São Luís do Maranhão

Antes do período pandêmico, costumava organizar minhas viagens minuciosamente, elaborando roteiros pormenorizados, incluindo "plano B" para a hipótese do planejamento principal não dar certo.


Após marcar o meu período de férias, comecei pesquisar passagens aéreas e os valores estavam (ainda estão) exorbitantes. Uma passagem para Europa custando, em média, R$7.000,00, mais que o dobro do que era usual. Decidi, um pouco contrariada, que ficaria no Brasil - depois de tanto tempo sem viajar para o exterior, assumo que era a minha vontade.



Tendo em vista que tinha 19 dias, queria fazer a Rota das Emoções, que é um roteiro criado pelo SEBRAE, incluindo Lençóis Maranhenses (Maranhão), Delta do Parnaíba (Piauí) e Jericoacoara (Ceará). Vi que o transporte entre as cidades não é tão simples, sendo assim, fiz a cotação de transfer (Rota Combo), também verifiquei pacote em algumas agências (algumas cobram até R$15.000,00 por 12 dias) e vi uma com valores bons (Aris do Mar Turismo) - menos de R$3.000,00.

Decidi comprar a passagem. Compraria separadamente a ida para São Luís e volta de Jeri, mas simplesmente cancelaram a compra. Liguei para o banco e deixei para fazer nova tentativa no dia seguinte, só que os valores aumentaram sensivelmente. Dois dias depois teve uma promoção na Latam, mas o valor só permanecia baixo comprando ida e volta do mesmo destino (R$700,00), logo, optei por fazer apenas os Lençóis Maranhenses, deixando a Rota para uma próxima oportunidade.

Infelizmente não tive muito tempo para conhecer a capital do Maranhão, São Luís, pois só deixei um dia antes de seguir para Barreirinhas. Na verdade, reservei um dia na ida e um dia na volta, mas só consegui transfer voltando de Barreirinhas para 16h, logo, cheguei tarde no hotel e não consegui sair. Acredito que precisaria de três dias (dois para a capital e um para visitar a cidade de Alcântara).



 
Fiz reserva em um hotel que não tem uma boa avaliação, optei pelo preço, R$129,60 a diária. Fica localizado no Centro, entre o Centro Histórico e as praias, Abbeville Hotel Torre II (antigo Skina Palace Hotel).

Cheguei no aeroporto por volta das 15h e chamei um Uber, que custou R$29,00. No hotel, fiz o pagamento e segui para o quarto. Quando cheguei o quarto estava gelado, tinha frigobar, roupas de cama cheirosas, tv. Tudo perfeito para o valor cobrado.




Ainda em casa, entrei em contato com Centro de Informações Turísticas (Rua da Estrela, 82. https://www.saoluis.ma.gov.br/setur/conteudo/3169) pelo Whatsapp (+559891584947). Foram muito solícitos e me deram o contato de um guia de turismo. Ao entrar em contato, disse que não podia, mas me deu o contato de outro guia que faz o percurso do Centro Histórico diariamente. O Sr. Nelito foi muito educado e disse que assim que eu chegasse na cidade para mandar mensagem, pois normalmente inicia o tour às 15h.

Não costumo fazer visitas guiadas, poucas vezes reservei Free walking tour, mas como teria apenas algumas horas, não teria outra alternativa e tive sorte por conseguir. Nesse tour o preço dependeria da quantidade de pessoas (1 única pessoa ficaria R$70,00).




No hotel em São Luís, assim que troquei de roupa, entrei em contato com o guia, que me deu o contato de outro guia que estava começando o tour naquele horário, mas, se eu não conseguisse alcançá-los, ele me levaria nos atrativos. Em 5 minutos estava no Centro Histórico (R$8,00 de uber).



É interessante ressaltar que o Centro Histórico de São Luís é um Patrimônio da Humanidade, segundo a Unesco. A cidade foi fundada por franceses, ocupada por holandeses, e, posteriormente, dominada pelos portugueses. Tem um número considerável de edifícios históricos característicos de uma cidade colonial Ibérica. Apesar da iniciativa de preservação, muitas construções estão abandonadas, precisando de recuperação.



Segui para o Palácio dos Leões (Praça Dom Pedro), que é o edifício-sede do governo do estado do Maranhão. Tirei algumas fotos por fora. E finalmente encontrei o grupo do tour, que tinha entrado no prédio.




A parada seguinte foi na Praça dos Poetas foi inaugurada em 2020 pelo governo estadual. É um espaço dedicado à poesia, contribuindo para a valorização da cultura e da cidade. Tem um café com mesinhas e um mirante. Escritores maranhenses são homenageados por lá, como Ferreira Gullar, Gonçalves Dias, Maria Firmina, Mariana Luz, Catulo da Paixão Cearense, Nauro Machado, Sousândrade, José Chagas (único que não nasceu no Maranhão), Bandeira Tribuzi, Dagmar Destêrro e Lucy Teixeira.







Bem próximo fica a principal igreja, Catedral Metropolitana (Igreja de Nossa Senhora da Vitória ou Sé). O patrimônio é tombado pelo Iphan por ser um dos monumentos históricos mais antigos da cidade. A construção iniciou em 1619, sendo inaugurada em 1622. Parte da construção desmoronou e foi reconstruída. A fachada atual decorre da reforma realizada em 1922. A igreja tem um altar do século XVIII considerado um símbolo da arte barroca brasileira.










Próximo à catedral, fica localizada a Rua do Giz, que foi eleita como uma das ruas mais bonitas do país pela revista Casa Vogue, por abrigar prédios históricos que representam a arquitetura local. Na esquina da rua, num prédio amarelo, fica localizado o Restaurante Escola Senac, que muitas pessoas indicam para quem quer conhecer a culinária local, mas fecha às 15h nos dias de semana - queria ter almoçado/jantado lá.





Caminhamos apreciando a arquitetura, como o Edifício São Luís, datado de 1866, patrimônio tombado pelo Estado e ocupado pela Caixa Econômica. Observei também uma construção datada de 1756!




Dentre os detalhes arquitetônicos, é interessante observar as varandas com gradis nos sobrados. E não tem como não se encantar pelos famosos azulejos! A azulejaria colonial portuguesa e francesa decoram os casarões do Centro Histórico. A maioria tem o formato de 13,5 cm x 13,5 cm, alguns retangulares 9,25 cm x 18,5 cm ou 11,8cm x 18,4 cm. O padrão francês é 11cm x 11cm. Alguns têm figuras isoladas, outros precisam da união de quatro ou duas peças. Há azulejos de produção artesanal (moldado em madeira) ou industrial (produzido em série por processo mecânico).





Já tinha escurecido quando chegamos na Rua da Estrela, e, no caminho, muitos bares abertos, ruas com mesinhas, uma iluminação amarela. Notei um restaurante, chamado Flor de Vinagreira, localizado num prédio lindo.



No Mercado das Tulhas (mercado municipal e um dos principais atrativos turísticos da cidade) consegui comprar apenas um doce de buriti na caixa para minha mãe, pois as lojas já estavam fechando. Tem roupas, bebidas, temperos, comidas típicas. É um dos lugares que gostaria de ter visitado com tempo.


Doce de espécie



Por fim, chegamos na Rua Portugal, que é conhecida por ter uma concentração de casarões ornamentados com os azulejos, mas já estava muito escuro e não consegui boas fotos.





O guia disse que ainda me mostraria outros lugares ali perto, após o fim do tour, mas uma integrante do grupo me ofereceu carona no táxi que veio buscá-la e aceitei. Me deixou na porta do hotel! E depois veio o arrependimento de não ter comido no lindo restaurante que vi, pois não tinha nada perto do hotel que estava. Com preguiça de sair, pedi um hambúrguer pelo Ifood. No hotel tinha restaurante. Só que desci duas vezes e a massa da pizza ainda não estava pronta.

No dia seguinte, acordei bem cedo, pois tinha agendado um transfer para me pegar às 7h. Fiquei bem impressionada com o café da manhã de um hotel tão barato. Aparentemente, a maioria das pessoas hospedadas trabalham na Vale do Rio Doce. Tinha sucos naturais, frutas, pães, pães recheados frescos, bolos, frios.






No retorno a São Luís, queria ter pego o transfer de 14h, chegando por volta das 18h, mas só consegui pegar o transporte às 16 e cheguei por volta das 21h. E meu endereço não constava na planilha do motorista, só percebi quando já estava na praia, portanto, fui a penúltima ser entregue.

Voltei ao mesmo hotel, mas o cenário foi completamente diferente. A TV não pegava, não tinha frigobar, a pia ficava fora do banheiro. É inacreditável que o mesmo hotel ofereça serviços tão distintos. Precisa ter sorte!

Meu voo sairia apenas ao meio-dia. Acordei, tomei café, pensei em dar uma volta no Centro Histórico, mas fiquei com medo de perder o horário.




Faltou conhecer: Casa do Nhozinho, Teatro Arthur Azevedo, Museu Histórico e Artístico do Maranhão, Casa do Maranhão, ou seja, numa próxima visita já tenho atrativos para preencher um dia inteiro.
 
No voo de volta foi possível ver os Lençóis Maranhenses (não fiz o sobrevoo enquanto estive lá). Nunca opto por lugar na janela, mas não tive escolha e acabei tendo essa vista.
 



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Experiências incríveis!