Para Roma com amor
Não se trata de uma resenha acerca do último filme do Woody Allen, mas tão somente um breve relato sobre minha percepção sobre Roma. Lembro-me que a película mostra a falta de orientação geográfica que sentimos na cidade. Comigo não foi diferente.
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Fórum Romano |
Cheguei em Roma pelo aeroporto Leonardo da Vinci. Como solo traveler econômica, na Europa, o táxi não é a primeira opção. Encontrar o trem é muito fácil, sem precisar carregar a mala no colo (como na capital francesa): basta seguir as placas no aeroporto. Comprei o tíquete no guichê (admito que só recorro à máquina na falta dele) por 12 euros e entrei no trem, que me levou até a estação Termini. Os preços e destinos podem ser consultados em: http://www.trenitalia.com/
Só depois concluí que se tivesse entrado algum fiscal, provavelmente teria que pagar uma multa, já que não encontrei a máquina para validar o bilhete.
Termini é uma região que o turista deve ficar de olhos bem abertos, pois existem vários batedores de carteira e pedintes rondando cada um que chega. Sobre o táxi, tenho uma história interessante: um amigo chegou no aeroporto e tomou o primeiro táxi, sem se preocupar com valores, chegando no destino uma surpresa: o taxista cobrou 250 euros!
Escolhi um hotel perto de Termini, na Via Agostino Depretis (10 minutos caminhando, rua em frente à igreja Santa Maria Maggiore), mas numa via tranquila - recomendo a qualquer viajante. É um 2 estrelas confortável, com bom café da manhã e wi-fi. Ainda no Brasil, agendei, através do e-mail, um tour para Florença (me arrependi pelo desgaste da viagem de ônibus, poderia ter ido de trem). A dona (que tem ótimas recordações de sua lua de mel, em 1965, no Rio) é muito atenciosa e se preocupou até quando retornei tarde ao hotel no primeiro dia, embora tenha pedido para evitar pegar o elevador se não tivesse com mala (deve ser economia de energia elétrica).
A primeira coisa que fiz, após um banho, foi comer pizza (diversas fatias de vários sabores)! Uma decepção tomou conta de mim, pois, no Brasil, comemos melhores. Depois, mesmo não sendo fã da iguaria, tomei um gelatto na Gelateria Aurora, enquanto aguardava o ônibus turístico. Fiz algo que não costumo: peguei um ônibus de turismo para dar uma volta pela cidade.
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Gelatto
Bem próximo ao hotel também entrei, na parte da noite, na Pizzeria Viminale e não recomendo, embora a pizza estivesse boa, o atendente turco é muito abusado. Colocou a mão sobre a minha enquanto pagava pelo produto.
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Pizza!!! |
Terminado o tour, finalmente veria tudo aquilo que só tinha apreciado nas aulas de história da arte. Duas igrejas estavam nos meus planos (5 minutos do hotel): Santa Maria della Vittoria, para fruir uma das obras mais magníficas de todos os tempos: O êxtase de Santa Teresa, do Bernini. E ainda, Sant'Andrea al Quirinale, projetada por Bernini.
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O êxtase de Santa Teresa |
No caminho de uma das igrejas, começou a chover e de repente um homem se aproximou e perguntou se poderia caminhar comigo (pensei: é um assalto!!!). Me contou que era estudante de mestrado, passando apenas um fim de semana em Roma. Perguntou os lugares que gostaria de conhecer e foi comigo nas igrejas, depois caminhamos até a Fontana di Trevi. Me deu as moedas, disse que assim sempre voltaria a Roma. Estava achando tudo muito estranho. Insistiu para caminharmos até a Piazza di Spagna. Andamos mais um pouco (já tinha passado umas 3 horas) e chegamos na Villa Borghese. Um jardim muito bonito, mas já era 19h e escurecia. O italiano me beijou e fiquei muito surpresa (gostei da ousadia), no entanto, falei que não continuaríamos com aquilo. Tirou todos os documentos pra mostrar que não era um ladrão! (risos) Engraçado, mas perigoso. Tenho certeza que era um golpista...
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Fontana di Trevi |
Villa Borguese |
Na hora de jantar, escolhi uma cantina na frente do hotel, L´Angolo di Napoli (depois de uma garrafa de vinho só saberia mesmo pegar uma reta). Pedi o vinho da casa, nhoque e tiramisù. Um casal ao lado, formados por um inglês e uma asiática, começaram a conversar comigo, pois ficam com pena de quem viaja sozinha! (risos)
Comprei os ingressos para o Museu do Vaticano antecipadamente pela internet (evita uma enorme fila). Caminhei lindamente para o metrô que, por um motivo incompreensível, não funcionou naquele dia. Foi um drama achar o ônibus que leva ao Vaticano. Não descobri como pagava ao motorista. Estava lotado. E um senhor tentou me furtar!!! Uma senhora peruana me recomendou descer e caminhar até o Vaticano. Andei muito (se tivesse pecados...), mas o museu é um desbunde! Vi o afresco que amo: A escola de Atenas, do Rafael; esculturas do homem mais bonito de todos os tempos e amante do imperador Adriano: Antínoo (me surpreendeu a indicação, nas esculturas, que foram amantes); além de centenas de obras que fazem qualquer um chorar. E o que dizer do teto da Capela Sistina? Ah, Michelangelo, você foi um gênio!
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Antínoo |
Na saída do museu, esperei por quase duas horas na fila da Basílica de São Pedro. Sou ateia e admito que valeu cada minuto. Fiquei muito emocionada com duas peças e me ajoelhei diante delas: o Baldaquino do Bernini e a Pietà do Michelangelo. Foi um dia muito impressionante. Sem palavras para descrevê-lo.
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Baldaquino |
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Basílica de São Pedro |
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A guarda Suíça |
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A Pietà |
Comprei o Roma Pass e recomendo por um motivo: não precisar ficar na imensa fila do Coliseu (embora inclua também o transporte). Aproveite também para apreciar o Arco de Tito e o Arco de Constantino, ficam próximos. Imperdível também é o Fórum Romano e o Panteão.
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Coliseu |
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Fórum Romano |
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Panteão |
Não visitei o Maxxi Museo, a Galleria Borghese, além de outras inúmeras igrejas e galerias, portanto, terei que voltar a Roma, algum dia.
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