Paris: uma segunda chance
Sempre quis visitar os museus de Paris e realizei meu sonho em 2012, quando estive na Cidade Luz pela primeira vez. Admito que não fiquei encantada com a capital francesa. Muito dessa percepção negativa adveio do clima que não esperava encontrar - fez muito frio na primavera. Cheguei em abril e encontrei o termômetro marcando 2 graus. Não pensava em voltar tão cedo.
Minha sobrinha ficava encantada com a Paris retratada no filme Ratatouille e, aliada à paixão pela película, teve uma cena específica de uma entrevista que estava assistindo que gerou o insight pra ela. A artista plástica Beatriz Milhares comentava sobre seu trabalho enquanto caminhava em Paris. Giovana tinha 4 anos e fez um pedido "Tia, você me leva pra conhecer Paris?". Afirmei que levaria assim que completasse 10 anos. Parecia tão distante. Assim que completou 10 anos em janeiro (2019), me lembrou "Tia, esse ano vamos a Paris!".
Planejar uma viagem pode ser complicado, com uma criança é bem mais. Perguntei a Victor, um amigo que já viajou várias vezes comigo, se topava ir pra Europa nas férias de julho. Embora não conhecesse minha sobrinha pessoalmente, se animou com a ideia. Nunca tinha ido para Europa nessa época. Adoro o verão, por outro lado, os valores são bem elevados se compararmos com as outras estações.
Minha sobrinha já tinha passaporte com a autorização para viajar desacompanhada (pedi a minha irmã pra emitir essa modalidade). E, no ano anterior, tinha feito o controle de passaporte na Polícia Federal com ela indo pra Colômbia, enquanto minha irmã passou pela catraca eletrônica, só pra ver como seria. Fazem mais perguntas que o habitual, olham para ver se o nome consta no voo, etc.
Fiquei preocupada se algum hotel solicitaria alguma autorização. Peguei o formulário padrão de autorização de viagem internacional (nele constava que ela viajaria comigo) e pedi para minha irmã reconhecer firma no cartório, junto com identidade dela e a certidão de nascimento. Tento pesquisar todos os casos problemáticos. Recentemente li que a própria mãe foi impedida de entrar na África do Sul porque tinha tão somente o passaporte do filho, mas seria necessário a certidão de nascimento também.
A segunda etapa foi procurar as passagens aéreas - que estavam com valores absurdos! Pesquisei centenas de combinações possíveis com várias companhias aéreas. Fiz alguns roteiros alternativos, mas após um mês de pesquisa encontrei uma boa opção na Iberia. Comprei as duas passagens. Enquanto meu amigo foi comprar a dele o preço já tinha alterado, por sorte, tinha feito uma pré-reserva no dia anterior e finalizou via telefone. A minha custou R$2.400 e de Giovana R$2.000.
Tive um problema com a Iberia por conta da bagagem. Durante algum tempo vinha pesquisando passagens no site, mas o
voo de volta desde Munique era pela empresa British Airways. No início
de maio, só encontrava passagem com a tarifa "basic", sem bagagem
despachada, mas queria comprar pela tarifa "Optimal", que dá ao
passageiro o direito de 1 bagagem despachada, assim como constava no voo
de ida (Rio-Paris). Entrei em contato com a empresa, via twitter, que me informou que não
vendiam a tarifa "optimal" nos voos operados pela British Airways (BA),
logo, teria que finalizar a compra e, posteriormente, adquirir a bagagem
com a British. Olhei a diferença de tarifa entre a basic e optimal na
ida e imaginei que a bagagem custaria, no máximo, 200 reais.
Dias após, verifiquei que o preço para adicionar 1 bagagem no
voo de volta, operado pela British, custaria absurdos 90 dólares, que, pela
cotação daquele dia (R$3,88) sairia a R$349,20 (além do iof). Para tirar a dúvida, entrei no site da Iberia para procurar o mesmo voo
que iria fazer (BA0947/BA0249) na volta (Munique/Rio no dia 12/8) e qual
foi a minha surpresa? Tinha a tarifa optimal. E a diferença para
despachar bagagem, entre tarifa "basic" e "optimal" era de R$174,00. Abri uma reclamação, pois fui induzida ao erro na compra e me deram 2 bagagens de volta.
Outra busca árdua foi encontrar hotel com quarto triplo, bem localizado com um preço justo em julho. Cheguei a pesquisar Airbnb, mas a adição de taxas sempre deixava o valor majorado. Por fim, fiz um achado ao reservar o Hotel Coypel, que fica no 13º arrondissement. Não é um lugar que permite fazer turismo caminhando, como aconteceu quando me hospedei no Quartier Latin, mas vi que tinha 3 linhas de metrô, além de um shopping com supermercado, que facilitaria minha vida. O preço foi excelente: R$331,00 por diária. Ainda apliquei um cupom que deu 10% de desconto no total. Só a título de comparação, a diária no hotel que fiquei em 2012 estava R$950,00.
Tendo em vista que minha sobrinha ainda tinha 10 anos, muitos hotéis não cobram pela acomodação da criança, outros apenas um adicional. Combinei com meu amigo que eu veria quanto custaria 2 adultos e dividiria por 2, qualquer valor que passasse para o quarto triplo seria meu. Dos 4 hotéis que ficamos, apenas Paris teve um valor adicional, os outros tinham cama ou instalaram no quarto sem cobrança.
Sempre fiz o cálculo de 100 euros/dólares por dia de viagem, pois sei que sobra, mas não fico ansiosa contando o dinheiro para ver se posso fazer tudo que tenho vontade. O Euro estava 1 euro = R$5,30, portanto, levar 200 euros por dia não seria viável. Levei 1.500 euros, mas já conto que gastei apenas 700 em 15 dias visitando países relativamente caros, que me deixou bem aliviada, embora tenha feito pequenas compras no cartão de crédito pela agilidade.
Antes de viajar, fiz duas reservas online: Disneyland Paris e Torre Eiffel, que já estava com a maioria dos ingressos esgotados, principalmente os que levavam até o topo. Na Torre paguei 16,30 e Giovana apenas 4,10 euros. O ingresso da Disney consegui comprar pelo site francês da Isic - carteira mundial do estudante. Tive um desconto incrível. E o melhor, informavam que apenas uma pessoa deveria ter a carteira, pois os acompanhantes receberiam os mesmos benefícios. Assim, cada ingresso custou 62 euros (1 dia 2 parques), que poderia ser usado em qualquer dia. Me enviaram os vouchers pro e-mail um dia após a compra no site.
Emito o seguro de Schengen pelo cartão de crédito que compro a passagem (o site da Iberia não aceitou o Mastercard, tive que comprar com o Visa), mas tive que adquirir um seguro para minha sobrinha. Após muita pesquisa, decidi fechar com a Allianz Travel, que estava com 70% de desconto. Ficou 88 reais 15 dias.
No dia da viagem, segui para o aeroporto e o uber decidiu dar a volta na cidade, mas fui a primeira a chegar. Em seguida meu amigo apareceu e estava ansioso. Liguei para minha irmã que estava atrasada, me contou que Giovana não tinha dormido, não conseguiu tomar café da manhã, almoçar e ela tinha passado no Mc Donald´s antes de seguir para o aeroporto, quando encontrou um engarrafamento. Esperamos por 1 hora! Faltava 20 minutos para fechar o embarque quando apareceu. Imagino que ela estava passando, eu com 10 anos fui, no máximo, em Juiz de Fora e achei uma aventura.
Apresentei meu amigo às duas e seguimos para o "check-in". Depois minha irmã se despediu com lágrimas nos olhos. Seguimos para o controle de passaporte. Demorou uns 15 minutos, pois fiz check-in online e não me deram a passagem em papel. Ela olhou a passagem no celular e não achava na lista. Informei que só coloco o nome e o último sobrenome, enquanto no passaporte estava o nome completo. Encontrou e e seguimos.
Pedi refeição infantil no voo e Giovana, que é péssima para comer, odiou o macarrão de letrinhas. Tive que trocar a minha refeição pela dela, mas também não gostou. Por sorte, a mãe dela enviou uns 30 pacotes de biscoito na mochila! Estava andando com uma bigorna nas costas. Sentamos na fileira do meio da aeronave, eu numa ponta e Victor na outra, logo, teve duas poltronas e esticou as pernas sobre mim, portanto, dormiu quase a viagem inteira. Um malabarismo foi entrar com ela no banheiro. Depois descobrimos um enorme naquela aeronave, com espaço para trocar fralda.
Fizemos o controle de imigração em Madri, no temido aeroporto de Barajas. Os policiais estavam pedindo todas as documentações, interrogando. Todo mundo estava com uma pasta na mão. Pensei que encrencaria por eu estar com uma criança. Só perguntou (pra ela) se ela era na foto. Giovana ficou com os dois olhos arregalados. Aguardamos na Sala Vip por 4 horas até o voo que nos levaria a Paris.
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Chegando em Madri |
1º DIA
Ao chegarmos no aeroporto Orly (na viagem anterior cheguei e parti pelo Charles de Gaulle), que parece rodoviária. Não compramos o simcard porque tinha um valor acima do que havíamos pesquisado. E ainda, não conseguimos encontrar onde vendia Navigo Découverte (passe de transporte). Disseram que tinha um quiosque no terminal 4. Pegamos um trenzinho até lá e não encontramos.
Faço um roteiro pormenorizado e coloquei 5 opções que poderíamos usar para deixar Orly:
- 1ª opção: Uber. Só tem UberX. Na simulação deu 24,87 euros.
- 2ª opção: O Orlybus liga o aeroporto a estação Denfert-Rochereau. Desceremos no terminal 1. O ônibus fica na saída 18. No andar de chegada (Arrivals). Parada 5. Essa estação fica a 2 km do nosso hotel. Podemos pegar o metrô e descer na estação Place d´Italie. Se não conseguirmos comprar o Navigo (é aceito no ônibus), temos que pagar 8,70 euros pela passagem.
- 3ª opção: Pegar o Orlybus até Denfert-Rochereau. Se tivermos simcard, podemos chamar uber, que deu 6 euros na simulação.
- 4ª opção: Pegar o Tram 7 até Villejuif – Louis Aragon (metrô linha 7). Pegar o metrô e descer na estação Place d’Italie.
- 5ª opção: táxi, o preço é tabelado. 30 euros. Pegar na fila de “Taxis parisiense”. Cuidado que tem muito táxi pirata com golpistas.
Só a passagem do Orlybus para 3 pessoas superaria o valor do Uber. Tendo em vista que o wi-fi do aeroporto estava funcionando, do terminal 4 chamamos o carro pelo aplicativo, que deu 24 euros. O carro era antigo e estava muito quente. Fazia 36 graus!!!
Quando fiz a reserva pro Hotel Coypel não constava que teria frigobar e ar-condicionado (inclusive havia reclamações quanto a isso no tripadvisor). Estávamos preparados pro calor (minha sobrinha reclamou muito quando falei que passaríamos sufoco sem ventilação). Não precisamos entregar documentos e logo subimos no elevador (só cabiam duas pessoas). A surpresa foi encontrar um ar-condicionado e um frigobar no quarto! Não sei se foi uma vantagem do quarto triplo, que tinha até varanda - os demais não tinham.O banheiro era grande, mas o quarto bem pequeno.
Ficamos sem coragem de sair imediatamente. Todos tomamos banho e já marcava, no relógio, quase 18 horas, mas o céu ainda estava ensolarado. Caminhamos até o Shopping "Italie Deux", onde compramos os itens do café da manhã do dia seguinte no Carrefour: Minha sobrinha enlouqueceu com os badulaques da loja holandesa "Hema" e comprou itens de papelaria. Seguimos para a tabacaria, onde Victor comprou cigarros eletrônicos e descobrimos que ali vendia o simcard (chip para usar internet no celular) e colocava créditos (obtive a informação na loja da "Orange", que inacreditavelmente não vendia seu próprio produto). O cartão Orange custou 15 euros. E optamos por uma carga de 10 euros, 10 Gb que serviria por 14 dias, totalizando 25 euros. Eles não fazem o trâmite, apenas entregam um envelope com o chip e um recibo com a carga que deve ser realizada pelo cliente. E assim que ativamos, recebemos um SMS, informando que teríamos que preencher um formulário, enviar foto do passaporte. Ligamos para um número e inserimos o número da recarga. Não é pra iniciantes.
Saindo do Shopping, descemos a estação de metrô "Place d´Italie" (onde passam as linhas 5, 6 e 7) para comprarmos o Navigo Découvert, que é um cartão de transporte para 1 semana (vale de segunda a domingo). Para todas as zonas custa 22,80 euros + 5 euros do cartão = 27,80 euros. Precisa levar uma foto 3x4. Pode ser usado para ir a Disney, metrô, ônibus, RER, tramway, Castelo Fontainebleau, Roissybus (ônibus especial que liga o aeroporto Charles de Gaulle a Paris), no Orlybus (ônibus especial que liga o aeroporto Orly a Paris) e no Funicular de Montmartre. Não tem desconto para crianças. Eu compraria 2 cartões, mas realizou um processo por vez, pois teve que ativar cada um. Entregou o cartão com uma proteção de plástico e um adesivo para proteger a foto (o cartão já tem cola). No hotel escrevi nome e sobrenome e coloquei a foto 3x4.
Estávamos morrendo de fome e não conseguíamos procurar um lugar para comer, então, no caminho do hotel, entramos no Mc Donald´s. Paguei os lanches no totem com o cartão de crédito.
Uma pesquisa que precisa ser realizada antes de viajar para Paris é sobre golpes, furtos e roubos. Encontrei uma centena de relatos! Pessoas que ficaram sem dinheiro, passaporte, cartões, mala. Muitos ocorrem em estações de metrô, dentro do transporte, locais tumultuados. Sinalizei para minhas companhias de viagem que falaria "Olha a Elza" com o objetivo anunciar uma situação estranha (risos), pois estava super atenta. Não deixei Giovana portar o celular. Guardei o passaporte no hotel e andei apenas com a identidade.
Deixamos as compras no hotel (já passava das 21h) e seguimos para o metrô. Fomos em direção a Ópera Garnier. Giovana queria ver a construção desde que assistiu o filme "Ballerina".
Caminhamos até a Fête des Tuileries, que acontecia de 21/6 a 25/08/2019 nos Jardins de Tuileries. Funcionava de 11 às 23:45 com entrada gratuita. Tinha mais de 50 atrações: roda gigante, muro de escalada, tobogã. Churros, crepes, comidinhas. Voltamos para o hotel por volta das 23h! E de pronto percebi como o dia rende no verão, pois o sol só se põe após as 22h. Da outra vez que estive em Paris, às 17h já estava dentro do hotel enrolada no cobertor.
2º DIA
Para essa viagem, tentei fazer um roteiro mais alternativo, incluindo sítios que não tinha visitado da outra vez, contudo, seria inevitável retornar em alguns. Descobri que é preciso impor outro ritmo com criança, embora minha sobrinha tenha andado uns 15 quilômetros por dia, em razão do cansaço e do calor, tínhamos que parar para ela sentar e se refrescar com alguma bebida. Demorávamos mais no restaurante na hora do almoço.
No dia seguinte, preparei os sanduíches, coloquei minha sobrinha para tomar banho. Um banheiro para 3 pessoas, sendo que 2 delas (Victor e Giovana) demoram uma eternidade, não é fácil. O café da manhã do hotel custava 13 euros, duas pessoas sairia 26 euros. Comprando framboesa, salame, presunto serrano, pão e suco gastei menos de 10 euros. Que não foi consumido tudo em um único dia...
Nosso primeiro destino seria o Palais Royal, que é composto por um palácio e um jardim. Diante do palácio, que foi construído a mando de Richelieu, encontramos uma instalação incrível de colunas do artista Daniel Buren. O trabalho é conhecido como "As colunas de Buren", mas se chama "Les Deux Plateaux". As colunas foram dispostas no antigo estacionamento. O dia estava lindo e ensolarado! Andamos pelos jardins. Ficamos perambulado por quase uma hora.
Tiramos fotos diante da Pirâmide do Louvre, mas só visitaríamos o museu em outro dia. Depois fomos para o Petit Palais. Um museu que fica aberto de terça a domingo com entrada grátis. Na frente, fica o Grand Palais, mas cobra ingresso e não visitamos. Pegamos metrô até a Place de la Bastille. Ali já estávamos com as vistas turvas e paramos para almoçar "Fish & Chips", no Indiana Café. Custou 13 euros cada (paguei 26) com bebida. Aproveitamos para descansar e usar o banheiro.
Nossa próxima visita foi no Atelier des Lumières, para fruirmos a mostra do Van Gogh: noite estrelada. Tinha fila do lado de fora, mas entramos em poucos minutos. Os ingressos custavam 14,50 euros tarifa cheia, 11,50 estudante, 9,50 criança. Paguei 21 euros (11,50 + 9,50), pois tenho a carteira de estudante internacional. Não é uma exposição, mas uma experiência num galpão que conta com apenas projetores e caixas de som. Imagens são projetadas em cada canto e as pessoas vão sentando desordenadamente no chão. Ficamos lá dentro por mais de 1 hora.
Corremos para tentar visitar a Grande Mosquée de Paris (Mesquita de Paris), que fechava às 18h, mas 17:45 não achamos a entrada, apenas um portão fechado. O café estava aberto. Sempre que não consigo visitar um destino que queria, fico chateada.
Caminhamos até o Jardin des Plantes – a entrada no jardim é grátis. Dentro do jardim tem Jardim Botânico, Museu de História Natural (essas atrações com entrada paga), entre outros. É um excelente lugar para passear com crianças.
Fomos para o hotel, tomamos banho e por volta das 22 horas seguimos para ver a Torre Eiffel iluminada. Andamos muito, pois no verão algumas estações entram em obra. E justamente a linha que leva até a torre estava inativa. Chegando lá, houve uma comoção com o principal símbolo de Paris, por outro lado, ela entrou em pânico com quantidade de ratos que percorriam no local. Centenas!!! Brotavam de todos os lugares.
4º DIA
Pulei o 3º dia, pois contarei sobre a ida para a Disneyland Paris em um post apartado.
No dia anterior chegamos no hotel 1h da manhã. Só conseguimos dormir às 3h, inclusive os hóspedes ao lado bateram na parede, pois Giovana estava em êxtase. Por óbvio, acordamos mais tarde que o de costume. Saímos do hotel por volta das 11h. Decidimos que compraríamos o "Museum Pass" para 2 dias, uma vez que o Louvre estava com os ingressos da bilheteria esgotados (viajar no verão tem surpresas).
O primeiro destino foi a igreja Sainte-Chapelle, construída no estilo gótico do século XIII. Tinha uma fila considerável e tivemos que aguardar por uns 30 minutos. Notei que houve algumas modificações no "Paris Museum Pass". Agora
não precisa escrever a data do início da utilização do passe
manualmente atrás do cartão, pois o início do uso já é o horário e data
da compra, é automático. Antigamente o passe valia naquele dia,
terminando às 23:59, agora o dia tem exatamente 24 horas, logo, se
comprou às 14h de um dia terá até às 14h do dia seguinte para configurar
1 dia de uso. E outra mudança: só pode entrar em cada atração uma única
vez! O lado bom: criança até 18 anos não paga para entrar nos museus da cidade.
Seguimos para a região do Quartier Latin, atravessando a ilha onde está a igreja de Notre Dame, para encontrar uma grande oferta de restaurantes - turísticos - com preços ótimos. Me hospedei por ali da última vez. Entramos no "Les Balkans", que tinha poucas pessoas. A promoção era ótima: 1 pizza ou 1 espaguete ou 1 lasanha + bebida por 9,50, e o menu infantil era Steak hache com fritas ou espaguete + bebida por 8. Pedi uma lasanha e um steak hache (um bife de carne moída). Serviram pão. Gastei o meu francês solicitando uma garrafa de água (da bica) grátis. A conta deu 17,50 euros (9,50 + 8). Meu amigo pediu um bife com fritas.
Tinha ingresso para subir na Torre Eiffel às 17h e o dia voou. Como relatado acima, o metrô que deixa próximo estava em obras. Então corremos muitos e achamos que não conseguiríamos chegar. Por sorte, tinha uma fila que ainda possibilitava a entrada dos ingressos do nosso horário. As ameaças terroristas mudaram o clima da cidade. Quando visitei a primeira vez não tinha a proteção de vidro e ferro no entorno do monumento, bem como não tinha duas etapas de checagem, inclusive passando os pertences no raio-x.
Particularmente não vejo nada demais naquela construção, mas para quem vai a primeira vez em Paris é sim uma emoção. Giovana ficou muito encantada, ligou para a mãe poder vê-la ao vivo. Tiramos dezenas de fotos. Descemos um andar para tomarmos sorvete, sentamos para descansar.
No roteiro, iríamos na Torre no segundo dia, mas não havia ingresso (comprando um mês antes) disponível. O que prejudicou o uso do Museum Pass, pois essa atração, que não é incluída no passe, consumiu a metade do dia. O ideal é reservar os dias do passe (tem 2, 4 e 6 dias) apenas para as atrações incluídas no pacote. E as demais atrações em outros dias.
Caminhamos até Trocadéro, de onde se tem a melhor vista da torre. O ambiente estava lotado. Muitas pessoas sentadas. Tinha apresentações de hip-hop. Giovana queria fazer bolas de sabão para fotografar diante da torre, mas não funcionou e ficou emburrada (risos).
Mesmo exaustos, caminhamos até a estação de metrô mais próxima para seguir para o outro monumento emblemático: o Arco do Triunfo, que estava incluído no Museum Pass. No caminho passamos pelo monumento em homenagem a Lady Di e também na frente do Palais de Tokyo (sou doida para visitar). Juro que não lembrava da exaustão que era para subir todas aquelas escadas em caracol. Cheguei no topo sem fôlego! A idade é cruel. De lá pudemos observar um lindo pôr do sol.
Marcava 21 horas quando caminhamos pela avenida Champs-Élysées, com diversas lojas de luxo. De repente, Giovana avistou uma MAC (loja de cosméticos) e quis entrar. Ficamos ali dentro até a loja fechar. A vendedora, muito simpática, se comunicava com ela em inglês e ela usava o celular pra responder. A avó tinha dado dinheiro e ela usou para comprar uns 5 batons! Comprei um presente de aniversário para minha irmã. Minha sobrinha ama macarons, mas nem cogitamos parar para comer em razão da exaustão.
5º DIA
No roteiro havia a possibilidade de visitarmos um dos seguintes lugares: Château de Fontainebleau, Cidade medieval de Provins, Giverny (sou louca pra conhecer) ou Parc Astérix, mas teríamos que ir muito cedo, para não atrapalhar a visita ao Louvre. Acordamos tarde novamente e tivemos e usar o "plano E", que foi visitar a loja Primark - que vende produtos baratos e de qualidade razoável. Minha sobrinha e meu amigo adoram comprar e ficaram animados. Em Paris, a Primark não fica numa região central, como em Madri ou Londres. Pegamos a linha 8 do metrô até a estação final. A viagem durou cerca de 1 hora. A loja fica no Shopping "Créteil - Centre Commercial Créteil Soleil", que estava em obras, com cimento e vergalhões expostos. Pelo menos o banheiro era gratuito, que é raro na Europa. Parece uma região mais pobre. O shopping não tinha muitas opções de lanchonetes. A loja estava lotada! Só comprei meias.
No período que estávamos na cidade, no auge do verão, deixaram de aceitar o "Paris Museum Pass" no "Louvre", posteriormente tinha que fazer um cadastro no site do museu com o número do passe (consegui fazer, no entanto, vários dias estavam esgotados), mas acredito que tenha sido uma medida temporária em razão da superlotação.
Chegamos no Louvre e não pegamos a fila no lado de fora em razão do passe. Dentro estava um caos para ver a obra prima do Leonardo: Monalisa. A sala onde a pintura habitualmente fica estava em obras, então, colocaram em outro local e foi algo insuportável. Entramos numa fila que parecia curral. Quando finalmente chegamos na sala com a pintura, não conseguimos parar diante dela. O segurança gritava "go, go" e empurrava as pessoas! Fiquei em choque. Giovana estava atordoada com a situação. Não parecia um museu com uma obra de arte para ser apreciada.
Deixamos as compras no hotel (já passava das 21h) e seguimos para o metrô. Fomos em direção a Ópera Garnier. Giovana queria ver a construção desde que assistiu o filme "Ballerina".
Caminhamos até a Fête des Tuileries, que acontecia de 21/6 a 25/08/2019 nos Jardins de Tuileries. Funcionava de 11 às 23:45 com entrada gratuita. Tinha mais de 50 atrações: roda gigante, muro de escalada, tobogã. Churros, crepes, comidinhas. Voltamos para o hotel por volta das 23h! E de pronto percebi como o dia rende no verão, pois o sol só se põe após as 22h. Da outra vez que estive em Paris, às 17h já estava dentro do hotel enrolada no cobertor.
2º DIA
Para essa viagem, tentei fazer um roteiro mais alternativo, incluindo sítios que não tinha visitado da outra vez, contudo, seria inevitável retornar em alguns. Descobri que é preciso impor outro ritmo com criança, embora minha sobrinha tenha andado uns 15 quilômetros por dia, em razão do cansaço e do calor, tínhamos que parar para ela sentar e se refrescar com alguma bebida. Demorávamos mais no restaurante na hora do almoço.
No dia seguinte, preparei os sanduíches, coloquei minha sobrinha para tomar banho. Um banheiro para 3 pessoas, sendo que 2 delas (Victor e Giovana) demoram uma eternidade, não é fácil. O café da manhã do hotel custava 13 euros, duas pessoas sairia 26 euros. Comprando framboesa, salame, presunto serrano, pão e suco gastei menos de 10 euros. Que não foi consumido tudo em um único dia...
Nosso primeiro destino seria o Palais Royal, que é composto por um palácio e um jardim. Diante do palácio, que foi construído a mando de Richelieu, encontramos uma instalação incrível de colunas do artista Daniel Buren. O trabalho é conhecido como "As colunas de Buren", mas se chama "Les Deux Plateaux". As colunas foram dispostas no antigo estacionamento. O dia estava lindo e ensolarado! Andamos pelos jardins. Ficamos perambulado por quase uma hora.
Com a Torre Eiffel na orelha :) |
Petit Palais |
Praça da Bastilha |
Corremos para tentar visitar a Grande Mosquée de Paris (Mesquita de Paris), que fechava às 18h, mas 17:45 não achamos a entrada, apenas um portão fechado. O café estava aberto. Sempre que não consigo visitar um destino que queria, fico chateada.
Caminhamos até o Jardin des Plantes – a entrada no jardim é grátis. Dentro do jardim tem Jardim Botânico, Museu de História Natural (essas atrações com entrada paga), entre outros. É um excelente lugar para passear com crianças.
Fomos para o hotel, tomamos banho e por volta das 22 horas seguimos para ver a Torre Eiffel iluminada. Andamos muito, pois no verão algumas estações entram em obra. E justamente a linha que leva até a torre estava inativa. Chegando lá, houve uma comoção com o principal símbolo de Paris, por outro lado, ela entrou em pânico com quantidade de ratos que percorriam no local. Centenas!!! Brotavam de todos os lugares.
4º DIA
Pulei o 3º dia, pois contarei sobre a ida para a Disneyland Paris em um post apartado.
No dia anterior chegamos no hotel 1h da manhã. Só conseguimos dormir às 3h, inclusive os hóspedes ao lado bateram na parede, pois Giovana estava em êxtase. Por óbvio, acordamos mais tarde que o de costume. Saímos do hotel por volta das 11h. Decidimos que compraríamos o "Museum Pass" para 2 dias, uma vez que o Louvre estava com os ingressos da bilheteria esgotados (viajar no verão tem surpresas).
A famosa livraria |
Seguimos para a região do Quartier Latin, atravessando a ilha onde está a igreja de Notre Dame, para encontrar uma grande oferta de restaurantes - turísticos - com preços ótimos. Me hospedei por ali da última vez. Entramos no "Les Balkans", que tinha poucas pessoas. A promoção era ótima: 1 pizza ou 1 espaguete ou 1 lasanha + bebida por 9,50, e o menu infantil era Steak hache com fritas ou espaguete + bebida por 8. Pedi uma lasanha e um steak hache (um bife de carne moída). Serviram pão. Gastei o meu francês solicitando uma garrafa de água (da bica) grátis. A conta deu 17,50 euros (9,50 + 8). Meu amigo pediu um bife com fritas.
Tinha ingresso para subir na Torre Eiffel às 17h e o dia voou. Como relatado acima, o metrô que deixa próximo estava em obras. Então corremos muitos e achamos que não conseguiríamos chegar. Por sorte, tinha uma fila que ainda possibilitava a entrada dos ingressos do nosso horário. As ameaças terroristas mudaram o clima da cidade. Quando visitei a primeira vez não tinha a proteção de vidro e ferro no entorno do monumento, bem como não tinha duas etapas de checagem, inclusive passando os pertences no raio-x.
Particularmente não vejo nada demais naquela construção, mas para quem vai a primeira vez em Paris é sim uma emoção. Giovana ficou muito encantada, ligou para a mãe poder vê-la ao vivo. Tiramos dezenas de fotos. Descemos um andar para tomarmos sorvete, sentamos para descansar.
No roteiro, iríamos na Torre no segundo dia, mas não havia ingresso (comprando um mês antes) disponível. O que prejudicou o uso do Museum Pass, pois essa atração, que não é incluída no passe, consumiu a metade do dia. O ideal é reservar os dias do passe (tem 2, 4 e 6 dias) apenas para as atrações incluídas no pacote. E as demais atrações em outros dias.
Caminhamos até Trocadéro, de onde se tem a melhor vista da torre. O ambiente estava lotado. Muitas pessoas sentadas. Tinha apresentações de hip-hop. Giovana queria fazer bolas de sabão para fotografar diante da torre, mas não funcionou e ficou emburrada (risos).
Monumento em homenagem a Lady Di |
Mesmo exaustos, caminhamos até a estação de metrô mais próxima para seguir para o outro monumento emblemático: o Arco do Triunfo, que estava incluído no Museum Pass. No caminho passamos pelo monumento em homenagem a Lady Di e também na frente do Palais de Tokyo (sou doida para visitar). Juro que não lembrava da exaustão que era para subir todas aquelas escadas em caracol. Cheguei no topo sem fôlego! A idade é cruel. De lá pudemos observar um lindo pôr do sol.
Melhores amigos de viagem ahhaha |
Marcava 21 horas quando caminhamos pela avenida Champs-Élysées, com diversas lojas de luxo. De repente, Giovana avistou uma MAC (loja de cosméticos) e quis entrar. Ficamos ali dentro até a loja fechar. A vendedora, muito simpática, se comunicava com ela em inglês e ela usava o celular pra responder. A avó tinha dado dinheiro e ela usou para comprar uns 5 batons! Comprei um presente de aniversário para minha irmã. Minha sobrinha ama macarons, mas nem cogitamos parar para comer em razão da exaustão.
5º DIA
No roteiro havia a possibilidade de visitarmos um dos seguintes lugares: Château de Fontainebleau, Cidade medieval de Provins, Giverny (sou louca pra conhecer) ou Parc Astérix, mas teríamos que ir muito cedo, para não atrapalhar a visita ao Louvre. Acordamos tarde novamente e tivemos e usar o "plano E", que foi visitar a loja Primark - que vende produtos baratos e de qualidade razoável. Minha sobrinha e meu amigo adoram comprar e ficaram animados. Em Paris, a Primark não fica numa região central, como em Madri ou Londres. Pegamos a linha 8 do metrô até a estação final. A viagem durou cerca de 1 hora. A loja fica no Shopping "Créteil - Centre Commercial Créteil Soleil", que estava em obras, com cimento e vergalhões expostos. Pelo menos o banheiro era gratuito, que é raro na Europa. Parece uma região mais pobre. O shopping não tinha muitas opções de lanchonetes. A loja estava lotada! Só comprei meias.
No período que estávamos na cidade, no auge do verão, deixaram de aceitar o "Paris Museum Pass" no "Louvre", posteriormente tinha que fazer um cadastro no site do museu com o número do passe (consegui fazer, no entanto, vários dias estavam esgotados), mas acredito que tenha sido uma medida temporária em razão da superlotação.
Chegamos no Louvre e não pegamos a fila no lado de fora em razão do passe. Dentro estava um caos para ver a obra prima do Leonardo: Monalisa. A sala onde a pintura habitualmente fica estava em obras, então, colocaram em outro local e foi algo insuportável. Entramos numa fila que parecia curral. Quando finalmente chegamos na sala com a pintura, não conseguimos parar diante dela. O segurança gritava "go, go" e empurrava as pessoas! Fiquei em choque. Giovana estava atordoada com a situação. Não parecia um museu com uma obra de arte para ser apreciada.
Novamente visitei o museu numa sexta e a sala com obras egípcias estava fechada.
Mostrei para minha sobrinha as obras mais famosas, como A Vitória de Samotrácia, Vênus de Milo, A liberdade guiando o povo, Psique reanimada pelo beijo do amor, entre outras. Nada como ter uma aula de História da Arte diante da própria obra.
Seguimos para o bairro de Montmartre e fomos visitar o "Muro do Eu Te Amo" (Mur des je t’aime) com "eu te amo" escrito em incontáveis idiomas. Fica na Square Jehan Rictus, bem na saída do metrô Abbesses. Assim que tiramos fotos o segurança chegou para fechar a praça onde ficam os ladrilhos. E nem sabia que tinha horário para visitação.
Dentro do funicular |
Andamos uns 300 metros até o Funicular de Montmartre, que aceita o Navigo. Em um minutos estávamos no topo. Dessa vez achei a região bem mais tranquila, pois na viagem anterior subi as escadarias e fui perseguida por dois homens que tentavam amarrar algo no meu pulso (famoso golpe). Caminhamos até a igreja Sacré Coeur, que agora tem uma verificação de bolsas na porta. A escadaria estava repleta de pessoas apreciando o fim da tarde. No verão todos os lugares estão cheios.
Passamos diante do restaurante da Amélie Poulain (almocei lá na outra vez) e tiramos fotos diante do Moulin Rouge. Queríamos achar um lugar para comer e numa rua que entramos percebemos que um homem começou a nos seguir e voltamos. Fomos a todas as pizzarias da região e nenhuma estava servindo mais naquele horário! Achei que era um bairro boêmio, mas que às 22h não tem comida.
6 º DIA
No dia seguinte, arrumamos a mala, pois pegaríamos o trem Thalys para Bruxelas na Gare du Nord. Tinha lido que aquela região e a estação em si tem muitos furtos, logo, precisaríamos ficar atentos. E ainda, o momento que o turista está mais vulnerável é aquele que está com malas, passaporte e todo o dinheiro. Ressaltando que tinha duas malas para carregar no metrô.
Tivemos sorte que a linha 5 tem carros novos e espaçosos. Chegamos lá às 9h, mas nosso trem só partiria às 10:25. Estava absolutamente lotado e foi difícil saber onde o trem pararia. Jogamos as malas no chão e ficamos sentados ao lado. A estação tem muitas lanchonetes, restaurantes e mercados. Fiquei ansiosa, pois percebi que estava com dor de barriga, então tive que recorrer ao banheiro, que é pago. Fiquei na fila e paguei 1 euro. Na segunda vez foi impossível, pois a fila dava voltas.
Originalmente pegaria um ônibus Flixbus para ir a Bruxelas, em razão do preço, mas depois desisti, pois sairia de um lugar também não muito seguro e chegaria na Gare du Nord de Bruxelas, que não recomendavam em razão dos inúmeros roubos (vi alguns vídeos e fiquei assustada).
Definitivamente gostei mais de Paris no verão. Pude andar de bermuda e camiseta. Os dias estavam iluminados até tarde. O lado negativo é que muitos restaurantes fecham, as linhas de metrô e trem entram e manutenção, o metrô fica com um cheiro insuportável, os ambientes não estavam adaptados pro calor que fez em 2019. É uma cidade com infinitas opções de entretenimento. Mesmo tendo ficado cinco dias em cada visita, ainda falta conhecer inúmeros lugares. Dessa vez o roteiro não era para me agradar, mas para Giovana. Ela adorou!
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