Um dia no santuário de elefantes em Luang Prabang

Li previamente que o entretenimento com a melhor avaliação do Tripadvisor em Luang Prabang era o passeio com elefantes oferecido pelo Elephant Village Sanctuary. Atualmente qualquer atividade turística que envolva animais gera muita polêmica, tanto que o próprio site supracitado fez uma campanha, informando que não mais venderia ingressos para lugares que explorassem os bichos. Particularmente, acho um posicionamento apenas político. Sou assídua pesquisadora do site, mas quem compra ingressos ou reserva hotéis através da sua plataforma? Ninguém. 

Quando postei as fotos no santuário de elefantes, uma brasileira, que conheci em Myanmar, comentou "Não apoio, pois sou contra quem explora os animais". No dia que nos encontramos no aeroporto, me disse que estava morrendo de vontade de ir numa churrascaria, pois devoraria um boi. Se ando em um elefante, sou cruel, mas usar pele e comer carne é admitido pela sociedade. Hipocrisia.

É claro que espero, sinceramente, que os animais sejam bem cuidados. E no caso específico dos elefantes, penso que um santuário é uma alternativa de preservação, em razão da indomável perseguição dos caçadores de marfim, que podem levá-los à extinção, como mostrado no recente documentário da Netflix, O extermínio do marfim (focam na situação da África).
 
 

Recebi um e-mail da empresa, informando sobre os seguintes pacotes: 
  • HDE - Half Day Elephant Experience = $ 49 --> NO Elephant Bathing
  • FDE - Full Day Elephant Experience = $ 82 --> NO Elephant Bathing
  • M1D - One Day Mahout Experience = $ 99 --> YES Elephant Bathing
  • M2D - Two Day Mahout Experience Twn = $133 --> YES Elephant Bathing
  • M2D - Two Day Mahout Experience Dbl = $154 --> YES Elephant Bathing


No dia que cheguei em Luang Prabang, caminhei até o fim da rua do Mercado Noturno e visitei algumas agências, quando me deparei com a Elephant Village Sanctuary. Paguei pelo tour "One Day Mahout Experience", por 90 dólares - mais barato que "online".


Por volta das 08:30 do dia seguinte, já tinha tomado o café da manhã e o guia, Mr. Lae, apareceu na porta do hotel com uma van. Dentro havia dois casais, depois entrou mais uma solo traveler. O carro esquentou e paramos numa loja de suvenir (pode ser uma tática para vender artesanato), até que outro motorista nos buscou.


Ao chegar no santuário, recebemos água, café e o guia nos mostrou alguns elefantes. Depois iniciamos a aula de "mahout". O "mahout" é o cuidador do elefante, que inicia seu treinamento muito jovem. Em geral, cuidam do mesmo elefante durante a vida inteira. A aula introdutória consiste em aprender a subir no elefante pelo seu pescoço, sozinha, com a técnica do mahout, bem como aprendemos alguns comandos verbais e físicos.
Selfie

- andar = pie
- voltar = dour
- virar à esquerda = sai
- virar à direita = kwa
- parar = how
- ajoelhar = map
- dobrar a perna direita para subir = seung
- agradecer =  kop chai lye lye (de preferência acompanhado por uma banana)


 

Em um momento posterior, aprendermos a montar sozinhos nos elefantes com a técnica do mahout. O guia perguntou quem desejaria iniciar e claro que, como autêntica ariana (ou arietina), corri para ser a primeira (risos). O que parecia muito fácil, não era. A idade somada com a vida sedentária me fez ter alguma dificuldade para subir no elefante (o bicho é enorme). A pele é tão dura que só de encostar fiquei com uma ferida no braço. Quando desci, subiu a alemã, o casal norte-americano, e, por fim, o casal alemão. Tiramos uma foto reunidos para registrar aquele instante. Combinei com a alemã que tiraria a foto dela e ela tiraria a minha. 






Caminhamos pela linda propriedade, avistamos o rio Nam Khan e entramos numa espécie de museu que possuem. Contam a história dos elefantes, mostram constituição física, bem como recebemos um marcador de livros feito com papel advindo do estrume do animal! A loja do santuário vende produtos com o mesmo material.
 





Ressalto que o Laos já foi conhecido como o "Reino de um milhão de elefantes". Hoje deve ter aproximadamente mil elefantes. Mr. Lae contou que muitos ainda trabalham na indústria madeireira. Em seguida, cruzamos o rio para conhecer os três bebês elefantes, com idades entre 3 e 4 anos. Eles ficam afastados das mães durante o dia e são criados num cercadinho. 




No retorno, fizemos o esperado passeio sobre o elefante. Não usam cadeirinhas (já fiz passeio com a cadeira e não recomendo). Primeiro o mahout também fica sobre o dorso do animal, depois ele desce e nos deixa continuar o percurso sozinhos. Algumas pessoas fazem o trajeto todo sem o mahout.






Paramos para o almoço, que está incluído no pacote. No buffet tinha frango, arroz, vegetais e frutas. Estava gostoso. Nos deixou descansando com a bela vista rio, para, em seguida, pegarmos os elefantes para o momento mais esperado do dia: o banho com os elefantes.




Todos sobem no mesmo elefante da caminhada (lembram da memória de elefante?) e vão descendo o barranco até entrar no rio Nam Khan. A minha elefantinha era pequena e fiquei preocupada de ficar totalmente submersa quando resolvesse se refrescar. Recebemos uma escova e ficamos brincando com o animal. Posso afirmar que muitos anos vão passar e jamais esquecerei esse dia! 












Para finalizar, pegamos o minúsculo barquinho (sem coletes salva-vidas) e atravessamos o rio em direção à cachoeira Tad Sae Waterfall, que é maravilhosa, pois não é profunda, no entanto, a água é bem gelada. Tinha muitas pessoas se refrescando naquele dia quente. Sou esperta e, além da toalha de secagem rápida (amo), levei uma camisa e um short, para trocar após as atividades na água.






Retornei ao hotel por volta das 16 horas e estava exausta, mas absolutamente feliz. It´s a lifetime experience!

Você também pode gostar

0 comentários

Experiências incríveis!