Não professo qualquer religião, mas quando viajo visito templos, pagodas, igrejas, mesquitas e sinagogas. Eventualmente é possível encontrar obras relevantes para a história da arte nos espaços eclesiásticos - comumente nas igrejas católicas.
Segundo Gombrich (célebre historiador da arte), em 311 D.C. o Imperador Constantino estabeleceu a Igreja Cristã como um poder no Estado, sendo necessário construir lugares de culto. No que diz respeito à decoração das basílicas, houve disputas violentas envolvendo o uso de imagens na religião. A maioria dos cristãos concordavam que não deveria ter estátuas na casa do senhor.
O Papa Gregório, o Grande, ressaltou - para os que eram contra às pinturas - que muitos membros da igreja não sabiam ler e escrever, logo, as imagens poderiam ensiná-los, como um livro ilustrado. A pintura poderia fazer pelos analfabetos o que a escrita fazia para os que liam. Tal pontuação foi de suma importância para a história da arte, pois uma autoridade se colocou em favor da pintura. Sua sentença era sempre citada para quem atacava o uso das imagens.
Tudo o que pertencia à igreja tinha uma função de reverberar os ensinamentos da igreja. A arte tinha como objetivo refletir a ideologia cristã.