Santorini
As Ilhas Gregas provavelmente permeiam o imaginário de muitas pessoas, pela beleza e história. Decidi que era hora de conhecer o paraíso. O primeiro espanto: são mais de 6 mil ilhas, mas “apenas” 227 são habitadas. São vários conjuntos de ilhas: Jônicas, Cíclades, Sarônicas, etc. Como não era uma viagem apenas para as ilhas, tinha que pensar nos deslocamentos e preços.
Desde a época que me graduei em História da Arte, o meu sonho é conhecer Creta, que é a maior ilha grega e uma das maiores do Mar Mediterrâneo, mas é também a mais distante (8 horas de barco desde Santorini). Também andava encantada pelas fotos que vi de Zaquintos, Corfu e Cefalônia (Ilhas Jônicas), mas, no fim, resolvi voltar minha atenção para as duas Ilhas Cíclades mais conhecidas: Santorini e Mykonos. As outras ficam pra uma próxima viagem...
Fiz algumas combinações e decidi que a melhor opção era pegar um avião de Istambul até Santorini, com conexão em Atenas. Tinha a opção de pegar uma passagem com milhas, pelo Smiles, até Atenas e ir de barco na rota mais comum, primeiro Mykonos e depois Santorini, mas seria mais cansativo (pelas horas da viagem de barco) e o preço ficaria quase o mesmo. Numa viagem curta, quanto mais rápido chegar ao destino é melhor. Pesquisei o preço das passagens no site Skyscanner e comprei a passagem diretamente no site da Aegean (companhia aérea grega), que saiu por 116 euros (euro cotado a R$4,20 na época).
Acordei cedo em Istambul, pois o voo sairia do Atartuk às 10:30h, e, supostamente chegaria no destino final às 13:55h. Apesar de Istambul ter um trânsito caótico, conseguimos chegar no horário previsto. Para entrar no aeroporto é necessário passar todas as malas no raio-x.
O funcionário da companhia aérea me irritou profundamente. Primeiro, disse que passaporte não pode ter capa (usava uma da Frida Kahlo) e quase rasgou o documento para tirar a proteção (nenhum policial de imigração na Alemanha ou Itália se incomodaram com a capa e ele nem policial era). Depois fez várias perguntas (provavelmente pra ver se caía em contradição) e me mostrou que não tinha carimbo de saída da Itália, onde estive antes de entrar na Turquia (o país não faz parte da União Europeia). O outro funcionário disse que não constava também a saída no passaporte do meu amigo, mas concluiu que viemos de algum lugar. Inacreditavelmente, o mesmo funcionário estava fiscalizando quem entrava na sala de embarque e disse que o meu passaporte não tinha o selo - que ele cola. Aí, já bem irritada, disse que ele colou na capa que arrancou do passaporte.
Acordei cedo em Istambul, pois o voo sairia do Atartuk às 10:30h, e, supostamente chegaria no destino final às 13:55h. Apesar de Istambul ter um trânsito caótico, conseguimos chegar no horário previsto. Para entrar no aeroporto é necessário passar todas as malas no raio-x.
O funcionário da companhia aérea me irritou profundamente. Primeiro, disse que passaporte não pode ter capa (usava uma da Frida Kahlo) e quase rasgou o documento para tirar a proteção (nenhum policial de imigração na Alemanha ou Itália se incomodaram com a capa e ele nem policial era). Depois fez várias perguntas (provavelmente pra ver se caía em contradição) e me mostrou que não tinha carimbo de saída da Itália, onde estive antes de entrar na Turquia (o país não faz parte da União Europeia). O outro funcionário disse que não constava também a saída no passaporte do meu amigo, mas concluiu que viemos de algum lugar. Inacreditavelmente, o mesmo funcionário estava fiscalizando quem entrava na sala de embarque e disse que o meu passaporte não tinha o selo - que ele cola. Aí, já bem irritada, disse que ele colou na capa que arrancou do passaporte.
Chegando em Atenas, caminhei para pegar a mala e fazer novamente o checkin, pois a atendente disse que as malas não iriam direto para o destino final. Como só tinha uma hora para fazer todo o trâmite, corri e informei a um funcionário, que me colocou numa fila mais rápida. Após o despacho da mala, todos passam por um policial que confere o bilhete eletrônico e entramos na área das lojas duty free. Após passar pelo raio-x, cheguei na fila de embarque. Houve demora para o embarque, mas abrem as portas traseiras para que o processo seja mais célere. Após uns 30 minutos, avisaram que a aeronave tinha algum problema, mas pediu que esperássemos sentados. Uma hora depois houve novo aviso do comandante, informando que o avião não tinha condições de voar. Todos desceram entraram no ônibus, novo portão de embarque foi dado. E todo o processo foi realizado novamente, sendo que voamos no horário que deveríamos chegar no destino final. Por sorte, o voo tinha apenas 45 minutos.
O hotel escolhido foi uma barganha: Antonia Hotel. A diária custou R$172! Procurei um hotel em Fira (Thira), centro da Ilha, que fica próximo do porto e do aeroporto. Na pesquisa, queria um hotel que tivesse transfer grátis (comum nas ilhas gregas), pois só o transfer sozinho custaria 15 euros o trecho. O hotel fica a duas quadras da rodoviária e a 100 metros do centro. O quarto é antigo, mas o banheiro parecia reformado recentemente, além de espaçoso. O wi-fi funcionava perfeitamente. O quarto tem varanda e deixam uma garrafa de vinho (produzido na ilha) todos os dias no quarto. Tinha frigobar e ar-condicionado. Um dia antes, passei um e-mail informando o horário de chegada do voo, mas infelizmente não tive como avisar sobre o atraso. O motorista disse que já estava aguardando no aeroporto por quase 2 horas.
O hotel fica localizado numa ladeira que não entra automóvel. O motorista carregou a mala. Na chegada, o gerente disse que já estava tudo ok (a reserva já foi paga no hoteis.com), nos ofereceu café e chá e depois abriu o mapa e deu uma explicação pormenorizada dos lugares interessantes da ilha. Informou o horário do pôr do sol e perguntou se alugaríamos carro.
Vista da varanda do hotel |
Tomei um banho rápido e desci. Como não dirijo, tive que perguntar ao meu amigo se toparia dirigir. Decidimos alugar o carro no dia seguinte (você dá o horário de entrega e fica por 24 horas). Avisamos ao gerente o horário que o carro deveria ser entregue e seguimos para a rodoviária.
Chegando na rodoviária, observei que tinha um ônibus partindo para Oia em alguns minutos. A passagem custa 1,80 euros e deve ser paga dentro do ônibus. É um ônibus de viagem, mas muitos locais utilizam o serviço. O percurso leva cerca de 20 minutos. Torcia para que o sol aparecesse, já que Fira tinha muitas nuvens.
Oia, segundo consta, é o lugar com o pôr do sol mais bonito do mundo. Após descer do ônibus me deparei com uma horda de turistas. Muitas pessoas caminham pelas vielas, objetivando chegar no melhor lugar para assistir o espetáculo da natureza. Vi uma noiva fotografando para seu álbum de casamento. As casas branquinhas e igrejas com a cúpula azul são tão pictóricas que parecem quadros. O gerente do hotel disse que o sol começa a se por às 19:15, mas só encostou no mar por volta das 20:15h. Ouvi muitas pessoas falando português. Conversei com um rapaz e duas meninas que estavam próximos. O rapaz disse que Santorini foi o lugar que ele mais gostou do tour de 30 dias pela Europa.
Chegando na rodoviária, observei que tinha um ônibus partindo para Oia em alguns minutos. A passagem custa 1,80 euros e deve ser paga dentro do ônibus. É um ônibus de viagem, mas muitos locais utilizam o serviço. O percurso leva cerca de 20 minutos. Torcia para que o sol aparecesse, já que Fira tinha muitas nuvens.
Oia, segundo consta, é o lugar com o pôr do sol mais bonito do mundo. Após descer do ônibus me deparei com uma horda de turistas. Muitas pessoas caminham pelas vielas, objetivando chegar no melhor lugar para assistir o espetáculo da natureza. Vi uma noiva fotografando para seu álbum de casamento. As casas branquinhas e igrejas com a cúpula azul são tão pictóricas que parecem quadros. O gerente do hotel disse que o sol começa a se por às 19:15, mas só encostou no mar por volta das 20:15h. Ouvi muitas pessoas falando português. Conversei com um rapaz e duas meninas que estavam próximos. O rapaz disse que Santorini foi o lugar que ele mais gostou do tour de 30 dias pela Europa.
Após caminhar pelas estreitas ruas, procurei o restaurante nº 1 em Santorini, segundo o Tripadvisor, Pitogyros (também tem um nome escrito em grego na fachada). Pita gyros é o churrasco grego (comi carne de porco) que vem no pão pita (delicioso, parecia massa de pizza) acompanhado por batata frita, tomate, cebola roxa e o molho de iogurte (3,40 euros). E bebi 500ml do vinho local (4 euros). É um lanche delicioso!
Falando em vinho, Santorini tem uma intensa produção de vinho. A plantação, pelo que pude observar, é muito distinta das demais, pois as videiras ficam grudadas no chão. O vinho branco é barato e delicioso. Tem a uva Assyrtiko, que cresce no solo vulcânico, também responsável pelo vinho Nykteri. No meu roteiro, constava uma visita a uma vinícola (http://www.gavalaswines.gr), contudo, no dia que estávamos com carro, meu amigo não poderia degustar a bebida. Há diversas pequenas vinícolas espalhadas pela ilha.
Falando em vinho, Santorini tem uma intensa produção de vinho. A plantação, pelo que pude observar, é muito distinta das demais, pois as videiras ficam grudadas no chão. O vinho branco é barato e delicioso. Tem a uva Assyrtiko, que cresce no solo vulcânico, também responsável pelo vinho Nykteri. No meu roteiro, constava uma visita a uma vinícola (http://www.gavalaswines.gr), contudo, no dia que estávamos com carro, meu amigo não poderia degustar a bebida. Há diversas pequenas vinícolas espalhadas pela ilha.
O ônibus voltou de Oia bastante cheio, mas chegamos antes e estávamos sentados. Depois de uma breve caminhada pelo Centro, um merecido descanso, pois o dia seguinte começaria cedo.
Pesquisei ainda no Brasil sobre o aluguel de carro (tem também a opção de moto e quadriciclo) e a diária custava 50 euros com seguro. O gerente falou que custaria 30 euros o carro automático e 25 o manual. Às 8:40h bateram na porta do quarto para dizer que o locador já estava lá. Descemos e nos levou até um estacionamento que fica a uns 50 metros do hotel. Perguntou se queria seguro (10 euros), explicou como funcionava. Pegou o número do cartão de crédito como garantia. Entregou o contrato de locação. Deixou com ¼ do tanque cheio e disse que deveria ser entregue assim.
Pesquisei ainda no Brasil sobre o aluguel de carro (tem também a opção de moto e quadriciclo) e a diária custava 50 euros com seguro. O gerente falou que custaria 30 euros o carro automático e 25 o manual. Às 8:40h bateram na porta do quarto para dizer que o locador já estava lá. Descemos e nos levou até um estacionamento que fica a uns 50 metros do hotel. Perguntou se queria seguro (10 euros), explicou como funcionava. Pegou o número do cartão de crédito como garantia. Entregou o contrato de locação. Deixou com ¼ do tanque cheio e disse que deveria ser entregue assim.
O carro alugado |
De volta ao hotel, que não serve café da manhã, segui para o Carrefour, que fica na rua principal de Fira. Comprei presunto, pão, suco de laranja, duas maçãs, água. Tudo por 5 euros. Após o desjejum, seguimos para Perissa Beach, praia com pedrinhas pretas no lugar de areia. Primeiro paramos no posto, para abastecer. Perguntei quanto seria necessário para rodar a ilha. O frentista disse 12 euros. Chegando na praia, embora estivesse sol, ventava bastante e a água é geladíssima. Em geral, os estacionamentos não são pagos. Basta procurar pela placa “P” (“parking”).
As pedrinhas |
Tinha listado alguns restaurantes próximos (o gerente do hotel também sugeriu alguns) e seguimos para o Chef´s Garden. Pedi a entrada (5 euros), com pães, cenoura, pepino, além de hummus e tzatziki (acepipe grego composto por iogurte, pepino e hortelã). E o prato principal foi lula recheada com espinafre, queijo feta e ervas frescas com arroz amarelo (14,50 euros). A entrada estava ótima, mas o prato principal nem tanto - o arroz estava muito ácido.
Voltamos a Oia, de carro dessa vez, para apreciar mais uma vez o pôr do sol e deixa-lo grudado na retina. Entrei em algumas lojinhas e os preços são exorbitantes como em qualquer balneário turístico, mas em euro é bem pior. Comprei apenas o símbolo da ilha, o burro (antigamente transportava carga, hoje apenas turistas) de pelúcia para minha sobrinha.
Voltamos a Oia, de carro dessa vez, para apreciar mais uma vez o pôr do sol e deixa-lo grudado na retina. Entrei em algumas lojinhas e os preços são exorbitantes como em qualquer balneário turístico, mas em euro é bem pior. Comprei apenas o símbolo da ilha, o burro (antigamente transportava carga, hoje apenas turistas) de pelúcia para minha sobrinha.
Estava marcado no mapa uma visita mais minuciosa a Fira, mas o cansaço me impediu de ver o Porto Antigo, uma rua acima da principal, e o teleférico, bem como a catedral e os dois museus. Colocaria mais 1 dia no roteiro para fazer uma visita sem pressa.
O transporte para Mykonos, após pesquisa, seria feito por ferry, barco rápido. É preciso pesquisar as inúmeras companhias que operam na Grécia, para saber se fazem a rota, muitas só operam com frequência no verão. Olhei Blue Star Ferries (www.bluestarferries.com), Hellenic Seaways (www.hellenicseaways.gr), SeaJets (www.seajets.gr) e Anek Lines (www.anek.gr) e apenas 2 faziam, naquele dia, a rota Santorini-Mykonos. Optei pela Hellenic Seaways, pois saia às 11h, enquanto a SeaJeats às 10:45h. O preço foi salgado, 62 euros.
Após comprar pão e presunto no Carrefour e tomar o café da manhã, desci para fazer o checkout. Já tinha avisado com antecedência sobre o transfer para o porto. A van saiu cheia, pois o motorista deixaria alguns hóspedes no aeroporto, mas em 5 minutos estávamos no porto. A descida é vertiginosa!
Chegando no porto, seria necessário trocar o voucher da internet pela passagem. Segui para o guichê e o funcionário não estava. Após alguns minutos uma senhora me entregou o tíquete. Como tudo na Grécia, o barco não foi pontual. Chegou com uns 20 minutos de atraso, mas a saída foi bem rápida. É uma loucura, as pessoas entram e vão guardando as malas no compartimento do barco onde ficam os carros e depois sobem para seus assentos. Não consegui escolher assento, meu número foi automaticamente designado.
A embarcação fez duas paradas, uma na ilha de Ios e outra em Paros. No barco me ocorreu que poderia ter ficado 1 dia em Paros e 3 em Mykonos, não 4 em Mykonos. A viagem de barco é bem mais confortável que de avião, pois é espaçoso, tem lanchonete, banheiro, além da bela paisagem. A viagem durou 2 horas.
Uma observação necessária é que avistei muitos detritos na ilha, que não é comum na Europa. Existem muitos terrenos vazios onde a sujeira se acumula. Muitas garrafas, latas e sacos plásticos. Não sei se causado por locais ou turistas.
Fiquei encantada que utilizam energia solar. Todas as residências possuem diversos painéis instalados. E, para finalizar, acho que existe um marketing muito pesado ao vender a imagem da ilha, pois Fira, por exemplo, é um local muito simples. Na chegada, meu amigo ficou assustado e achou que estivesse em alguma praia do litoral do Rio, como Arraial do Cabo. Oia já tem um visual mais charmoso, mas tudo exageradamente caro. Ainda quero visitar outras ilhas gregas? Claro! Sei exatamente o que devo encontrar. Não sei no verão, mas também está longe de ser um destino de praia ideal, em razão da temperatura da água.
Fiquei encantada que utilizam energia solar. Todas as residências possuem diversos painéis instalados. E, para finalizar, acho que existe um marketing muito pesado ao vender a imagem da ilha, pois Fira, por exemplo, é um local muito simples. Na chegada, meu amigo ficou assustado e achou que estivesse em alguma praia do litoral do Rio, como Arraial do Cabo. Oia já tem um visual mais charmoso, mas tudo exageradamente caro. Ainda quero visitar outras ilhas gregas? Claro! Sei exatamente o que devo encontrar. Não sei no verão, mas também está longe de ser um destino de praia ideal, em razão da temperatura da água.
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