minha busca de passagem para Europa (e encontrei por R$3.800,00 para Madri, mas enquanto buscava hotel e imaginava um novo roteiro o valor dobrou), no entanto, desisti e parti para pesquisar passagem para Curaçao. 
 
Agora tem voo direito da Azul, saindo de Belo Horizonte, com duração de 6 horas! Por enquanto, tem apenas uma saída por semana, mas parece que a frequência vai aumentar.

Tentei encontrar a mesma data das companheiras de viagem, mas o valor aumentava R$1.000,00. Conversei com outras pessoas que iriam no mês de setembro e optaram por sair de BH, pois com a Azul voando direto, a Copa e a Avianca acabam diminuindo o preço para oferecer concorrência. Decidi viajar no dia 15/09, mas mesmo assim paguei um valor alto, R$3.500,00, se saísse de São Paulo ou Belo Horizonte a passagem cairia para R$2.500,00!!! Carioca sofre! O preço justo (no cenário atual) é na faixa de R$2.000,00.

Comprei a passagem com a Copa Airlines, que sai do GIG, Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), com conexão no Panamá. Sai 1:46 da madrugada e chega 12:20 da tarde, totalizando 9 horas de viagem.

Esse ano ainda tive tempo para planejar, pois adquiri a passagem dia 30/08. Tinha duas semanas para me organizar! 

É necessário pedir a permissão de viagem de Curaçao (https://dicardcuracao.com/portal). No site dizia que deve ser pedido dentro dos 7 dias que antecedem a viagem. Algumas pessoas relatam que não conseguem enviar a foto do passaporte, mas talvez seja o tamanho da imagem. Enviei e imediatamente preencheu todos os dados relativos ao meu passaporte! No fim, basta salvar a permissão de entrada, que vem com um código de barras. Imprimi e também levei no celular. Só foi solicitado aqui no Rio, antes do embarque. Em Curaçao e no Panamá não pediram.

Aqui no Rio também precisei apresentar o certificado internacional de vacinação da febre amarela

É preciso ressaltar que Willemstad é a capital de Curaçao, considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Os holandeses estabeleceram uma colônia comercial em 1634, que se desenvolveu durante os anos. A cidade tem vários bairros históricos com arquitetura que reflete o estilo dos Países Baixos, mas também também das cidades coloniais portuguesas e espanholas que o país mantinha relação comercial.
 
Punda


Ponte Queen Emma

A bandeira de Curaçao em Otrobanda

Punda é a parte mais antiga da cidade, construída no século XVII. É a região da cidade que tinha um sistema de defesa com muralhas e muros. Os outros três bairros urbanos históricos (Pietermaai, Otrobanda e Scharloo) datam do século XVIII.

As diferenças culturais e sociais dos habitantes afro-americanos, ibéricos e caribenhos colaboraram para enriquecer as tradições de construção e a vida cultural da cidade. A presença de prédios coloridos é uma tradição datada de 1817, pois anteriormente as casas eram brancas, pintadas com cal, mas o acabamento no exterior foi proibido para proteger a vista do brilho do sol. As cores que predominam são amarelo ocre, azul, vermelho e verde.

Tinha que encontrar hospedagem perto de uma das duas companheiras de viagem. Uma ficaria em Airbnb, em Piscadera, a outra no hostel Bed & Bike, em Pietermaai. Concentrei minha pesquisa em Pietermaai e Punda, que são regiões mais centrais, pois chegaria dois dias antes e estaria sem carro. Pouquíssimos hotéis oferecem café da manhã! Para quem vai alugar carro acredito que a opção mais econômica seja Airbnb.

As regiões mais centrais são Punda e Otrobanda, bairros divididos pela Ponte Queen Emma. Punda é mais movimentada e continua como Pietermaai, um bairro super colorido. Ainda ao lado de Punda tem Scharloo, que tem menos opções.

Fiquei entre o Wynwood Boutique hotel Curação em Pietermaai (R$2.500,00 por 6 diárias) e o Curaçao Suites Hotel em Otrobanda (R$1.900,00 por 6 diárias). O hotel em Otrobanda tinha café da manhã e ainda transfer gratuito, contudo, li alguns relatos que não seria indicado caminhar por becos no período noturno (o país tem registro de criminalidade, embora seja seguro), mas ficava uns 400 metros da ponte. Só fechei o hotel uma semana antes da viagem. O San Marco Hotel Curaçao e Casino não tinha disponibilidade durante a pesquisa, mas, de repente, apareceu por R$1.708,00 (348 dólares) 6 diárias com cancelamento gratuito.

Geralmente elaboro um roteiro exaustivo para ter sempre opções de atrativos turísticos para visitar, mas dessa vez recebi o roteiro pormenorizado da Rafa, portanto, não tinha que pesquisar absolutamente nada, pois estaríamos juntas.

A moeda oficial de Curaçao é o Florim das Antilhas (ANG). Acontece que o dólar é amplamente aceito no país, 1 dólar = 1,80 florins. Tendo em vista que passaria poucos dias, preferi pagar tudo em dólar, mas para quem vai ficar mais de uma semana é melhor fazer câmbio, pois, em geral, alguns lugares arredondam e acabamos perdendo dinheiro. 
 
As meninas não levariam dinheiro em espécie, mas sempre opto por também levar cédulas de dólares ou euros, logo, fui na casa de câmbio e troquei 500 euros por 500 dólares - ainda recebi troco. Pedi 200 dólares em notas de 20 (assim como Aruba, não costumam aceitar notas de cem). 

Registro que a melhor opção é levar o cartão Wise! Primeiro que a conversão na casa de câmbio estava 1 dólar = R$5,12, já no Wise estava R$4,90 (variou bastante e comprei duas vezes). O cartão é aceito em todos os lugares e você paga em dólar. Fiz algo que não costumo: liberei o pagamento por aproximação. Apenas um lugar pediu a senha. No Wise você pode fazer pix e o valor chega imediatamente. As meninas pagavam por aproximação com o celular via Apple Pay. Ainda não tive coragem de colocar cartões no Google Pay, pois não tem como comparar a segurança da Apple com a do Google.
 
Fiz uma breve pesquisa sobre como sair do aeroporto, mas, ao contrário de Aruba, não é tão fácil sair de ônibus. Existem ônibus públicos (denominados "Konvoi") da ABC Buses (https://autobusbedrijf.com/en), mas de acordo com a tabela (com as rotas e os horários) teria que esperar mais de 2 horas. Tem o aplicativo para celular (instalei e não usei). Seria possível pegar o 2A2B ou 2B2C (indo para a rodoviária de Punda) ou 4B (indo para a rodoviária de Otrobanda). Existem vans, que lá são conhecidas como ônibus (bus). Aqui deve ter atenção, pois tanto o ônibus particular quanto o táxi são vans, a diferença está na placa, que terá "BUS" ou "TAXI". Os táxis cobram cerca de U$45! O valor do transfer é caro nos sites como Viator. Sempre opto por sair do aeroporto de forma econômica e segura (já fui sequestrada saindo do aeroporto de Bogotá), no entanto, acabei comprando o transfer do site Decolar por R$135,00. 

Fiz minha mala praticamente na véspera. Tem sido desafiador viajar sem despachar bagagem, principalmente em razão dos líquidos. E meu cabelo, que é cacheado, precisa de cremes. Pedi para Rafa comprar um protetor solar pra mim (ela despacharia bagagem), pois poderia levar apenas 100 ml e não é suficiente (nos mercados de lá os valores são bons). 

Um dia antes da viagem também decidi fazer um pix com o valor que seria devido por mim pelo aluguel do carro (a Rafa fez a divisão, para 4 dias deu US$67,00, paguei R$329,00). O total do aluguel foi 400 dólares por 8 dias (US$50 por dia). Ela teve uma chateação porque reservou em abril com seguro total, contudo, na semana da viagem a agência Platinum mudou as regras, retirando o seguro total para todos os clientes, mas manteve o valor da locação. Foi alugado com um cooler, mas não tinha alça!

Ainda no Brasil tivemos que decidir em qual barco faríamos o passeio para Klein Curaçao, ilha a duas horas de Curaçao. Existem 4 empresas que realizam o passeio:

-Breeze Boat (US$129,00, estrutura na ilha, café da manhã, almoço e bebidas alcoólicas e não alcoólicas, 2h de navegação);
-Miss Ann (US$130,00, estrutura na ilha, café da manhã, almoço e bebidas não alcoólicas, 1h de navegação);
-Blue Finn (US$120,00, almoço e bebidas alcoólicas não alcoólicas, 2h de navegação);
-Mermaid (US$130,00, estrutura na ilha, café da manhã, almoço e bebidas não alcoólicas, 2h de navegação).

Klein Curaçao
 
Rafa descartou imediatamente o Mermaid, pois não tinha gostado da estrutura. Eu preferia que não fosse o Blue Finn, pois o barco é um catamarã todo aberto e não tinha estrutura na ilha. Optamos pelo Breeze, pois o Miss Ann saía de uma região mais distante da ilha e teríamos que acordar muito cedo. Fechamos o passeio com a Késia, brasileira que tem o perfil "Guia Brasileiro em Curaçao", no Intagram, mas o valor cobrado é o mesmo do site, logo, pode fechar diretamente com a empresa, se preferir. Primeiro fizemos o pix com o valor que deve ser a comissão da guia, 26 dólares, R$128,39. O valor restante foi pago para a empresa no link enviado por e-mail, com o valor restante de 103 dólares no cartão de crédito.
 
Meu voo decolaria apenas 1h46 da madrugada, mas saí com bastante antecedência de casa. Cheguei no aeroporto por volta das 22h. Fui direto para a Sala Vip da Gol, que fechava às 23h. Comi salgadinho, doce, bebi Aperol Spritz e vinho. E fiz a loucura de comer moqueca de banana (estava deliciosa, mas é um risco). Peguei uma água e um refrigerante para levar.
 

O voo da Copa Airlines costuma estar lotado. Não paguei para selecionar o assento e fui na poltrona do meio. E piorou muito em comparação ao último ano. A poltrona agora é dura e praticamente não reclina. Não tem mais tela para entretenimento individual. Agora há um QR Code para cada um assistir no seu próprio celular! Só que o carregador é apenas USB (o meu é tipo-C). E ainda, é uma situação que causa muito desconforto, pois na volta tinha gente ouvindo sem fone! Imagine 200 pessoas ouvindo músicas e filmes diferentes sem fone! Tive que chamar o comissário duas vezes, que deu um fone para a brasileira...
 
Infelizmente não consigo dormir em avião. A conexão no Panamá foi rápida. Na chegada em Curaçao conheci a baiana Ísis na fila da imigração. Ficamos mais de 1 hora na fila! Sabe a moqueca da Sala Vip? Fiz algo não recomendado (para quem assiste "Aeroportos") e pedi para olhar minha bagagem enquanto corri para o banheiro. Retornei e ficamos conversando. Ela ficou uma semana em Curaçao com amigas, foi para Aruba, mas retornou só para passar mais dois dias. Ofereceu-me carona, mas disse que tinha pago por um transfer. Ela ficaria em Otrobanda, no conhecido hotel Brion. Nos adicionamos no Whatsapp para nos encontrarmos para almoçar.



O Aeroporto Internacional Hato tem wi-fi. Peguei a indicação do meu transfer, mas no pequeno hall tem apenas um stand de uma empresa: Amstar DMC. No voucher dizia que a pessoa ficaria esperando com uma placa com meu nome, que não aconteceu, mas não vi necessidade. Apresentei o voucher, o atendente pediu para aguardar. Demorou, pois estavam esperando a chegada de um casal norte-americano. Apareceu uma van para buscar os três. O meu hotel fica numa rua de pedestres, logo, me deixou próximo da placa "Dushi" (significa "querido" em papiamento) e explicou que deveria entrar na segunda porta do hotel.

O check-in no San Marco Hotel Curaçao e Casino é realizado no primeiro andar. Só cheguei às 15:45! Sendo que meu voo aterrissou às 12:20!!! Fiz o pagamento com o Wise (vantajoso porque paga uma cotação melhor e não tem IOF do cartão de crédito). Tinha solicitado frigobar no pedido do Booking, mas não tinha no quarto (não tem como saber se vai ter ou não). Me deram o controle da TV e do ar-condicionado. Falaram que teria café e chá das 7h às 10h na recepção, bem como tem gelo disponível. O quarto estava limpo e cheiroso. A cama era confortável. Tinha ar-condicionado (essencial) e TV. Após solicitação chorosa, colocaram um frigobar no dia 18 (no meu quarto dia). A ressalva que faço é a questão do frigobar, pois não tem café da manhã, portanto, seria essencial ter no quarto para gelar as mercadorias compradas. Outra observação é que tem um cassino, mas não tem comunicação com os hóspedes do hotel, contudo, na frente ficam alguns homens que, provavelmente, vendem algo ilícito (me abordaram duas vezes).
 

 
O idioma oficial em Curaçao é o papiamento, que é uma língua crioula de base espanhola com influência de português e holandês, falado nas Antilhas Holandesas (Aruba, Bonaire e Curaçao), mas falam holandês, espanhol e inglês.
 
Me estiquei na cama, abri a mala e depois fui tomar banho. Tinha visto um lugar super barato e bem avaliado para comer, Gordo Grill, que ficava na frente do hotel. Entrei em contato com a Ísis e nos encontramos para almoçar, mas o restaurante estava fechado. Ela sugeriu comermos num bar na frente do letreiro "Curaçao", por volta das 17h. Lanchamos no Plein Café Wilhelmina. Pedi um burrito de frango com bacon (ótimo) e um refrigerante por 13 dólares.
 

Comentei que gostaria de caminhar até Otrobanda para ver murais (amo street art). Ísis disse que não gostava, mas iria comigo. Estávamos em Punda, atravessamos a Ponte Queen Emma (tirei algumas fotos, pois a ponte é um cartão postal da cidade) e chegamos em Otrobanda. 
 
 
 
Há uma sensível mudança, pois do outro lado não é um lugar turístico, embora tenha hotéis. Alguns homens ficaram olhando, mas ninguém mexeu. Duas pessoas falaram conosco e foram muito educadas. Seguimos pela rua Breedestraat e retornamos pela Frederikstraat. O interessante na Arte Urbana de Curaçao é como exaltam a beleza negra, pois a população local é predominantemente preta. Naquele dia ainda tinha planos de visitar o museu Kura Hulanda (museu sobre o tráfico de pessoas escravizadas), mas não tive tempo.
 










 



Quando retornamos já tinha anoitecido. Ísis perguntou se eu gostaria de ir no Mambo Beach, um beach club. Confesso que não sou uma pessoa noturna quando viajo, prefiro dormir cedo, mas deixei a vida me levar. Fomos direto, nem trocamos de roupa! Estava de short e chinelo. Ficamos por lá, mas o DJ não era dos melhores. Me impressionou a quantidade de holandeses no local! Consumi apenas um refrigerante (3 dólares). Mambo Beach é uma praia privada durante o dia. Tinha lido que era possível chegar de van, mas achei muito distante e só vi carros particulares no local, portanto, já desanimo quem quer ir de transporte público.


 
Eis um tópico sensível: em Curaçao algumas praias são privadas e é preciso pagar para entrar. Nunca tinha visto praia privada em nenhum outro país que estive. É claro que em alguns lugares como Punta Cana e Varadero (que fiquei em hotel all inclusive) o acesso é limitado aos hóspedes, mas é possível caminhar pela areia e chegar naquele ponto do hotel.
 
Existem cerca de 38 praias em Curaçao. As principais são:
 
Públicas
-Playa Piskado
-Playa Jeremi
-Playa Kalki
-Playa Fort
-Playa Kenepa Grandi
-Playa Lagun
-Playa Kenepa Pequena
-Daibooi
-Caracasbaai
-Director´s Bay

Privadas
-Cas Abao
-Porto Mari
-JanThiel
-Mambo Beach
-Blue Bay
-Pirate Bay

No dia seguinte, acordei e o hotel estava sem wi-fi, ou seja, fiquei incomunicável. Não pretendia comprar simcard (chip de telefone), mas fui obrigada. Andei até o restaurante que comi no dia anterior e avisei a Ísis que estava sem wi-fi e também às meninas que chegariam naquele dia. Fui tomar café no Mc Café próximo, comi um pastechi (um pastel local com uma massa mais adocicada) e bebi cappuccino, US$6,59. Dei uma volta em Punda.
 
 
 



 
Descobri que atualmente existe e-sim (simcard virtual) que é muito mais barato, mas não funciona no meu celular - um Samsung velho. Quem tem Iphone (modelos a partir de 2018) e as novas versões do Samsung é a melhor alternativa. Paga no Brasil (Airalo, por exemplo) e já chega no país conectado. As lojas em Curaçao abrem tarde. Só consegui comprar por volta das 10h, na loja Multi Tronicss (na frente do Mercado Flutuante). Paguei 25 dólares no "tourist sim" com 3GB, que é absurdamente caro!
 
 
Enquanto esperava a loja abrir, caminhei pelo Floating Market (mercado flutuante que não flutua). Vende frutas e legumes. Depois entrei no Mash Nobo (New Market), que é um mercado local com comidas, roupas, artesanatos.  
 





 
Fui ao hotel, coloquei o biquíni e caminhei até o hotel da Ísis. Perguntou se eu gostaria de conhecer alguma praia específica, mas disse para ela escolher a que mais gostou. Fomos para Kenepa Grandi. Para demonstrar como as praias são distantes, do Hotel Brion até lá são 40 km, leva cerca de 50 minutos de carro!!!
 
 
As melhores praias de Curaçao ficam no norte da ilha. Kenepa Grandi é uma praia pública. Cobram 15 dólares por duas espreguiçadeiras e um guarda-sol, mas pode ficar nas palapas (guarda-sol de palha)  ou debaixo das árvores gratuitamente. Disse pra Ísis que poderíamos deixar a canga na areia, debaixo da árvore, e ficamos na água. O dia estava um pouco nublado, mas a coloração é algo inexplicável! Nenhum mar tem o tom de azul de Curaçao! Ficamos conversando por horas!
 
 





Por volta das 15h30, a Ísis disse que estava com fome (em Kenepa não tem bar ou restaurante) e sugeriu que fôssemos para outra praia. Seguimos para Cas Abao. Tendo em vista que é privada, pagamos 6 dólares por carro. Seguimos para a lanchonete e pedimos um hambúrguer (ruim) e uma Coca-Cola (US$13). É importante ressaltar como o horário e o sol interferem na coloração do mar. Cas Abao é linda nas fotos, muitas pessoas elegem como preferida, mas como cheguei lá após às 16h, não achei nada demais. Sendo assim, é melhor visitar as melhores praias sempre pela amanhã.
 
 

 
Retornamos. Fui para o hotel tomar banho e depois seguimos para outro beach club, o Zanzibar. O clube estava lotado e muito mais animado que no dia anterior. Não esperávamos ficar muito tempo, no entanto, estava esperando minhas duas companheiras de viagem que chegariam e iriam para lá. Dissemos que fecharia meia-noite. Ficamos aguardando. Primeiro pedi vinho e quase caí, pois paguei US$7,50 num copinho de 200ml! Depois bebi um refrigerante (US$2,85). Ficamos até o final e as duas estavam chegando ainda. A Ísis conseguiu achá-las na avenida, parou o carro para que eu falasse/conhecesse. E, de repente, o carro da polícia começou a buzinar, pois ela estava parada em fila dupla (ficamos com medo de multa!). Por sorte, me deixou perto do hotel, que estava fechado, mas o cartão da porta abriu o portão principal. Nos despedimos, pois voltaria pro Brasil no dia seguinte. Ísis foi um anjo que apareceu, pois não tinha ideia do que faria naqueles dois dias. Me deu carona, me fez companhia, além de ser uma pessoa incrível! 
 
Punda



No dia seguinte, domingo, faríamos o passeio para Klein Curaçao. Passaram às 6h30 para me buscar. Seguimos até Caracasbaai, pois o barco Breeze partiria às 7h30. Só que fomos as primeiras a chegar (pensamos que estaríamos atrasadas). Saiu do porto apenas às 8h30. É informado que o barco acomoda 30 pessoas. Acredito que estava com a capacidade máxima. Dizem que domingo é o melhor dia para fazer esse passeio, pois as praias de Curaçao ficam mais cheias em razão da folga da população local. Ainda em terra tomei o Vonau 4g (remédio para enjoo). Muitas pessoas relatam enjoo incapacitante na viagem de ida, contudo, acredito que dependa muito do tipo da embarcação e da condição do mar no dia. Só uma pessoa se sentiu mal no percurso, mas não chegou a vomitar (deram um saco com gelo para colocar na nuca e outro para colocar nas costas na altura da cintura). Preferi ir na parte traseira da embarcação, as meninas foram na proa.
 

 

 



Café da manhã no barco

Klein Curaçao (pequena Curaçao) é uma ilha desabitada que fica a 13 quilômetros de Curaçao. Nosso barco levou cerca de 2 horas navegando. Assim que inicia a navegação o café da manhã é servido. Tinha sanduíches, bolo, maçã, barra de cereal, refrigerante, água. A areia é branquinha e o mar tem aquele tom de Listerine (apelido que dei e as meninas utilizaram)! Algumas pessoas foram nadando até as espreguiçadeiras, mas a maioria seguiu no bote.

 


A estrutura na ilha não era muito boa. Tinha um toldo de sombrite e umas cadeiras. O mar não tinha boa visibilidade (no trecho que dava pé). Levam um cooler com bebidas e também um garrafão de água. Por volta de 12h30 todos voltam para o barco para o almoço. Peguei pouca comida porque fui uma das primeiras e ainda tinham muitas pessoas, mas depois vi que os pratos dos norte-americanos estavam transbordando! Sendo assim, melhor colocar a quantidade que tiver vontade de comer. Havia opção de frango, costelinha de porco, peixe cru, banana frita, pão de alho, salada, arroz, macarrão, molho de amendoim. Achei a comida ótima! As meninas acharam muito temperada. De sobremesa tinha brownie. Depois fizeram uma animação, serviram rum verde (do NettoBar em Otrobanda) e todos foram dançar na proa do barco (menos eu - risos). Aproveitei pouco o open bar (beber em praia não é pra mim), mas tomei um Curaçao Blue. Tem lugar melhor para pedir o drink?
 
Drink Curaçao Blue em Klein Curaçao

Almoço no barco

Retornamos para a praia e tivemos tempo de caminhar até o Farol rosa da ilha (só eu e Monica). O primeiro foi construído em 1850, mas destruído em 1877 por furacões. O atual está abandonado (tem muito cupim na estrutura interna de madeira, que provavelmente oferecerá risco ao visitante). A torre tem 22 metros. Falaram que levaria 45 minutos até lá, mas fizemos em 15 minutos do ponto que estávamos (que era mais afastado que os demais barcos). 
 



 

O retorno é bem tranquilo. Ofereceram abacaxi (amo frutas, mas não posso comer abacaxi e recusei). Só colocaram músicas brasileiras (desconhecidas por mim) e os norte-americanos ficavam com os olhos arregalados. Naquele dia chegamos destruídas e não saímos (cada uma estava hospedada em uma região, Rafa fazia as entregas).
 
Ano passado minha pálpebra esquerda amanheceu inchada após um dia de praia em Aruba. Esse ano, após dois dias de praia aconteceu o mesmo! Fiz compressa com água gelada. Os olhos estavam bem, mas não sei se tem relação com o uso da lente de contato ou porque não usei óculos escuros e boné para proteção. No dia seguinte a outra pálpebra também inchou. Agendei oftalmologista para saber o que pode ser.
 
Passamos no Centrum Supermarket de Piscadera para comprarmos os lanches e levarmos para a praia (saí sem tomar café da manhã). Comprei pizza, pastechi, croquete, salada de frutas, um suco, uma bebida gaseificada e uma água (US$13,00). Colocamos tudo no cooler com gelo. O cooler foi alugado com o carro, mas veio sem alça, que dificultava muito levá-lo do carro até a areia. O supermercado tem muitas opções de pães, frios, patês, salgados com ótimos preços. Se fizer compras no mercado o custo fica baixo!
 


Gentilmente, a Rafa modificou o seu roteiro para que eu visitasse novas praias. Fomos para Porto Mari. A chegada é sensacional, pois o mar tem o azul praticamente neon. A Ísis tinha dado uma dica que não paga nada para usar as cadeiras amarelas (de madeira), mas como todas optaram por pagar as espreguiçadeiras azul, também paguei, o custo foi de US$6,50 (3 dólares da entrada + 3,50 da cadeira). O problema é que já não tinha lugares com sombra. Nos posicionamos debaixo de um coqueiro, mas rapidamente ficamos sob o sol. Não me importo muito porque quando estou na praia fico mais tempo dentro d´água.




 
Tiramos inúmeras fotos, pois o lugar é muito fotogênico. Tem um deck de madeira com uma escada para descer direto para o mar. Após a sessão de fotos, sentei e tomei o meu café da manhã com aquela vista inacreditável!





Aqui deixo algumas dicas: o mar fica fundo rapidamente. Dava uns passos e água já ficava no pescoço. Muitas pessoas compram ou levam macarrão de flutuação. Falaram sobre a sapatilha aquática em razão das pedras na praia. Estava na minha mala (comprei em San Andrés), mas não usei em qualquer momento. As pedras ficam apenas no início da água e incomodam sim, contudo, não ferem porque são arredondadas. É interessante levar a máscara de snorkel, pois é possível ver vida marinha mesmo no raso. Não nado, mas flutuo de snorkel, todavia, não saio muito da região em que dou pé. Lá não tem salva-vidas.
 
 

 

 
No estacionamento tem um mirante que permite ter uma visão panorâmica da praia. Vale visitar.
 
 
Em seguida fomos até Karakter Beach, que fica dentro de um condomínio (não pagamos para entrar). É um lugar bem reservado com pouquíssimas pessoas. Acredito que os frequentadores sejam moradores ou pessoas que alugam as casas. Tem um restaurante com piscina que cobra uma fortuna de consumação para usá-la. E é um ponto de mergulho. O mar era incrivelmente lindo.
 
 




 
Uma das meninas sugeriu um restaurante que tinha um menu barato (entrada, principal e sobremesa). Seguimos até o endereço e entramos em um condomínio: era a Kura Hulanda Village, um lugar com construções coloridas, lojas, restaurantes, mas as lojas estavam fechadas. O restaurante só fazia o menu no almoço. Retornamos para Punda e as meninas sentaram no Iguana Café, mas não gostei muito do menu. Tendo em vista que a maioria dos lugares fecham às 22h, me despedi e fui lanchar perto do hotel, no Plein Café Wilhelmina.
 




Geralmente a Rafa buscava a Monica e depois me pegava, mas optei por acordar mais cedo e caminhar até o hostel Bed & Bike para apreciar e fotografar o bairro de Pietermaai.Tirei algumas fotos ainda em Punda, depois parei no Plasa Bieu (Old Market), um  mercado popular que vende comida local. Lá tem a famosa sopa de iguana! Não tive coragem de provar. Depois vi alguns grafites e as casinhas coloridas. 
 








 
 
 
Novamente passamos no Centrum Supermarket de Piscadera para comprarmos os lanches. Dessa vez pegamos gelo no hostel que a Monica estava hospedada. Comprei um pacote com quatro ciabattas, salame, queijo provolone, salada de frutas, bebida gaseificada SanPellegrino (adoro) e água (US$9,57). Os frios têm preços ótimos.
 

 
A primeira praia do dia foi na Playa Piskado, que tem inúmeras tartarugas. É tão impressionante que conseguimos avistá-las já da passarela de madeira, em razão da transparência da água. É uma praia de pescadores, portanto, tem muito resto de peixe no mar (após a limpeza do pescado). Todo ano penso em comprar uma câmera GoPro e acabo desistindo. Tenho uma câmera de ação muito antiga (SJCAM) que não foi capaz de registrar a beleza marinha com tartarugas imensas que passavam embaixo de mim enquanto flutuava. Na areia também encontrei diversas iguanas, que não têm medo da proximidade com seres humanos.
 

 
 
 



 


 
Em seguida chegamos na Playa Kalki, que as meninas quiseram alugar um lugar coberto. Se estivesse sozinha jamais pagaria US$20,00 para ficar numa cama na praia dentro de uma cabana, mas como dividimos, acabei topando. Tinha a opção de cadeira por US$10,00. Sobrava pouco espaço para colocar canga e não pagar nada, mas ao lado da nossa cama tinha um casal brasileiro, que inclusive atrapalhava a gente, mas depois foram avisados que não poderiam ficar ali aproveitando a sombra de quem estava pagando. É a praia com a melhor visibilidade, na minha opinião. Havia poucas pessoas e pudemos aproveitar muito.
 










 

 
 
 
No retorno passamos no Shopping Sambil, mesmo molhadas e desarrumadas. É um shopping grande com cinema, supermercado, praça de alimentação, boliche, etc. Passamos no Carrefour para conhecer e comprei algumas bebidas para o dia seguinte e uma torta de maçã (US$5,37). Decidimos jantar na praça de alimentação. Comi guiozas de porco no Soya Work-Grill e bebi um refrigerante (US$11,00).
 
 




 
Saímos ainda para conhecer o Saint Tropez Beach Club Curaçao. Confesso que achei os preços no país muito altos e decidi que não tomaria bebidas alcoólicas e comeria num lugar mais barato. Pedi apenas uma "awa di lamunchi", que era uma limonada (US$5,00). Cheguei a ver uma hospedagem que oferecia o dayuse nesse beach club (Villa Amalie & Villa Curiel).


 
 
 
No meu último dia, novamente passamos no Centrum Supermarket de Piscadera para comprarmos os lanches. Comprei uma salada de  frutas, uma bebida gaseificada SanPellegrino, água, presunto cru, dois sacos de bala Ricola e um pastechi (US$12,94).

Retornamos a Kenepa Grandi, que estive no meu segundo dia. A diferença é que o dia estava muito ensolarado, que deixou o mar cor de Listerine. Fizemos várias fotos, depois descemos. Elas preferiram ficar nas cadeiras/sombras pagas, mas coloquei minha canga debaixo de uma árvore (custa US$15 duas cadeiras e uma sobra). 







Tinha uma porquinha se divertindo no mar, depois ficava caminhando entre as pessoas, que davam bananas. Ela me perseguiu quando me aproximei, pois queria abocanhar minha máscara de snorkel que é fluorescente.







Depois da segunda visita, considerei Kenepa Grandi a praia mais bonita, pois não tem nenhum mar comparável. A água não é quente, mas não é gelada.
 
Paramos na Playa Jeremi, que tem uma vista linda do penhasco. Apenas entramos para um mergulho. 
 


 
 
Por fim, paramos na Playa Lagun, que tinha uma coloração mais esverdeada, como em Paraty (Rio). 
 



A Rafa queria muito jantar no Fort Nassau e fez as reservas. Declaro que não investiguei os valores, deixando para ver apenas no dia. Me assustei, pois uma refeição com um drink totalizava, aproximadamente, US$50,00. Gastaria esse valor com um museu ou um parque, mas nunca numa refeição. Fomos, chegando lá o sol incidia diretamente nos nossos rostos, que é muito incômodo. A Monica sugeriu que esperássemos do lado de fora. Rafa disse que a comida estava ótima. No retorno, pedimos para ela nos deixar no McDonald’s. Comi um combo Big Mac (nunca como no McDonald’s, pois não gosto, mas em viagem vale tudo) por US$7,77. Rafa e Polly (integrante que entrou no grupo no segundo dia e ficou com a responsabilidade de pagar a gasolina, US$70,00) iriam para Mambo Beach, eu e Monica optamos por não ir. 




Caminhamos até Otrobanda e entramos no Harbor Hotel & Casino para conhecer e apostamos 1 dólar. Em seguida, resolvemos conhecer o Renaissance Mall & Rif Fort. Queria ter ido mais cedo, pois além de hotel tem várias lojas e restaurantes, piscina com borda infinita, bares, cassino. Vale ressaltar que o Rif Fort faz parte do patrimônio histórico, construído em 1820 como parte de uma extensa fortificação. Retornamos para Punda, ficamos na calçada vendo a apresentação musical no Iguana Café.



 
Acordei muito cedo, comi um sanduíche (com os frios que tinham sobrado da praia) e tomei um suco. Desci e caminhei até o bairro de Scharloo para procurar arte urbana e encontrei belos murais. Não vi turistas naquela região. No retorno, ainda localizei street art em Punda - na rua atrás do hotel.
 
Scharloo
 




 
Punda
 




 
Rafa e Monica me buscaram no hotel e me deixaram no aeroporto, antes de irem à praia. Como meu voo partiria apenas 13h20, tive bastante tempo para aproveitar na Sala Vip. Lanchei, tomei dois drinks e descansei. 





A viagem para Curaçao me colocou completamente fora da minha zona de conforto. Primeiramente, não frequento praia (normalmente), tanto que não lembro da última vez que estive numa praia no Rio, mas adoro conhecer lugares paradisíacos e o mar muitas vezes alivia a alma (estava precisando). Segundo, costumo elaborar um roteiro exaustivo e cumprir, dentro do possível, tudo que me propus a fazer, mas dessa vez vivi um dia de cada vez, tive a sorte de conhecer a Ísis, pois não tinha programado nada para os dois primeiros dias. E ainda, sou solo traveler (predominantemente viajo só) e tive que ser flexível, aceitando a programação que me foi sugerida, além de confiar em pessoas que não conhecia, pois sem a Rafa (uma menina de 24 anos) a viagem não seria possível. Gostei muito de tê-las conhecido, ter aproveitado a viagem com elas (uma novidade pra mim, pois não gosto de viajar em grupo) e concluo que em destino de praia é muito melhor ter companhia. O país tem praias maravilhosas, a temperatura é sempre quente (acima de 30 graus), mas é um destino caro para brasileiros (atualmente é uma das nacionalidades mais presentes na ilha!).
 

Rafa, Monica e eu
 


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Experiências incríveis!